Galaxy S22 Ultra: os erros e acertos da Samsung no novo celular
Lançamento do celular da Samsung no Brasil tem preço sugerido de R$ 9.499. Confira os pontos que chamaram a atenção no Galaxy S22 Ultra após alguns dias de uso.
Por Thássius Veloso (@thassius)
O Galaxy S22 Ultra está à venda no Brasil pelo preço sugerido de R$ 9.499 na versão com 256 GB. Quem quiser ainda mais poderá pagar R$ 10.499 por 512 GB. Trata-se de um celular potente, com o que há de mais avançado no mercado. Sua ficha técnica está recheada com processador Snapdragon 8 Gen 1, câmera de 108 megapixels e muito mais. Com tantos atributos, fica a questão: qual a experiência de uso do smartphone? Passei alguns dias brincando com o sucessor do Galaxy S21 Ultra. Não deu para testar tudo, mas já deu para ter uma noção dos acertos e erros da Samsung no grande lançamento da marca neste semestre – e principal rival do iPhone 13 Pro Max.
Assista o vídeo e confira 7 fatos sobre o Galaxy S22
Confira 7 fatos sobre o Galaxy S22
Samsung Galaxy S22 Ultra: pontos positivos e negativos
✅ O Galaxy S22 Ultra é rápido em quase tudo
O hardware do novo Ultra não deixa dúvidas de que a Samsung está almejando um consumidor exigente. O comando da companhia teve o bom senso de trazer o Snapdragon 8 Gen 1 para o país, uma maneira de enfraquecer as críticas e deixar de lado a tradicional polêmica em torno do chip próprio Exynos.
Na minha experiência, esta versão do Galaxy S22 executou bem variadas atividades. Não fez mais do que a obrigação ao rodar liso a navegação na web, redes sociais, aplicativos como WhatsApp e Telegram, meu atribulado calendário no Google Agenda e apps de streaming.
Parte da percepção de velocidade certamente tem a ver com a tela de 6,8 polegadas. Além de ampla, brilhante e com alta resolução, ela adota a taxa de atualização que vai de 10 Hz a 120 Hz. Em outras palavras, o display consegue exibir até 120 imagens num único segundo. Isso é ótimo para navegar nos apps, no sistema Android e mesmo em jogos.
Dentre os destaques do novo dispositivo está o poderoso conjunto de câmeras capaz de tirar fotos de até 108 megapixels. A frontal sozinha faz registros de 40 megapixels. Ainda assim, apesar de todo o desenvolvimento no campo da fotografia, o uso do Instagram continua péssimo – para alegria da Apple, que tem uma versão praticamente impecável da plataforma de fotos e vídeos.
É batata: basta postar um story capturado diretamente com o Galaxy S22 Ultra para que os seguidores perguntem o que aconteceu com a qualidade da imagem. Uma dica para quem faz questão do Galaxy é gravar o conteúdo diretamente no app de câmera, já fazer todas as edições e depois somente importar para o Insta.
✅ A canetinha tem seu charme
Conheço muitos viúvos e viúvas do Galaxy Note. A linha de celulares ficou famosa por trazer novidades e quebrar paradigmas da indústria. Virou sinônimo de produtividade. Para chegar neste patamar, não há dúvida de que a canetinha S Pen se tornava um belo chamariz. Apesar do Note não existir mais, o S22 Ultra tem uma stylus para si.
A Samsung não inventou nenhuma roda em relação a isso. Segue o padrão do Galaxy Note 20 Ultra, com um espaço para o acessório. Ele está melhor, com latência que caiu de 9 milissegundos para 2,8 milissegundos nesta geração.
O que fazer com a caneta do Samsung Galaxy S22 Ultra? Principalmente anotações na tela grande. Este recurso facilita tirar print de uma área específica com precisão milimétrica. Também ajuda a compartilhar o captura de tela já com observações manuscritas. Enfim, dá um tom artesanal a qualquer imagem antes de repassar para amigos, clientes etc.
A S Pen serve ainda para produzir ilustrações. Eu acho improvável que designers, artistas e profissionais criativos prefiram a tela de um smartphone – ainda que grande – em detrimento de um tablet para este fim. De toda forma, a possibilidade está posta.
O aplicativo Samsung Notes marca presença. Está melhor do que nunca para quem vive totalmente imerso no ecossistema Galaxy e Windows. Ainda fica devendo, porém, uma versão do app para Mac. A Samsung no Brasil sugeriu associá-lo ao Microsoft OneDrive para ver as anotações no computador da Apple. Usuários podem usar a canetinha como controle remoto para disparar o obturador da câmera, mudar a lente, entre outras funções. Este recurso já existia no Galaxy Note. É bom vê-lo na linha S.
✅ Always On do S22 Ultra continua bem interessante
Pode parecer um detalhe bobo, mas eu continuo gostando bastante do recurso de Always On. Ele tira proveito de uma característica da tela com painel AMOLED Dinâmico 2X que reduz bastante o gasto de energia em imagens com muitos pixels pretos. Na prática, tenho a possibilidade de exibir relógio, calendário e compromissos do dia sempre que o Galaxy S22 Ultra está sem uso. O impacto de bateria é mínimo.
❌ Esperava mais da bateria
A ficha técnica divulgada pela Samsung menciona bateria de 5.000 mAh. Não é muito quando consideramos que o mercado tem celulares com componente que pode passar dos 6.000 mAh. Em outras palavras, o tanque de combustível poderia ser maior no celular Samsung Galaxy S22 Ultra.
