2XKO traz nova forma de se divertir com jogos de luta; testamos o Alpha Lab

Até o dia 19 de agosto, a desenvolvedora está realizando o Alpha Lab para que o público tenha a oportunidade de experimentar uma versão ainda em desenvolvimento do jogo, cujo acesso se dá somente mediante convites. O TechTudo teve acesso ao teste e conta, nas linhas a seguir, as primeiras impressões de 2XKO. Confira:

🎮 2XKO Alpha Lab: veja datas, personagens e mais da fase de testes do jogo
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Os jogos de luta em tag, no estilo Marvel Vs. Capcom, são particularmente conhecidos pelos seus combos extensos e sequências difíceis de defender — seja pela velocidade ou pelo excesso de estímulos visuais. Essas características, embora sejam um apelo do gênero, podem ter o efeito oposto na hora de cativar um novo público por serem muito intimidadoras.

Tudo isso existe em 2XKO, provavelmente como uma forma de ocupar o vazio deixado pela franquia de crossover, que não tem uma continuação desde 2017. No entanto, a Riot Games está apostando em formas de deixar o jogo mais convidativo para um público casual. Para começar, 2XKO tem apenas três botões de ataque (fraco, médio e forte) e dois de especial (S1 e S2). As variações acontecem dependendo da direção que esses botões são pressionados.

Esse esquema de controle dispensa as famigeradas meia-luas, entre outros comandos mais complexos que foram popularizados por franquias como Street Fighter e The King of Fighters. Logo nos primeiros minutos, é bastante intuitivo de entender e executar os golpes dos personagens. A verdadeira complexidade está em masterizar o tempo das sequências — especialmente aquelas que envolvem chamar um parceiro.

É nesse ponto que também está uma das maiores diversões de 2XKO, pois o jogo dá muita liberdade para que os jogadores criem as suas sequências ao chamar a assistência do segundo lutador da dupla. Enquanto ele estiver na tela, é possível pressionar o botão correspondente à assistência mais uma vez para realizar o Handshake Tag, que troca o personagem ativo naquele momento.

Essa mecânica abre margem para muitas jogadas ensaiadas e que podem ser difíceis de defender. Felizmente, 2XKO conta com uma série de mecânicas defensivas que buscam evitar que a ação seja muito unilateral. Entre elas, vale mencionar a presença de um empurrão que pode ser executado durante a defesa ou ao se levantar, uma esquiva para trás e até mesmo um parry, que serve para aparar golpes no momento correto.

O sistema de duplas dá um passo além ao introduzir a possibilidade de jogar cooperativamente com um amigo, e este é sem dúvidas o maior acerto da Riot Games em 2XKO. Em resumo, cada jogador pode controlar o seu respectivo personagem, exigindo comunicação e sincronia na hora de chamar as assistências e executar as trocas.

Os usuários têm controle sobre os seus respectivos golpes de assistência, mas apenas o jogador que estiver ativo em campo tem o poder de executar a troca. Por isso, a comunicação é a chave e pode render momentos muito engraçados. Esse sistema traz uma nova forma de pensar os jogos de luta, que costumam ser experiências mais individualistas.

Além disso, o modo cooperativo é uma excelente porta de entrada para que principiantes possam se divertir ao se unir com algum jogador mais veterano, quebrando mais uma barreira de entrada do gênero. Durante os testes, foi possível flagrar várias duplas nos lobbies online e há grandes chances de que esse seja um dos principais destaques de 2XKO no seu lançamento.

Algo que despertou muita curiosidade desde o anúncio de 2XKO é a sua funcionalidade online. Isso porque a Riot Games prometeu um netcode revolucionário, tendo em vista que o time de desenvolvimento conta com Tony Cannon, que é conhecido como o criador do netcode de rollback com o GGPO.

Essa tecnologia é responsável por proporcionar ambientes online mais confiáveis nos jogos de luta e já virou um padrão nos lançamentos mais recentes. O seu mérito é dispensar atrasos de inputs comuns ao antigo netcode baseado em delay, garantindo que a resposta dos comandos seja imediata para os jogadores.

