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Tartarugas-marinhas da Baía de Guanabara estão mais saudáveis após melhora na qualidade da água

Os animais lutam há anos contra uma doença tumoral que dificulta seus movimentos e pode levar à morte

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Renato Spyrro
Reuters

As tartarugas-marinhas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, estão ficando mais saudáveis após lutarem durante anos contra uma doença tumoral que dificulta seus movimentos, visão e alimentação e, por fim, as leva à morte.

Cientistas afirmam que a melhora aconteceu após as autoridades fazerem um esforço para limpar a água do porto natural que molda a identidade da região.

A imagem mostra uma mulher com cabelo cacheado e preso, usando luvas brancas, segurando uma tartaruga marinha. Ela está em um ambiente interno, com mesas e materiais ao fundo. A tartaruga é de cor clara, com um padrão de escamas visível em seu casco.
Oceanógrafa Letícia Santo segura uma tartaruga-marinha durante monitoramento da espécie na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro - Pilar Olivares - 27.ago.2024/Reuters

Pesquisas associaram a fibropapilomatose, um tumor benigno em tartarugas-marinhas, a um vírus e a fatores ambientais.

Kassia Coelho, professora de anatomia patológica veterinária da Universidade Federal Fluminense, diz que as amostras coletadas dos animais e da água apontam para um ambiente muito mais saudável.

"Analisamos a saúde por meio da coleta de sangue e dos tumores que essas tartarugas têm, e também a biometria dos animais, vendo o crescimento deles ao longo dos anos", explica.

"Muitas dessas tartarugas são recapturadas e a gente pode avaliar se cresceram, se estão mais pesadas, se emagreceram, se têm mais ou menos tumores."

Cercada por uma densa população urbana, a Baía de Guanabara já foi um berçário para a vida marinha, mas ao longo dos anos tem sofrido com o despejo de esgoto e outros tipos de lixo.

Em 2022, os cientistas descobriram que três quartos das tartarugas-marinhas do local tinham tumores.

Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, Gustavo Baila, oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio Grande, disse que os animais estão mais saudáveis na comparação com 2023.

A imagem mostra duas pessoas em um ambiente de tratamento veterinário. Uma tartaruga marinha está deitada sobre uma superfície acolchoada, enquanto uma das pessoas, vestindo um jaleco branco, está usando um aparelho de ultrassom para examinar a tartaruga. A outra pessoa, com cabelo preso, observa e anota informações. Ao fundo, há um computador portátil e outros materiais de trabalho.
Pesquisadores fazem ultrassom em tartaruga-marinha da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro - Pilar Olivares - 29.ago.2024/Reuters

"As tartarugas são espécies marinhas muito importantes para a conservação", diz Baila. "A gente observou uma alta incidência de tartarugas-marinhas com tumores, com deformidades que acabam sendo muito graves para o desenvolvimento dos animais."

O Brasil abriga cinco das sete espécies de tartarugas-marinhas que existem no mundo. No entanto, seu habitat natural é às vezes severamente afetado pelo homem. Os conservacionistas cobraram medidas mais rigorosas para proteger esses animais.

Alexandre Bianchini, vice-presidente da empresa brasileira de tratamento de água e esgoto Aegea, disse que cerca de R$ 2 bilhões foram investidos na limpeza da água na área. "A natureza responde", disse.

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