A Dinamarca libertou da prisão o ativista anticaça de baleias Paul Watson nesta terça-feira (17) e disse ter rejeitado um pedido do Japão para extraditá-lo por acusações criminais que remontam a mais de uma década.
Watson, 74, cidadão norte-americano e canadense, fundador do grupo conservacionista Sea Shepherd e da Fundação Capitão Paul Watson, foi libertado na capital da Groenlândia, Nuuk, informou a polícia do território autônomo dinamarquês.
Watson, nome mais conhecido do ativismo contra a caça de baleias, foi detido quando seu navio atracou na Groenlândia em julho.
"Paul está livre!!!", escreveu a organização Sea Shepherd França na plataforma de mídia social X.
O Ministério da Justiça da Dinamarca afirmou que baseou sua decisão em uma avaliação geral, incluindo a antiguidade do caso e, em particular, uma incerteza sobre se o tempo passado em detenção na Groenlândia poderia ser deduzido de qualquer sentença final no Japão.
"Com base na correspondência com as autoridades japonesas sobre este assunto, o Ministério da Justiça acredita que não se pode assumir com a certeza necessária que este será o caso [de uma dedução da pena]", disse o ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, em comunicado.
O Japão havia emitido um mandado de prisão internacional para Watson, buscando-o por acusações de invasão a um navio japonês no oceano Antártico em 2010, obstrução de negócios e por ferimentos a marinheiros, bem como danos à propriedade.
Um porta-voz da embaixada do Japão em Copenhague recusou-se a comentar. O Ministério das Relações Exteriores do Japão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A advogada de Watson, Julie Stage, disse estar satisfeita com a decisão.
"Achamo que demorou muito, mas o mais importante é que termina com a decisão certa", disse Stage. "Ele estava feliz e aliviado, mas incrivelmente calmo, como esteve durante todo o processo", afirmou também ela, após falar com Watson nesta terça-feira.
Watson tem forte apoio na França, onde reside com sua família desde 2023. Após a prisão, foi criada uma campanha por sua libertação contando com o apoio do presidente Emmanuel Macron e da atriz Brigitte Bardot.
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