Wi-Fi é uma tecnologia de rede sem fio que conta com diferentes padrões até hoje. Todos são compatíveis entre si, o que permite a dispositivos com Wi-Fi 5 se conectarem a aparelhos com Wi-Fi 4, por exemplo. O padrão mais recente é o Wi-Fi 6E, que promove a chegada da nova faixa de frequência de 6 GHz, que promete entregar uma conexão mais estável e rápida, sendo ideal para streaming de conteúdos em 4K e 8K, por exemplo.
O próprio Wi-Fi 6, que ainda está se popularizando no Brasil, já é bem superior ao Wi-Fi 5 (802.11ac), entregando até três vezes mais velocidade. A seguir, saiba tudo sobre o Wi-Fi, desde sua história ate os detalhes dos padrões mais recentes do mercado.
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Wi-Fi: história
Wi-Fi virou o termo comercial para um conjunto de tecnologias que, usando sinais de rádio, permitem a troca de dados via protocolo Ethernet entre dispositivos dentro de uma mesma área. Criado na década de 1990, o Wi-Fi teve seu primeiro perfil técnico definido pela IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), ainda em 1997, e recebeu o nome de 802.11. Na época, o recurso chegava a modestos 2 Mb/s (megabits por segundo), permitindo a troca de apenas 250 KB por segundo.
Em 1999, os contornos finais para a aplicação comercial do Wi-Fi foram definidos e até o nome foi escolhido. A rede, que esteve perto de se chamar DragonFly ou WaveLAN, ganhou o nome conhecido hoje. A primeira geração do Wi-Fi, designada como 802.11a já tinha taxas de transferência entre 1 e 11 Mb/s. Ao longo dos anos, a tecnologia evoluiu não apenas em velocidade, mas também em recursos, com o surgimento de técnicas para tornar redes wireless mais eficientes, menos suscetíveis a interferências e obstáculos – além de mais seguras.
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Em 2009, a Wi-Fi Alliance, consórcio global que controla o desenvolvimento e implementação da tecnologia, liberou o Wi-Fi 4 (802.11n), já com frequências de 2,4 ou 5 GHz e velocidades de até 600 Mb/s.
O Wi-Fi 5, bastante associado à tecnologia dual-band, trouxe velocidades de até 6,9 Gb/s em 2014, enquanto o padrão mais recente, Wi-Fi 6 (e o 6E), entrou em fase comercial a partir de 2019, com promessa de velocidades de até 9,6 Gb/s. A partir de 2021, roteadores com o Wi-Fi 6E e as novas bandas de 6 GHz começam a ficar disponíveis ao público, mas ainda não há modelos do tipo no Brasil.
Nova nomenclatura
Em 2018, a Wi-Fi Alliance decidiu implementar uma mudança na forma de diferenciar cada padrão do Wi-Fi, tornando a tarefa de reconhecer cada uma delas mais fácil. Na prática, em vez de dizer que um determinado dispositivo tem Wi-Fi 802.11ac, você pode simplesmente classificar o aparelho como compatível com Wi-Fi 5, por exemplo.
A medida não eliminou a sopa de letrinhas e números, já que designações como 802.11ax (do Wi-Fi 6) ou 802.11n (do Wi-Fi 4) continuam válidas. Apesar disso, entende-se que elas servem mais como uma referência técnica de cada padrão, e não mais como seus nomes comerciais.
Wi-Fi 6
O Wi-Fi 6 é o padrão wireless mais recente. Em termos de adoção, a tecnologia ainda não é a mais utilizada, mas cada vez mais fabricantes lançam roteadores compatíveis, além de smartphones, computadores e até consoles mais recentes. O PlayStation 5, por exemplo, já vem com Wi-Fi 6.
Na comparação com o Wi-Fi 5, os grandes diferenciais do novo padrão ficam por conta das velocidades mais altas de operação, com a perspectiva de redes até 40% mais rápidas em alguns casos, além de uma série de tecnologias que visam mitigar problemas de congestionamento, latência e uso racional da largura de banda disponível em cada rede.
O Wi-Fi 6 permite múltiplos dispositivos conectados dentro de um mesmo canal e pode render velocidades de transferência de até 9,6 Gb/s (gigabits por segundo). Mais eficiente, o Wi-Fi de sexta geração permite que as redes sejam mais estáveis e funcionem de forma mais eficiente ao detectar qual aparelho precisa de mais banda a cada instante.
Wi-Fi 6E
O Wi-Fi 6E é uma extensão do Wi-Fi 6, tanto que a denominação técnica para esse novo padrão é a mesma: 802.11ax. O diferencial dessa novidade é que redes wireless compatíveis com a tecnologia passam a funcionar em modo tri-band, ao contrário do dual-band que persiste até o Wi-Fi 6.
Se antes o roteador entregava apenas duas redes, de 2,4 GHz e 5 GHz de frequência, agora será possível encontrar dispositivos com faixas de 2,4, 5 e 6 GHz ao mesmo tempo. Essa diferença deve garantir altas velocidades para dispositivos próximos do roteador, permitindo cenários de uso que envolvam realidade virtual sem fios, ou mesmo streaming de conteúdo 8K na TV, por exemplo.
Redes dual-band, tri-band e tipos de uso
Roteadores com Wi-Fi 5 e superiores estabelecem redes com múltiplas bandas. A razão para isso é simples: equilibrar maior alcance e maior velocidade em um único produto.
Por questões físicas, frequências de rádio mais baixas acabam indo mais longe. É por isso que redes de 2,4 GHz são as que alcançam áreas maiores e têm maior penetração diante de obstáculos. Já as frequências maiores, como 5 e 6 GHz, permitem uma conexão muito mais rápida, mas têm alcance limitado.
Se o seu roteador é dual-band ou tri-band – há modelos hoje no Brasil com duas redes de 2,4 GHz ou GHz –, muitas vezes você não precisa se preocupar com isso. Em alguns casos, o próprio dispositivo reconhece a melhor faixa e prioriza a conexão ideal.
É importante ter em mente que a presença de frequências mais altas terá impacto profundo naquilo que o Wi-Fi pode fazer dentro da sua casa nos próximos anos. Equipamentos Wi-Fi 6E terão uma capacidade muito maior de troca de dados, e isso pode abrir espaço para uma série de aplicações das redes wireless que são inviáveis hoje por conta da velocidade.
Entre elas, a transmissão de vídeos em 8K sem travamentos, realidade virtual também com boa resolução e mesmo o streaming de games em alta por serviços como o Google Stadia, por exemplo.
Compatibilidade
Apesar da constante evolução, os padrões Wi-Fi são todos compatíveis entre si. Isso significa que você pode comprar um roteador Wi-Fi 6E novo com a certeza de que seus equipamentos Wi-Fi 5 vão se conectar à rede normalmente. A única restrição é que essas conexões serão controladas pelo mínimo denominador comum entre os dois equipamentos – nesse caso o Wi-Fi 5.
O contrário também vale: se você investir em um dispositivo qualquer com Wi-Fi 6 ou mesmo 6E, não terá problemas em se conectar a uma rede que seja Wi-Fi 4 ou 5. Mais uma vez, vale a noção de que a conexão em si usará sempre o padrão mais antigo disponível.
Com informações: Wi-Fi Alliance, Intel, LifeWire, Digital Trends e AVM International