A história de Ildefonso Pereira Correia, o barão do Cerro Azul, será projetada na tela do 31.º Festival do Cinema Brasileiro e Latino de Gramado (RS), no encerramento da mostra competitiva, na próxima sexta-feira. O personagem principal do longa-metragem O Preço da Paz é interpretado pelo ator paranaense Herson Capri.
Em sessão reservada, a película, com 103 minutos de exibição, foi muito aplaudido em Curitiba. No dia 7 de setembro, o filme será reapresentado em sessão especial no Teatro Guaíra, para o governador Roberto Requião (PMDB) e convidados.
O Preço da Paz é o primeiro longa produzido por Maurício Appel, que abandonou a advocacia para se dedicar à produção cinematográfica a partir de 1993 e produzir curtas-metragens, comerciais e documentários. A superprodução paranaense é uma das favoritas dessa edição do Festival e concorre ao Kikito com outros quatro filmes na categoria longa-metragem brasileiro de ficção em 35 mm.
Paulo Morelli e Walter Negrão assinam, respectivamente, a direção e roteiro de O Preço da Paz, que conta também com o fotógrafo Luís Branquinho e o músico Jayme Zenamon ? todos estreantes em longa-metragens. No elenco, além de Herson Capri estão Giulia Gam (baronesa do Cerro Azul), Lima Duarte (Gumercindo), José de Abreu (Cezário), Camila Pitanga (Anésia) e Danton Mello (Daniel).
Rodado inteiramente no Paraná e utilizando seis cidades e suas paisagens como cenário, a película leva ao espectador em uma reconstrução fiel do final do século XIX. Para aumentar a verossimilhança das caracterizações, os atores principais, outros 63 coadjuvantes e 1.300 figurantes, contaram com 3.750 peças de figurino e 3.870 objetos emprestados. Nas batalhas foram usados 480 cavalos, 390 soldados e disparados 2.600 tiros. A trilha sonora foi executada pela Orquestra Sinfônica de Berlim, que aprovou as 18 músicas propostas.
História
A intenção do produtor é levar ao conhecimento público a história do barão do Cerro Azul, um homem que levou às últimas conseqüências suas convicções. No fim do século XIX, durante a Revolução Federalista, o barão pagou aos revolucionários Maragatos para que não destruíssem Curitiba. Depois foi considerado traidor e teve sua história proibida por mais de 40 anos. Seus feitos não constam nos livros oficiais. Mesmo em Curitiba, pouquíssimas pessoas conhecem a história desse personagem.
Segundo a divulgação da produtora, para compor o roteiro com fidelidade, Negrão e Maurício Appel consultaram mais de 5 mil páginas de pesquisa e contaram com uma ajuda especial: a consultoria do espírito do doutor Leocádio Correa, cunhado e primo do barão, “que supervisionou o roteiro e deu preciosas dicas para sua elaboração”.
Para levar o projeto às telas, a produção teve o patrocínio da Copel, Brasil Telecom, Eletrobrás, Sanepar, BR Distribuidora e Siemens.