O pouco tempo de testes não me permitiu realizar experimentos mais avançados. Acabei optando por experimentá-lo no meu cotidiano mais insano, com muitas interações nas redes sociais, troca de mensagens com fontes, ligações e um longo período de leituras na internet. Tudo isso tem um relevante impacto no chamado tempo de tela.
Tirei o Galaxy S22 Ultra da tomada às 06h32 com 100% de carga. Ele zerou às 17h15. Ou seja, deu pouco mais de dez horas e meia de uso intenso. A título de comparação, houve vezes em que o iPhone 13 Pro Max saiu do carregador no mesmo horário e conseguiu chegar ao fim do dia sem receber uma recarga.
A Samsung faz alusão a uma bateria que “dura além do dia todo” nos materiais de divulgação. As letras miúdas explicam que a duração real “varia conforme o ambiente de rede, recursos e aplicativos usados, frequência de chamadas e mensagens, número de cargas e muitos outros fatores”. Ela tem razão. Acredito que pessoas com rotinas menos dependentes de smartphone – afinal, eu sou editor deste segmento aqui no TechTudo – consigam resultados mais satisfatórios.
✅ Câmeras potentes no Galaxy S22 Ultra
O conjunto fotográfico do Galaxy S22 Ultra se estrutura da seguinte forma:
- Principal de 108 MP (f/1.8, 85º e Dual Pixel AF)
- Ultra wide de 12 MP (f/2.2 e 120º)
- Teleobjetiva de 10 MP (f/4.9, 11º e zoom ótico de 10x)
- Teleobjetiva de 10 MP (f/2.4, 36º e zoom ótico de 3x)
- Frontal de 40 MP (f/2.2 e 80º)
Trata-se de um smartphone versátil capaz de tirar boas fotos em muitas situações do cotidiano. A Samsung segue tendo um supertrunfo no campo da fotografia digital. Partindo do pressuposto de que as fotos saem bem na maioria das vezes, destaco o tal do “nightography”, termo que mistura “noite” e “fotografia” em inglês. O novo Ultra tem um sensor 23% maior do que na geração passada, o que se traduz numa capacidade superior de detectar a pouca luz no ambiente.
Os resultados em condições drásticas de iluminação foram dissonantes. Quando estava em São Paulo, num encontro promovido pela marca, a sala com paredes pretas e muitos feixes de luz neon (em variadas cores) garantiu registros belos, fortes e razoavelmente definidos, mesmo ao brincar com reflexos.
Por outro lado, a tentativa de registrar a Lua Cheia no céu do Rio de Janeiro virou uma tragédia. O corpo celeste virou um borrão branco e pouco definido. Parecia um pão de queijo. A tecnologia de zoom continua impressionante. São duas câmeras teleobjetivas de 10 megapixels com aproximação de 3x e 10x. Os resultados de retratos são bem bons. Cabe a ressalva, porém, de que o uso excessivo da aproximação pode gerar registros aquarelados ou um tanto borrados.
Hoje em dia a Apple se tornou referência para o chamado modo cinema no registro de vídeos, quando a pessoa fica bem definida e o fundo ganha um charmoso efeito de embaçamento. A Samsung foi pioneira ao adotar o recurso em modelos anteriores, mas nunca foi verdadeiramente bom. Devo dizer que minha experiência de “vídeo em retrato” com a frontal do S22 Ultra foi bastante satisfatória.
Antes que você vá embora
Os pontos acima são os que mais chamaram minha atenção neste primeiro contato com o Galaxy S22 Ultra. Existem muitos outros que merecem um exame mais minucioso. De toda forma, a proposta deste artigo é te trazer um primeiro olhar sobre um dos produtos mais aguardados do vibrante mercado de celulares. O Galaxy S22 Ultra tem preços de R$ 9.499 (256 GB) e R$ 10.499 (512 GB) no Brasil, nas cores preto, branco, verde e vinho. Quem quiser carregador deverá solicitá-lo numa página específica da Samsung.
A linha fica completa com o Galaxy S22 e o Galaxy S22 Plus por valores sugeridos a partir de R$ 5.999 e R$ 6.999, respectivamente. Existe muita diferença entre os diversos modelos. Sugiro fazer o dever de casa antes de escolher seu favorito.
Ficha técnica do Galaxy S22 Ultra (Samsung)
- Tamanho da tela: 6,8 polegadas
- Resolução de tela: QHD+ (3088 x 1440 pixels)
- Painel de tela: AMOLED Dinâmico 2X
- Câmera traseira: principal de 108 MP, ultra wide de 12 MP, teleobjetiva de 10 MP (3x) e teleobjetiva de 10 MP (10x)
- Câmera frontal: 40 MP
- Sistema: Android 12 + One UI 4.1
- Processador: Snapdragon 8 Gen 1 (Qualcomm)
- Memória RAM: 8 GB / 12 GB
- Armazenamento: 128 GB / 256 GB / 512 GB / 1 TB
- Cartão de memória: sem suporte
- Bateria: 5.000 mAh
- Peso: 229 gramas
- Dimensões: 163,3 x 77,9 x 8,9 mm
- Cores: preto, branco, verde e vinho
- Lançamento global: fevereiro de 2022
- Preço de lançamento (EUA): US$ 1.199
- Lançamento no Brasil: fevereiro de 2022
- Preço no Brasil: R$ 9.499