O governo vai trabalhar para adiar a votação na Câmara da Medida Provisória 232
– que reajusta a tabela do Imposto de Renda em 10% e aumenta o imposto dos
prestadores de serviço – marcada para a terça-feira (29) pelo presidente da
Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). A articulação política do Planalto avalia que
precisa de mais tempo para conseguir os votos suficientes dos partidos aliados
para aprovar a proposta e não deixar o presidente Lula exposto a mais uma
derrota.
Caso Severino não concorde em adiar a votação, a ordem é
negociar o texto da MP até que ela possa ser aprovada. No limite os governistas
já falam em retirar todos os pontos que signifiquem aumento de impostos,
mantendo apenas a correção da tabela em 10%. Amanhã (28) e quarta-feira (30), o
ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e o líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), vão se reunir com os líderes da base para avaliar os
votos reais com que o governo poderá contar. "O foco não é ganhar ou perder. O
foco é que o governo vai corrigir a tabela do IR e beneficiar 7 milhões de
pessoas e, para isso, é preciso ter financiamento", afirmou Chinaglia.