Review Call of Duty Black Ops 6: história é rasa, mas multiplayer diverte

🎮 Call of Duty Black Ops 6: veja download no PS5, Xbox, PC e via Game Pass
➡️ Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews

👉 Qual o melhor Call of Duty? Opine no Fórum do TechTudo
🔻 Guia do WhatsApp: baixe o e-book gratuito sobre o aplicativo agora

A história de Call of Duty: Black Ops 6 se passa em 1991, anos depois dos acontecimentos de Call of Duty: Black Ops 2, que acontece no período de 1986 a 1989. Essa falta de continuidade na linha do tempo é ruim para os fãs de longa data que ansiavam por respostas sobre a franquia, mas pode ser vista como positiva por parte dos novos usuários, que não terão a necessidade de saber tudo sobre a saga para jogar a campanha. Não muito diferente de outros títulos da saga Call of Duty, a gameplay é acelerada com muitas explosões, tiros e batalhas nas linhas inimigas.

No início, o jogo coloca Harrow, Marshall e Woods perante um interrogatório interno da CIA, que visa descobrir o que de fato ocorreu em uma missão no Kuwait. Após algumas perguntas, o player é transportado para um flashback jogável, onde Case, o personagem mais utilizado durante toda campanha, Marshall e Harrow combatem as forças do país do Oriente Médio. Nessa primeira missão, os agentes do governo americano conseguem capturar Alawi, Ministro da Defesa kuwaitiana, mas, depois de interceptar o alvo, algo inesperado acontece: o kuwaitiano revela ter um acordo com o serviço de inteligência dos Estados Unidos.

Em seguida, helicópteros e jipes do Panteão (organização infiltrada na CIA, que conta com ex-operadores europeus e americanos) chegam ao local, ocasionando um conflito entre os mocinhos e os terroristas. Após muitos tiros e corpos estirados no chão, há um resgate protagonizado por Adler, um ex-agente desertor que antes de colocar todos em seu carro, executa Alawi a sangue-frio com medo de que o Panteão pusesse as mãos nele.

Ao final da primeira missão (flashback), a equipe que esteve presente nos incidentes do Kuwait é suspensa até segunda ordem. Após isso, os agentes se reuniram na safehouse de Woods, onde os jogadores podem acessar o quadro de missões, usar o dinheiro coletado em fases da campanha, melhorar a mira, incrementar pontos de vida e aspectos de movimentação, além de concluir objetivos secundários que concedem bônus aos players durante toda jornada de Case. Algo inédito que o FPS trouxe para a franquia é a variedade no estilo de missão, com fases em mundo semi-aberto que lembram Far Cry, etapas de terror que assustam e remetem ao modo zumbis, além, do tradicional tiroteio de COD.

Da mesma maneira que é interessante ter uma diversidade no jogo, há uma grande quebra de expectativa pelo fato de Call of Duty: Black Ops 6 ter se aproveitado dos personagens históricos da franquia para gerar um hype na comunidade. Após jogar o game da Activision, pode-se afirmar que a campanha mais parece um spin-off do que uma continuação. Para traçar um paralelo com a indústria de filmes, é justo dizer que os players tiveram a experiência de assistir a uma obra da Marvel, empresa que ressuscita seus personagens em vários momentos em linhas do tempo quebradas.

O modo multiplayer de Call of Duty: Black Ops 6 segue sendo a maior fonte de diversão do game, principalmente se levarmos em número consideração o número de horas gastas em cada parte do jogo, uma vez que a história possui apenas 8 horas de duração, segundo o site HowLongToBeat. O título da Activision possui 16 mapas disponíveis para diversos tipos de enfrentamento (6v6 ou 2v2) online. No COD deste ano, um novo modo chamado de Jura de Morte é o que mais tem se destacado entre os players durante as primeiras semanas de gameplay. Nele, os jogadores precisam proteger o seu Alvo de Alto Valor (AAV) enquanto caçam o da equipe inimiga. Ganha o time que conquistar mais pontos.

O game conta com locais clássicos, como o Nuketown, mapa muito adorado pela comunidade que traz um conjunto residencial em Nevada com duas casas exploráveis. A "Nuke" segue sendo um mapa frenético e caótico, mas o fato dos players mais antigos já possuírem na memória o fluxo de movimento e rotação faz com que as partidas disputadas exijam um raciocínio rápido normal para a maioria dos jogos de tiro com multiplayer. As novas localizações, como Babylon e Subsonic, outros mapas com uma área pequena, não permitem um segundo de desatenção ao player, chegando ao ponto de o usuário morrer ao respawnar na partida ou nem perceber de onde veio o tiro.

