Pentágono adverte que violência vai além de Bagdá

A violência sectária está se espalhando de Bagdá para províncias ao norte da capital, deteriorando a situação de segurança que chegou a seu ponto mais complexo desde a invasão dos Estados Unidos em 2003, apontou nesta sexta-feira (1º) o Pentágono em seu relatório trimestral ao Congresso sobre os esforços para estabilizar o país árabe. "Condições que podem levar à guerra civil existem no Iraque, especialmente em Bagdá e arredores, e a preocupação com uma guerra civil entre a população iraquiana aumentou nos últimos meses", advertiu o relatório de 63 páginas.

A avaliação, já expressa publicamente por comandantes militares dos EUA nas últimas semanas, foi temperada por uma pitada de otimismo de que o governo iraquiano, apoiado pelas tropas dos EUA, conseguirá conter a violência sectária. O otimismo entre os iraquianos comuns, entretanto, diminuiu consideravelmente, segundo pesquisas apontadas no estudo.

O relatório é o primeiro ao Congresso desde que o governo iraquiano conseguiu preencher todos os ministérios no início de junho. Desde então, a violência sectária aumentou com "um número crescente de execuções, seqüestros, ataques contra civis" e de pessoas forçadas a abandonar suas casas, afirmou.

Hoje, equipes de resgate continuavam retirando corpos dos escombros de vários prédios após a onda de atentados ontem em Bagdá. De acordo com a polícia, 64 pessoas morreram e mais de 280 ficaram feridas nos ataques sectários contra apartamentos em bairros xiitas da capital. A violência sectária, segundo o relatório do Pentágono, já espalhou de Bagdá para as províncias de Diyala e Kirkuk, ao norte da capital. Também foi citado um crescente problema de violência na região sul, predominantemente xiita, especialmente na cidade de Basra.

"A situação de segurança está atualmente em seu estado mais complexo desde o início da Operação Liberdade Iraquiana", avalia o relatório, usando o nome militar americano para a guerra que foi lançada em março de 2003 para derrubar o ditador Saddam Hussein.

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