O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que a redução das taxas de juros apuradas pelo BC em abril ante março, na média diária do crédito livre, além da redução dos spreads, é um fator que está melhorando a tomada de empréstimos no País. Hamilton anunciou hoje que concessões de crédito subiram 8,1% para pessoa física, avançaram 4,6% para pessoa jurídica e aumentaram 6% no critério geral. Os dados serão detalhados pelo BC na próxima sexta-feira.
Segundo ele, os juros para pessoas físicas caíram 2,3 pontos porcentuais, na mesma base de comparação, e recuaram 1,4 ponto porcentual para empresas. As taxas para o crédito livre em geral baixaram 2 pontos porcentuais. Quanto ao spread, ele apontou que de março para abril foi registrada uma retração de 0,9 ponto porcentual para pessoas jurídicas, recuo de 1,9 ponto porcentual para pessoas físicas e queda de 1,5 ponto porcentual no geral.
“A redução das taxas sem dúvida é um fator levado em consideração pelos agentes econômicos, como as famílias, porque o mercado de crédito está mostrando uma reação mais forte na margem”, disse. “Como o mercado de trabalho está robusto e há expansão da renda, com redução dos juros, esse são elementos para sustentação da demanda de crédito”, afirmou. “Os movimentos de Caixa, BB e de outras instituições está refletindo na queda dos juros”, disse.
Para Araújo, não há no curto prazo sinais de alta do comprometimento da renda das famílias. “Atingimos o ponto máximo desse comprometimento em outubro, quando chegou perto de 22,5%, e atingiu 21,99% em fevereiro”, disse. “Temos visto recuo moderado”, destacou.
O diretor do BC avalia que existem condições para a continuidade da expansão da concessão de crédito na economia, pois está num patamar ao redor de 50% do PIB, uma taxa bem inferior ao registrado por diversos países. “No mercado imobiliário, por exemplo, há um espaço grande para crescimento”, disse. Ele reiterou, como uma estimativa razoável realizada pelo BC, que a concessão de crédito deve crescer 15% neste ano.
“O modelo de crescimento do País não está calcado apenas na concessão de crédito, mas também no avanço dos investimentos, que saíram do patamar de 17% do PIB há alguns anos para 19% do PIB (recentemente)”, disse Araújo. Perguntado se não causou apreensão o fato da Formação Bruta de Capital Fixo ter desacelerado em 2011, pois atingiu 19,3% do PIB, ante 19,5% em 2010, o diretor explicou que a piora da crise internacional em meados do ano passado ajudou a reduzir tal ritmo. “Mas precisamos lembrar que a redução dos juros gerais da economia colaboram para elevar os investimentos”, disse.