Um ponto importante que também vale ser mencionado é o fato do jogo ter crossplay, isso é, permitir que usuários de todas as plataformas onde o game está disponível possam se enfrentar em partidas online. Além da possibilidade de cooperação multiplataforma, o player também pode exportar todo o seu progresso para qualquer outro console ou PC que for jogar. Para isso, basta possuir uma conta ativa na Activision, associá-la ao principal dispositivo utilizado para jogar o Call of Duty: Black Ops 6, e automaticamente todas as suas compras e progresso serão salvos de forma online.

Algo que não mudou do multiplayer de Call of Duty: Modern Warfare 3 para o atual é a necessidade de upar (evoluir) todas as armas do game para que você consiga ter uma classe que esteja boa o suficiente no meta. Caso o jogador não seja empenhado em desbloquear e utilizar os mesmos equipamentos letais que a maioria, rapidamente ele será uma"free kill" (morte garantida) na maioria das partidas.

Além dos fatos já citados, a movimentação também interfere muito na gameplay, principalmente agora com o surgimento do Omni-Movment, uma mecânica que dá ao player a possibilidade de deslizar e atirar em qualquer direção. Somando esses dois pontos a habilidades já existentes, como Slide Cancel (uma forma de se movimentar mais rápido), por exemplo, o modo multiplayer fica bem difícil para novos jogadores que não possuem experiência de COD.

O modo Zumbis do Call of Duty: Black Ops 6 traz de volta as ondas crescentes de mortos-vivos para enfrentar. No lançamento, o título traz dois mapas para os usuários: Terminus, situado em uma ilha remota e Liberty Falls, ambientado na Virgínia. O primeiro local, além de contar com uma história robusta que vai se revelando conforme os jogadores desbravam a ilha, também é o palco principal do novo Zumbis. O segundo mapa vai na contramão do seu par e mostra um local melhor povoado, mais especificamente uma cidade litorânea, que fica tomada por comedores de miolos.

Durante os rounds, os jogadores conseguem explorar o mapa e evoluir o personagem com vantagens que são permanentes e impactam diretamente na facilidade da progressão. Uma coisa diferente da versão deste ano para outras edições é a dificuldade mais acessível no começo, mas que vai escalonando até o momento em que não param de surgir mini chefes e outros lacaios sem cérebro. Algo importante a ser relatado é um bug que vem ocorrendo nos rounds mais avançados, que deixa a tela toda preta ou congelada, ocasionando a morte dos players.

Este novo Zumbis traz algo que o modo Multiplayer não consegue: receptividade para todos os tipos de players. Com uma maior amplitude de dificuldade, o game faz o jogador evoluir de forma linear e gradativa, até se tornar um perito em subjugar os inimigos sem miolos. Além disso, o modo também traz muitos objetivos desbloqueáveis a longo prazo, como camuflagens, Dark Ops (desafios secretos), easter eggs, skins e mais.

Embora o modo não tenha muitas inovações, ele consegue reunir aspectos que favorecem players iniciantes, como Modo Guiado, responsável por apresentar um passo a passo para realizar o easter egg, além de particularidades mais direcionadas aos players de longa data, como zumbis "infinitos" em rounds mais altos.

Call of Duty: Black Ops 6 é uma franquia que está passando por uma renovação de público, o que implica em mudanças e novas apostas por parte da Activision. Algumas dessas novidades são divertidas e movimentam o game, como o novo modo de Multiplayer. Mas também há apostas que não surtem efeito positivo, (Omni-Moviment). O game é divertido e possui conteúdo para estar na sua lista de jogos, porém depende do que você procura em títulos do gênero FPS ou simulador de combate com armas. A jogabilidade é muito semelhante ao de outros nomes da saga, mas também conta com a nova mecânica de render um inimigo e usá-lo como escudo antes de executá-lo.

Respondendo à pergunta que dá nome ao tópico, Call of Duty: Black Ops 6 é um bom game e vale a pena ser jogado. Mas isso não altera o fato do jogo não possuir um bom custo beneficio, visto que faltam grandes novidades em comparação com o seu antecessor, além da Activision cobrar um preço alto. O ideal para comprar o título é esperar uma queda no preço do FPS ou uma promoção considerável, mas isso ainda deve demorar alguns meses para acontecer.