Bancários de todo o País devem retomar hoje a agenda de protestos e mobilizações, conforme orientação da Executiva Nacional dos Bancários. As manifestações acontecem no dia em que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) estará julgando o dissídio coletivo dos funcionários da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que durou 30 dias e terminou na última sexta-feira. Em Curitiba, os bancários realizam hoje, a partir do meio-dia, manifestação na Rua XV de Novembro, em frente ao Palácio Avenida.
A idéia, segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, José Paulo Staub, é montar um telão na XV para que a população acompanhe o julgamento da greve no TST, marcado para 13h. Faixas, cartazes e o enterro simbólico dos banqueiros deverão fazer parte do protesto. O objetivo dos bancários é realizar hoje um Dia Nacional de Lutas, com paralisações e manifestações em todo o País. A posição do sindicato em Curitiba, no entanto, foi pela não paralisação das agências bancárias. A decisão, porém, dependia ainda da assembléia da categoria, realizada ontem à noite.
Em Curitiba, a greve que durou quase um mês foi encerrada no último dia 13. Segundo o Sindicato dos Bancários, os gastos com a paralisação – incluindo aluguel para a realização das assembléias, faixas, cartazes, carros de som – somaram quase R$ 200 mil. No Rio de Janeiro, conforme o sindicato daquela capital, foram gastos quase R$ 400 mil com a organização do movimento, propaganda, alimentação de ativistas e atividades de apoio.
Desconto
Cerca de 150 mil funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal receberam ontem o pagamento de setembro com o desconto de cinco dias, por causa da greve que mobilizou a categoria por um mês. Para o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, não havia necessidade de realizar o desconto, uma vez que o julgamento da paralisação está marcado para hoje. O julgamento do dissídio coletivo deverá pôr fim ao impasse sobre a negociação salarial dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Histórico
A greve dos bancários teve início no dia 15 de setembro, primeiramente em quatro capitais. Logo a paralisação se estendeu para outras vinte capitais e cidades do interior. Os bancários reivindicavam, inicialmente, reajuste de 25%. Com a falta de negociação e a greve se estendendo por tempo indeterminado, os bancários reduziram a reivindicação para 19% de reajuste, abono de R$ 1.500, PLR de um salário mais R$ 1.200 e o não desconto dos dias parados.
A proposta rejeitada pelos bancários previa reajuste salarial de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500 – o que implicaria em reajustes de até 12,77% e aumento real de 5,75%.
Para os que ganham acima de R$ 1.500, o reajuste sugerido era de 8,5%, assim como para as demais verbas de natureza salarial como vales alimentação, refeição e auxílio-creche. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram o desconto de cinco dias de cada funcionários pela paralisação referente ao mês anterior.