Ribeirão Preto-SP volta a enfrentar epidemia de dengue

Com um crescimento de mais de 3.300% no número de casos no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012, Ribeirão Preto (SP) voltou a enfrentar uma epidemia de dengue, a sétima nos últimos dez anos. De janeiro a março deste ano, foram exatos 3.409 casos confirmados contra apenas 98 nesse período de 2012. Já foram notificados neste ano 15.837 casos suspeitos da doença, que pode vir a ser confirmada em muitos pacientes ainda nos próximos dias.

Esse aumento da dengue foi sentido no serviço público de saúde. As cinco unidades de pronto-atendimento da cidade registraram 86 mil pacientes em março, o que corresponde a uma alta de 43% em relação a janeiro e fevereiro. Estatísticas da Secretaria de Saúde do município apontam uma média de atendimento de 2.800 pacientes por dia e boa parte com os sintomas da doença.

Para dar conta do crescimento na demanda, a prefeitura se viu obrigada a contratar, em caráter emergencial, mais médicos por meio da Fundação Santa Lydia. Um concurso público também está em andamento. Nas ruas, providências também foram tomadas. Foi intensificado o trabalho de combate ao mosquito transmissor. Porém, esse tem sido uma questão séria em Ribeirão Preto, onde alguns bairros apresentam mais de 20% das casas com criadouros, caso, por exemplo, da Vila Carvalho. No resto da cidade, a dificuldade também preocupa, uma vez que 80% dos criadouros encontram-se dentro das residências.

Explicação

Há menos de um mês, a diretora da Divisão de Planejamento em Saúde da secretaria, Maria Luiza Santa Maria, comemorava porque ainda não havia epidemia. “São 170 casos para cada cem mil habitantes, o que não é tão preocupante”, disse, na ocasião. Mas a situação se agravou de forma meteórica e hoje são 563 casos para cada cem mil habitantes, bem acima dos 300 previstos para configurar uma epidemia. Indagada nesta quinta-feira sobre a escalada da doença, a diretora alegou que esse aumento era esperado e que, em abril, a dengue deve seguir em alta.

“De 2006 para cá, tivemos números elevados da dengue, o que configura uma situação chamada de hiperendemia”, disse Maria Luiza. Segundo ela, isso significa que ocorrências da doença são registrados durante todo o ano, mas com picos em um determinado período, nesse caso entre janeiro e abril de forma crescente. Por isso, ela afirma que os números devem baixar somente a partir de maio.

Consciência

Com relação ao fato de o combate ao mosquito não estar conseguindo reduzir as estatísticas, ela argumenta que isso depende mais da população do que do próprio poder público. “A gente faz campanha de combate aos criadouros, inclusive em instituições como as escolas, mas parece que não resolve”, afirma. Para Maria Luiza, somente a conscientização das pessoas garantirá um combate mais efetivo à dengue.

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