7 dicas para usar o seu ar-condicionado durante ondas de calor
Evitar temperaturas muito baixas, manter o ambiente fechado, manutenção periódica e outras dicas ajudam a melhorar a eficiência do ar-condicionado em dias muito quentes
As ondas de calor estão tornando mais frequentes e intensas a cada ano, fazendo com que o uso do ar-condicionado também aumente. Porém, dependendo de como utilizamos estes aparelhos, mesmo os modelos mais poderosos podem sofrer para encarar períodos tão quentes. Por isso, é preciso estar atento a detalhes de instalação, manutenção, além de boas práticas de uso, assegurando que os aparelhos entreguem eficiência ótima durante as ondas de calor, além de evitar sustos na conta de luz e eventuais danos.
Pensando nisso, o TechTudo preparou uma lista detalhada com as principais dicas para garantir que seu ar-condicionado esteja pronto para encarar as próximas ondas de calor. Vale mencionar que todas elas também valem para o uso cotidiano do aparelho, prolongando muito sua vida útil e evitando gastos desnecessários por problemas decorrentes de mau uso.
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Por que é preciso tomar cuidado com o ar-condicionado?
O princípio de funcionamento dos sistemas de ar-condicionado consiste em captar o ar do ambiente externo e refrigerá-lo na máquina condensadora utilizando gás refrigerante — geralmente R-22 ou R-410. Em seguida, o ar frio é conduzido para a máquina evaporadora interna que resfria o local. Por essa razão, as ondas de calor pesam mais para os aparelhos, já que quanto maior a temperatura externa, mais o sistema de refrigeração precisa trabalhar.
Se além das próprias temperaturas muito mais elevadas das ondas de calor, os aparelhos também estiverem com pouco gás, filtros e dutos sujos, ou outros problemas decorrentes da falta de manutenção, sua eficiência fica ainda mais prejudicada. Além disso, o esforço adicional proporcionado por essas condições podem levar ao superaquecimento de componentes internos, ou até à queima do aparelho. Sendo assim, otimizar o trabalho de um sistema de ar-condicionado, não apenas aumenta sua eficiência, como sua longevidade.
Abaixo você confere os tópicos abordados nesta matéria:
- Verifique se o seu ar-condicionado está limpo
- Verifique se as BTUs estão corretas
- Não use temperaturas muito baixas
- Ligue o ventilador também
- Cuidado com surpresas na conta de luz
- Esteja atento a possíveis defeitos
- Feche saídas de ar
1. Verifique se o seu ar-condicionado está limpo
Em condições normais de uso, o ideal é realizar a higienização e manutenção preventiva do ar-condicionado uma vez por ano, mas esse período varia conforme o uso e qualidade do ar da sua cidade. Além da poluição em centros urbanos, áreas rurais com muita terra, poeira e outras partículas em suspensão também contribuem para acumular resíduos nos filtros do ar condicionado. Quanto maior a frequência e períodos diários que o aparelho fica ligado, a pode ser preciso contratar serviços de limpeza a cada 6 meses.
Muitos aparelhos mais novos já trazem gabinetes relativamente fáceis de desmontar para a remoção e limpeza do filtro, não sendo obrigatório contratar uma empresa em casos mais simples. No entanto, os técnicos especializados ainda conseguem identificar eventuais problemas e defeitos em potencial no equipamento.
Um detalhe para se ficar atento é que o sistema de refrigeração é totalmente fechado, e não necessita de recarga regular de gás — a menos que haja algum vazamento. Dessa forma, caso a empresa de manutenção sugira uma recarga, exija saber o motivo, pois nível baixo no gás de refrigeração quase sempre representa algum problema mais grave ou problemas de fabricação.
2. Verifique se as BTUs estão corretas
Outro ponto importante para ficar atento é se a potência do ar-condicionado está bem dimensionada para o tamanho do cômodo que ele está refrigerando. A BTU, ou British Thermal Unit, é uma unidade que mede a quantidade energia que equipamentos térmicos conseguem trocar com o ambiente (aquecendo ou refrigerando) em uma hora.
Essa potência define quão rápido um ar-condicionado consegue refrigerar um cômodo, dependendo de quantos metros quadrados ele tiver. Por exemplo: uma sala pequena de até 10 m², pode ser tranquilamente refrigerada por um ar-condicionado de apenas 6.000 BUTs, enquanto uma um pouco maior, de 15 m², já exige um aparelho de 9.000 BTUs.
Antes de instalar o sistema de climatização de sua casa, apartamento ou escritório, avalie quais ambientes serão refrigerados para definir a potência do ar-condicionado de cada espaço. Vale lembrar que essa potência é uma combinação do sistema das condensadoras, que ficam instaladas fora de casa, quanto das evaporadoras, que jogam o ar para dentro.
Caso seja preciso ajustar a potência do ar-condicionado, a única forma segura de fazê-lo é substituindo o conjunto todo, não sendo possível apenas trocas o sistema de espiras da condensadora, ou a evaporadora por uma com maior fluxo de ar. Para facilitar o dimensionamento é possível utilizar ferramentas como a calculadora online de BTUs do Calculator.net (https://www.calculator.net/btu-calculator.html).
Tabela de ar-condicionado por m²
10 | 6.000 |
15 | 9.000 |
20 | 12.000 |
25 | 15.000 |
30 | 18.000 |
35 | 21.000 |
40 | 24.000 |
45 | 27.000 |
50 | 30.000 |
3. Não use temperaturas muito baixas
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a temperatura ideal para ambientes internos, em termos de conforto e qualidade respiratória, é de entre 20 °C e 25 °C. Caso o contrário, valores muito abaixo disso podem oferecer mais riscos que benefícios.
