Para manter seus dois casamentos, Cadinho (Alexandre Borges), em apenas uma semana da novela “Avenida Brasil”, já fingiu um acidente de carro, se escondeu embaixo de uma mesa num restaurante, gastou dinheiro com vestidos e um carro e teve de se desdobrar ao ver suas duas mulheres no mesmo local. As duas, à sua espera. Abalado com o duplo encontro que quase expôs sua bigamia – e que tiraria o fôlego de qualquer um -, Cadinho foi desanuviar do jeito que sabe: arrumou uma amante.
Parte do núcleo mais colorido do folhetim das 9 de João Emanuel Carneiro que começa a engrenar, a trama de Cadinho e suas três mulheres serve de contraponto à história principal mais tensa, que envolve Rita (na infância, Mel Maia, e na fase adulta, Débora Falabella) e a vilã Carminha (Adriana Esteves).
Já nos primeiros capítulos, o clima de confusão e comédia pastelão já pautou as sequências. A primeira mulher é a consumista Verônica, papel da atriz Deborah Bloch. A desapegada Noêmia, interpretada por Camila Morgado, é a segunda esposa de Cadinho. Empresário bem-sucedido do mercado financeiro, Cadinho usa as viagens de trabalho para se equilibrar entre as duas casas e enganar as duas mulheres, que não sonham com a existência uma da outra. Cadinho diz que vai a São Paulo alguns dias da semana, o que torna o malabarismo possível.
Para desestabilizar ainda mais a corda bamba de Cadinho, Alexia (Carolina Ferraz) também ganha sua parte na vida do mulherengo. Em uma noite de sexo casual, ela engravidou. Ao contrário das outras, já descobriu a cachorrada, mas não resiste às investidas do empresário.
A trama, que começou situada no ano de 1999, terá nesta segunda seu avanço no tempo, até os dias atuais. A vida de Cadinho, então, ganha espaço no folhetim. Além das mulheres, entram em cena os filhos: a acrobata Débora (Nathalia Dill), filha de Verônica; Tomás (Ronny Kriwat), filho de Noêmia, que segue a linha do pai como playboy galinha e Paloma (Bruna Orphão), filha de Alexia, que desconhece a identidade do pai.
Não é a primeira vez que Borges vive um homem, digamos, com muito amor para dar. Em “Laços de Família” (2001), seu bon vivant Danilo engravidou a empregada. Mais recentemente, o estilista Jacques Leclair, de “Ti-ti-ti” (2010), se envolvia com as clientes. Engrossar essa lista não parece trazer problemas ao ator. “Não tenho nenhum tipo de temor. A novela é um universo feminino, e fico feliz que os homens se identifiquem com meus personagens.” As informações são do Jornal da Tarde.