As famílias que invadiram uma área na Cidade Industrial de Curitiba, na madrugada de sexta-feira, permanecem no local. No final de semana o número de ocupantes no terreno aumentou, ultrapassando a cinqüenta famílias. O argumento dos invasores para o aumento é que são pessoas que estavam trabalhando durante a semana, e teriam vindo para ajudar na montagem das barracas e limpeza da área. Os invasores prometem ficar no terreno até que o proprietário comprove a propriedade.
Um os líderes da invasão, João Carlos Benelli, disse que a idéia é assentar no terreno setenta famílias que teriam feito um cadastro, porém, acredita que será possível colocar outras 25. “Tudo isso vai depender da medição que estamos fazendo”, falou. Segundo ele, essas pessoas não têm condições de pagar aluguel, e resolveram invadir porque sabem que a área não está regularizada.
A maioria dos que estão no terreno vieram de um loteamento que fica lado do local. Eles compraram lotes parcelados em doze vezes, e o proprietário – o mesmo que seria do terreno invadido – se comprometeu a repassar a escritura da área assim que legalizasse a situação do terreno, que é fruto de usucapião. Além disso, a escritura também não foi liberada porque existem pendências de pagamento de IPTU e multa do Ibama, pelo corte de árvores. Como a regularização não aconteceu, eles resolveram invadir e repartir os lotes.
Os proprietários da área prometem ingressar com um pedido de reintegração na segunda-feira. De acordo com Antônio Alceu Leite – que é filho do casal Anna Hondina e José Leite que tinham a posse da área – o impasse que ocorreu na comprovação da propriedade é que o terreno havia sido passado no nome de um “laranja”, mas a Justiça já anulou o documento reconhecendo a propriedade ao casal. Segundo Antônio Alceu, as pessoas que invadiram o terreno estão inadimplentes com o loteamento. Sobre as reclamações da escritura da área, Antônio Alceu disse que eles sabiam que se tratava de uma área rural que estava sendo regularizada.