Por ser um título ainda em desenvolvimento, o netcode estava com alguns problemas. Não foram raras as partidas em que era possível notar travadas e outros problemas de desempenho, especialmente contra estrangeiros. Também não ajuda o fato de que algumas animações do jogo não têm quadros de transição, dando a impressão de que os personagens teleportam e dificultando o entendimento.

Apesar disso, o netcode funcionou sem grandes dores de cabeça em partidas privadas com quatro jogadores simultâneos. A desenvolvedora ainda terá bastante tempo para refinar detalhes técnicos, então a tendência é que o netcode fique melhor com o lançamento do jogo em algum momento de 2025.

Já os lobbies online desagradaram. Os testes aconteceram em salas aleatórias com poucas dezenas de jogadores, limitando o matchmaking somente às pessoas que estavam ali. Para encontrar novos jogadores, era necessário voltar ao menu e se conectar novamente. As salas se passavam em uma espécie de casa de fliperama e permitiam aos jogadores controlar avatares personalizáveis.

Tudo parecia muito provisório: os avatares eram muito simples e o próprio funcionamento das salas, burocrático. Por exemplo: ao entrar na fila de matchmaking, o jogo por algum motivo obrigava o jogador a se dirigir a uma cabine no momento que encontrava um adversário. É bastante contraditório, já que o ideal seria encontrar a partida, aceitar e partir direto para a tela de seleção.

É claro que tudo ainda é provisório e deve passar por melhorias. Também há chances de que as salas foram organizadas desta maneira, sem filtros, para forçar os jogadores a se conectarem com estrangeiros para testar os limites do netcode. O fato é que o lobby com avatares personalizáveis divide opiniões e fica a expectativa para que tenha uma opção de um matchmaking mais tradicional, com um leque maior de jogadores.

Outro acerto de 2XKO é o seu visual, que traz gráficos tridimensionais e estilizados para simular um desenho animado. O resultado é bastante satisfatório, embora seja notável que os modelos poderiam ser um pouco mais detalhados. Provavelmente, o objetivo é garantir que o jogo consiga rodar em máquinas mais leves.

A direção artística acerta o tom e torna os gráficos bastante chamativos com suas cores. Infelizmente, ainda não é possível dizer o mesmo da interface dos menus, que parece truncada e desconexa neste momento inicial. Considerando que o jogo será um serviço, é essencial que ele acerte na navegabilidade. Felizmente, a Riot Games já declarou que eles são provisórios.

As músicas de 2XKO também deixam a desejar. Os temas dos personagens carecem de personalidade e são muito simples. Logo, ficam repetitivos muito rapidamente. Claro que o fato de que havia poucos personagens disponíveis pode ter influenciado esse sentimento, mas seria ótimo se a Riot Games entregasse composições mais marcantes.

Sem dúvidas, 2XKO promete agitar a comunidade de jogos de luta em 2025. A entrada de uma companhia como a Riot Games neste gênero, que é tão nichado, desperta a curiosidade de como ela pretende torná-lo interessante para um novo público — em especial, aqueles que já são fidelizados pela empresa graças a títulos como League of Legends.

O jogo traz várias mecânicas ofensivas e defensivas que dão margem para a criatividade dos jogadores, tornando as partidas bastante imprevisíveis. Os seus comandos simplificados também são um convite à experimentação e fazem com que os jogadores não precisem perder muito tempo na sala de treinamento para entender o funcionamento dos golpes.

A possibilidade de jogar em duplas com algum amigo é o maior diferencial. É fácil imaginar que um iniciante em jogos de luta, ao fazer par com algum veterano, estaria mais disposto a dar uma chance ao gênero. Além de ser muito divertido, o modo de duplas também é uma forma eficaz de "apadrinhar" um novo público e incentivar o aprendizado.

Todas essas características, aliadas a um elenco forte com personagens de League of Legends, passam a impressão de que 2XKO será um grande sucesso. A experiência no Alpha Lab foi bastante positiva, apesar dos problemas esperados de um título ainda em desenvolvimento. Talvez estejamos presenciando um grande divisor de águas no gênero e vale acompanhar de perto as próximas atualizações.