Catfishing envolve a criação de um perfil falso em sites e aplicativos, usando fotos e informações fabricadas ou roubadas de terceiros para enganar usuários. Para evitar suspeitas os golpistas evitam contatos por áudio, vídeo ou encontros presenciais, dificultando a revelação de sua verdadeira identidade. Manipulando as vítimas, conseguem extorquir dinheiro e até cometer abusos e chantagens. Embora alguns perfis falsos possam parecer inofensivos, o catfishing pode causar sérias consequências, como fraudes financeiras, traumas emocionais e, em casos extremos, até tragédias fatais. A seguir, confira cinco histórias de catfishing que terminaram de forma dramática e provam os perigos do golpe.
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1. O Golpista do Tinder
O israelense Shimon Yehuda Hayu criou um perfil falso no aplicativo de relacionamentos Tinder, onde se passava por Simon Leviev, suposto filho de um milionário russo do ramo de diamantes. Hayu enganava usuárias simulando uma vida extravagante, viagens, joias caras e jato particular. Após conversas e encontros luxuosos, o golpista ganhava a confiança das vítimas. Em seguida, alegava estar fugindo de inimigos perigosos e pedia empréstimos para garantir sua proteção. Após aplicar o golpe, o falso milionário desaparecia, deixando as mulheres com grandes dívidas ou sem suas economias. O valor total que Hayu faturou com seus esquemas é incerto, mas uma das vítimas chegou a transferir US$ 200 mil (equivalente a mais de R$ 1 milhão). A história foi abordada em um documentário da Netflix e, após a repercussão, o Tinder anunciou que Shimon foi banido da plataforma.
2. Kirat Assi e o noivo que nunca existiu
A radialista Kirat Assi, que mora no Reino Unido, conheceu Bobby Jandu, de Nova York, quando ele a adicionou no Facebook. Durante nove anos de conversas online, eles se aproximaram, passaram a viver um romance virtual e ficaram noivos. Kirat chegou a interagir com amigos e familiares do amado, mas, sempre que tentava encontrá-lo ou fazer chamadas de vídeo, recebia desculpas.
Em raras ligações, o rapaz se comunicava com uma voz rouca e fraca, que dizia ser consequência de graves lesões após ser baleado. Ele também dizia estar em um programa de proteção a testemunhas. Desconfiada, Kirat contratou um detetive particular e descobriu que Bobby era uma pessoa real, mas nunca havia conversado com ela. A polícia revelou que a prima de Kirat, Simran Bhogal, havia criado um perfil falso com imagens e informações pessoais de Bobby, além de outras 60 contas fakes para sustentar o golpe. A história também virou documentário na Netflix com o título "Meu Querido Bobby: Era Tudo uma Farsa". Simran não revelou suas motivações e nunca foi legalmente responsabilizada.
3. Manti Te'o e a falsa namorada morta
De jogador universitário a profissional da NFL, o havaiano Manti Te’o se destacou nos Estados Unidos pela carreira esportiva. Porém, o atleta acabou atraindo a atenção da mídia por motivos inesperados. Em 2013, Te’o anunciou que havia perdido a avó e a namorada, Lennay Kekua, no mesmo dia, com um intervalo de apenas seis horas. No entanto, uma investigação do site Deadspin revelou que a namorada nunca existiu. Te’o acreditava estar em um relacionamento com uma estudante de 22 anos da Universidade de Stanford, supostamente falecida em decorrência de leucemia. Os repórteres não encontraram nenhum registro da morte, enterro ou matrícula na universidade. As fotos usadas pela suposta namorada nas redes sociais pertenciam, na verdade, a outra jovem, Diane O'Meara, que estava viva e não conhecia Te’o. Por trás do perfil estava Naya Tuiasosopo, que revelou estar apaixonada pelo atleta. Ela confessou e fez um pedido público de desculpas a Te’o e a Diane. A história foi retratada na minissérie documental da Netflix "Untold: A Namorada que Não Existiu".
4. Caso Alessandra Ambrósio
Durante 15 anos, o jogador de vôlei italiano Roberto Cazzaniga acreditou estar em um relacionamento à distância com uma mulher chamada "Maya," que conheceu online. Ela dizia sofrer de problemas cardíacos que a mantinha dependente de aparelhos e a impedia de encontrá-lo. Comovido, Cazzaniga enviava dinheiro e produtos, além de recarregar cartões pré-pagos para auxiliá-la nas despesas. A situação chamou a atenção da família do atleta, que contatou a rede de TV Mediaset para investigar o caso. A emissora revelou que as imagens usadas por "Maya" pertenciam à modelo brasileira Alessandra Ambrósio, e que Valeria Satta, moradora de Cagliari, na Sardenha, era a verdadeira responsável pelo golpe. O esquema também envolvia Manuela Passero, jogadora de vôlei e amiga de Cazzaniga, que os apresentou pela internet. Ao longo dos anos, o atleta transferiu cerca de R$ 3,7 milhões em mais de 1.400 transações para as golpistas.
5. Jenelle Potter
Em 2012, Marvin Potter, de 60 anos, foi preso pelo assassinato de Billy Payne Jr., de 36 anos, e Billie Jean Hayworth, de 23, um casal que havia removido sua filha, Jenelle, da lista de amigos no Facebook. A exclusão motivou uma série de ameaças e perseguições de Jenelle, de 30 anos, que, com sua mãe, Barbara Mae Potter, de 64, conspirou para convencer Marvin a cometer o crime. Usando um perfil falso de um “agente aposentado da CIA”, a golpista manipulou o próprio pai e o ex-namorado Jamie Curd, convencendo-os de que o casal a atacava e deveria falecer. O filho do casal, um bebê de oito meses, foi encontrado no local com vida e sem ferimentos.
Com informações de Variety, G1, Good to Know.