Vale lembrar que o que define o tempo que um ar-condicionado irá levar para atingir a temperatura selecionada é a potência em BTUs, e configurar o aparelho para temperaturas muito baixas não afeta essa conta. Isso apenas força o aparelho a levar mais tempo até atingir o equilíbrio de temperatura, fazendo com que o usuário precise reajustar manualmente a temperatura até um nível confortável.
Já selecionar a temperatura desejada desde o início garante que o ar-condicionado irá entrar em modo de economia de energia, apenas para manter a estabilidade térmica do cômodo. Pensando ainda apenas na eficiência, configurar temperaturas muito baixas também exige mais do aparelho, principalmente durante ondas de calor, justamente porque a diferença de temperatura entre o ar do ambiente externo e a configurada é muito maior, forçando mais o equipamento.
4. Ligue o ventilador também
Ventiladores e até climatizadores não utilizam sistemas térmicos potentes, apenas mecanismos mecânicos para soprar o ar em fluxos direcionados, ou de convecção no caso de ventiladores de teto, consumindo bem menos energia que aparelhos de ar-condicionado. Em paralelo, configurar o sistema um ou dois graus acima da temperatura desejada, justamente para diminuir seu trabalho de refrigerar ar muito quente do ambiente externo, também reduz o estresse sobre o equipamento e o consumo energético.
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Para aumentar a vida útil e eficiência de seus equipamentos em dias muito quentes, é recomendado configurar a temperatura do ar-condicionado um pouco acima da desejada, complementando a refrigeração com um ventilador, que irá circular o ar frio de forma eficiente e gastando bem menos.
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5. Cuidado com surpresas na conta de luz
Como os aparelhos de ar-condicionado são essenciais justamente nos dias mais quentes, ou seja, periodos em que o trabalho do aparelho gasta mais energia, é necessário ficar atento para evitar surpresas desagradáveis na conta de luz no fim do mês. Por isso, o ideal é tentar economizar com outras medidas em casa, como substituindo lâmpadas incandescentes por modelos LED, por exemplo.
Outra dica importante é tomar banhos frios, uma vez que os chuveiros elétricos também são grandes vilões da conta de luz. Além de reduzir o gasto de eletricidade, evitar banhos quentes ainda é uma forma relativamente econômica de se refrescar durante ondas de calor.
Pensando ainda em outros equipamentos domésticos, computadores — principalmente os modelos gamer — além de consumir energia, ainda aquecem bastante, piorando o calor dentro de casa. Então, evite deixar o PC ligado quando for sair de casa ou fazer uma pausa no home office para o café da tarde. No mínimo, coloque os equipamentos em modo de descanso e desligue monitores, e ligue-os novamente quando for voltar a jogar ou trabalhar.
Se a sua cidade já tiver alguma empresa de energia solar, elas podem ser um bom investimento a longo prazo para reduzir consideravelmente os gastos com eletricidade. Dependendo da quantidade de placas que sua casa comportar, isso pode gerar uma economia de até 95% na conta de luz, sendo preciso pagar apenas a tarifa mínima da concessionária. Por mais que o investimento inicial seja bastante elevado, ele costuma se pagar entre 6 a 10 anos, sendo uma boa pedida para quem tem um imóvel próprio.
6. Esteja atento a possíveis defeitos
Alguns sintomas relativamente fáceis de identificar podem ser fortes indicativos de que seu ar-condicionado está com defeito. Modelos específicos com indicador de temperatura também utilizam estes painéis digitais para apresentar códigos de erro, como "CF" para recomendar limpeza de filtro, ou "DF" para indicar problemas na função automática de gelo de componentes internos, no caso dos aparelhos da Samsung.
Além dos indicadores embarcados, a perda de eficiência de refrigeração, formação de cristais de gelo ou água escorrendo da condensadora, também são sinais de que o ar-condicionado não está operando como deveria, sendo recomendado chamar um profissional especializado.
É sempre indicado optar por assistências técnicas autorizadas, ou no mínimo um profissional de sua total confiança, pois dependendo do caso, uma simples higienização realizada de maneira inadequada pode resultar na queima da placa ou outras peças sensíveis, gerando um prejuízo maior do que a economia de um técnico “baratinho”. Assim como nas revisões de veículos, peça sempre um relatório detalhado de tudo que precisa ser feito, bem como a justificativa de cada serviço.
No caso de recomendação de recarga do gás refrigerante, peça para o profissional mostrar o indicador da quantidade e nível de pressão do componente no equipamento de medição, além de comparar com os valores descritos pela fabricante. Em modelos de até 12.000 BTUs, a pressão ideal de operação varia de 100 psi a 150 psi, e a quantidade de gás pode ser de entre 550 g e 800 g, sendo preciso consultar o manual de instalação para os valores exatos.
Essas informações são importantes porque, a não ser que o aparelho já tenha vindo com pouco gás, indicando problema de fabricação sujeito a cobertura pela garantia, o nível do gás só baixa quando houver vazamento no sistema.
7. Feche saídas de ar
Por fim, uma das dicas mais importantes e subestimadas para garantir a máxima eficiência do ar-condicionado, é justamente manter portas e janelas sempre fechadas quando o aparelho estiver ligado.
Recapitulando, a potência em BTUs indica a capacidade máxima do troca de energia térmica do aparelho, e precisa estar dimensionada para o volume do espaço que será refrigerado. Por isso, deixar portas abertas irá constantemente permitir a entrada de mais ar quente, forçando o aparelho a trabalhar sempre no máximo, pois nunca irá conseguir atingir a estabilidade térmica.
Com informações de Consul, Parker & Sons, Samsung
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