A realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 levou a Associação Nacional das Lavanderias do Brasil (Anel) a elevar de 5% para até 8% ao ano a projeção de crescimento nos próximos cinco anos.
O setor, que reúne empresas que atendem o consumidor final e companhias que prestam serviços para hotéis, hospitais e grandes indústrias, já é beneficiado pelo ritmo de crescimento da economia.
Mas esses eventos esportivos deverão ampliar os investimentos em hotéis e, com isso, a necessidade de serviços de lavanderia. Entre sexta-feira e ontem, empresários se reuniram em São Paulo para debater os desafios do setor no I Congresso Brasileiro de Lavanderias.
Paola Tucunduva, presidente da Anel, diz que a falta de mão de obra qualificada é um dos principais desafios para conseguir acompanhar o ritmo de crescimento que esses eventos proporcionarão à economia brasileira.
“Falta mão de obra em todos os Estados. Em Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Goiás, especialmente”, diz Paola, que tem atuado em São Paulo com a Associação Paulista de Apoio à Família para capacitar mulheres para o mercado de trabalho. “Das 40 mulheres que participaram do curso, 15 decidiram entrar no segmento de lavanderias. Meu sonho é multiplicar essa experiência no País”.
No Brasil existem 9 mil lavanderias, das quais 7,5 mil são domésticas, ou seja, atendem o consumidor final. Outras 1,5 mil atendem indústrias, hotéis e hospitais. Segundo Paola, o setor emprega cerca de 300 mil funcionários.
“A classe média está usando mais lavanderia, primeiro porque a renda cresceu e, também, porque está difícil contratar empregada doméstica. Na área industrial, além dos hotéis, há também a lavagem do jeans; e exigências legais de limpar uniformes que contém resíduos industriais que não podem entrar na rede de esgoto sem tratamento”.
Locação
O setor também está empenhado em elevar negócios de locação. Neste modelo, a lavanderia é responsável pela compra, por exemplo, de uniformes para uma indústria ou lençóis para um hotel e se responsabiliza por lavar essas peças.
“A grande vantagem para o cliente é que ele canaliza seu investimento para o que vai gerar receita, que é a estrutura do hotel e não na compra do enxoval. Para lavanderia, esse é o principal negócio. E vai trabalhar para que a roupa dure mais tempo e evitar desperdício”, explica a executiva.
Apenas 50% dos negócios industriais de lavanderia trabalham com locação, de acordo com Paola. Nos Estados Unidos e na Europa, 90% das lavanderias industriais prestam esse serviço.