CPI detalha atuação de parlamentares nas fraudes das ambulâncias

Brasília – A sub-relatoria de Sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas detalhou a atuação dos parlamentares que apresentavam emendas para a compra superfaturada de ambulâncias. A comissão montou um gráfico simplicado para cada investigado, estabelecendo relações com emenda, prefeitura e Ministério da Saúde.

As fraudes que beneficiaram parlamentares, prefeitos e os empresários da Planam teve como uma das peças chave no Congresso Nacional, por exemplo, o deputado Lino Rossi (PP-MT). Segundo o relatório parcial da CPI, Rossi repassou o esquema para outros parlamentares.

Só em 2002, o deputado apresentou três emendas na área da saúde, sendo uma genérica (que pode ser desmembrada para atender a vários municípios), no valor de R$ 1,3 milhão, e duas carimbadas (que são destinadas a municípios específicos) -, uma no valor de R$ 80 mil e outra de R$ 100 mil.

A emenda genérica de R$ 1,3 milhão apresentada pelo deputado previa a compra de unidades móveis de saúde e foi pulverizada, pelo próprio parlamentar, para atender diversos municípios em Mato Grosso, a base do esquema segundo as investigações da Justiça e da Polícia Federal.

Só em 2002, de acordo com o último levantamento feito pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, foram onze municípios do estado de Mato Grosso que assinaram convênio com o Ministério da Saúde no valor de R$ 114,4 mil para a compra de unidades móveis de saúde em função da emenda genérica do deputado.

Em 2003, o deputado apresentou, para a aquisição de ambulâncias, uma emenda genérica no valor de R$ 1,5 milhão e uma específica para a cidade de Cuiabá no valor de R$ 220 mil. Essa emenda resultou em 12 convênios assinados com o Ministério da Saúde para a compra de unidades móveis por meio da Planam. A empresa é acusada de liderar o esquema da máfia das ambulâncias.

De acordo com o relatório parcial da CPI, o deputado Lino Rossi seria o responsável por apresentar os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin e Ronildo Medeiros, donos da Planam, a vários parlamentares que teriam se beneficiado do esquema.

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