O presidente do PT, Ricardo Berzoini, negou nesta quarta-feira (20) que representantes do partido tenham negociado a divulgação de dossiê que poderia comprometer as candidaturas dos candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência da República, Geraldo Alckmin. "Isso não é verdade", afirmou Berzoini. Ontem, porém, ele admitiu ter tido conhecimento de que a revista Época foi procurada por membros do comitê de campanha do PT para tratar de "assuntos jornalísticos"
Berzoini disse hoje que cabe apenas à Polícia Federal dar as respostas e fazer as investigações. "Há setores da oposição que estão se apegando a esse episódio como uma bóia de salvação eleitoral", afirmou. "E isso não é bom para a democracia do País", acrescentou o presidente do PT, pouco depois de participar de reunião no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e das Relações Institucionais, Tarso Genro, e ainda o secretário particular, Gilberto Carvalho e o marqueteiro da campanha, João Santana
Berzoini reclamou até mesmo do tratamento dado pela imprensa sobre o episódio. "É óbvio que queremos ressaltar que há um desequilíbrio. Fala-se muito em relação ao que aconteceu (o flagrante) que é grave e deve ser apurado e fala-se muito pouco em relação ao conteúdo das informações publicadas", afirmou Berzoini, referindo-se aos documentos apreendidos. Em seguida ponderou: "Mas essa é uma questão que vocês (imprensa) devem avaliar e ver qual é a importância de cada pauta", acrescentou. "O importante é que a campanha presidencial tenha o debate programático continuado e possamos ter um debate político de qualidade"
Em entrevista, Berzoini disse que a Polícia Federal está agindo com "rapidez". "Nós trabalhamos para que a PF possa imediatamente solucionar essa questão e apresentar os responsáveis ao País. Nós queremos que a PF faça sua apuração e apresente os resultados. Não queremos suscitar qualquer especulação. Questionado sobre a participação do ex-secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas e diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Berzoini, no episódio de negociação do dossiê com a revista Época, Berzoini se esquivou. "A Polícia Federal poderá esclarecer isto.