O Poço 2: entenda final explicado do filme distópico da Netflix

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Acompanhe a seguir todas as dúvidas sobre O Poço 2:

1. Enredo de O Poço 2
2. O que acontece no final? Veja explicação
3. Do que se trata O Poço?
4. Perempuán sobrevive?
5. Quem são as crianças que aparecem?
6. A ligação entre O Poço e O Poço 2
7. Quem é o "Mestre" e os "ungidos"?

Um grupo de pessoas participa do processo seletivo para entrar no Centro Vertical de Autogestão (CVA), conhecido internamente como "Poço". O centro consiste em um prédio de 333 andares onde a comida que é enviada de cima chega até o último andar para alimentar os internos, correndo o risco de não haver mais alimento nas partes inferiores. Cada andar possui duas pessoas, que mudam de espaço aleatoriamente no decorrer dos meses.

O foco do filme está em Perempuan (Smit), uma artista plástica que entrou no Poço voluntariamente. Ao dividir um andar com Zamiatin (Keuchkerian), um ex-professor com tendências piromaníacas, a protagonista se torna alvo de um líder perverso que busca preservar o controle de comida até os andares mais baixos - nem que para isso precise usar da violência.

A segunda metade do filme se inicia com a insatisfação de Perempuan com a liderança de Dagin Babi (Jaenada) na organização de alimentos. Tudo começa quando Zamiatin fica transtornado com os boatos de que ele comeu as refeições de internos que já morreram - algo proibido pelas normas instituídas solidariamente entre quase todos os andares. O ex-professor comete suicídio tocando fogo em si e se jogando do poço. Outra morte sentida por Perempuan é de sua amiga misteriosa (Tena), que incentiva um motim contra Babi.

Sozinha, a protagonista organiza um motim contra Dagin Babi e seus homens. Ela reúne pessoas nos andares inferiores dispostas a lutar contra seu regime tirânico. Quando finalmente o vilão é derrotado, Perempuan lembra da dica dada por sua amiga, de que o Poço usa um variante do gás sevoflurano (utilizado em anestesias médicas) para flutuar entre os andares e, assim, retirar os cadáveres e trocar os internos de lugar.

Perempuan usa o pedaço de uma pintura clássica (O Cão, de Francisco Goya) para filtrar a entrada de gás no seu organismo e assim sair dos andares. No entanto, ela encontra no 333, o último andar, um menino. Ela o resgata, mas fica ferida no processo ao bater a cabeça por diversas vezes. Quando ela finalmente chega até o fundo do Poço, é recepcionada por pessoas que já morreram, incluindo Zamiatin, que dizem que a jornada dela acabou, mas a da criança começa agora. Logo, assim como no primeiro filme, Perempuan vê o elevador de comida carregar a criança para o andar mais alto.

A interpretação mais viável sobre essa cena é de que a criança é uma forma de redenção. O andar 333 é o mais baixo de todo o prédio e sem chance de receber comida. No primeiro filme, o prato Panacota serviria como mensagem aos trabalhadores do Nível 0 de que os presos controlaram a comida. Mas ela serviu para salvar uma criança faminta. Logo, a menina serviu como a mensagem principal. Ao salvar uma nova criança no final do filme, Perempuan percebeu que esse pode ter sido o real ato de heroísmo do filme.

Percebe-se que, no primeiro filme, é transmitido uma alegoria sobre a verticalização da desigualdade social, onde a opulência e o egoísmo concentram-se em camadas mais altas. Já os desafortunados, em situação inferior, estão sujeitos a todo o tipo de miserabilidade. A solidariedade entre ambos os grupos faria com que a comida trazida de cima fosse compartilhada igualmente entre todos os internos, coisa que raramente acontece.

Já no segundo longa, onde o diretor Galder Gaztelu-Urrutia expande mais o universo de sua obra, há um sentimento maior de união e partilha entre os internos. No entanto, essa organização aparentemente solidária se dá através da violência e autoritarismo. As interpretações políticas do longa cruzam-se com visões espirituais, pois vemos que no fundo do prédio tanto Goreng quanto Perempuan encontram-se com pessoas que já morreram, dando a entender que eles também podem estar mortos e numa espécie de limbo, o lugar intermediário entre o paraíso e o inferno bíblico.

Por ser uma alegoria, O Poço preocupa-se mais com a mensagem final do que com a construção de todo um universo lógico. Logo, algumas perguntas ficam na cabeça do espectador: qual a finalidade do Poço e quem são seus organizadores? Por que alguém participa voluntariamente dessa prisão? Como o elevador levita de um andar para outro se ele não tem mecanismos de propulsão? Quem leva as crianças para o 333º andar? Em que parte do prédio elas ficam? Realmente alguém pode sair do Poço? Seria preciso mais um filme ou até mesmo uma série para responder essas e outras questões.

A protagonista do longa chega até o abismo junto com a criança que ela salvou do andar 333, mas ela se machucou bastante durante o processo. Quando ela aparece com o garoto resgatado, um grupo de pessoas famélicas a recepcionam, afirmando que a jornada de Perempuán terminou, mas que o menino resgatado terá uma nova oportunidade. Não fica claro, porém, se Perempuán morreu ou sofre de alucinações devido aos machucados e falta de comida.

Isso porque ela vê pessoas que já morreram, como Zamiatin e sua amiga, ainda que distantes do grupo principal. A frase "sua jornada já acabou" dada por uma das mulheres pode ser interpretada como uma metáfora para a morte. Ou a explicação de que Perempuán não tem mais por onde sair, pois o abismo é o ponto final do prédio. Como é mostrado nos créditos finais, essas pessoas podem ser os internos que desceram ao 333 e resgataram os pequenos que lá haviam.

No primeiro longa, a personagem Imoguiri (Antonia San Juan), que trabalhou durante 25 anos como secretária para a administração do CVA, afirma categoricamente que menores de 16 anos não são permitidas no Poço. Contudo, vemos que no andar 333, há sempre uma criança que não consegue ser alimentada. No segundo filme, vemos que há uma seleção de qual criança entrará nesse andar e sairá de lá sendo salva por algum preso dos níveis superiores.

Quando elas sobem, não sabemos o seu destino. No entanto, ao assistir o primeiro filme, vemos que os cozinheiros que preparam a comida dos internos são bastante jovens. Isso dá a entender que eles poderiam ser as crianças resgatadas do andar 333. A brincadeira da qual elas participam, onde uma criança precisa chegar no topo da pirâmide para ser escolhida, parece evidenciar essa interpretação. Com a participação de uma personagem intrigante do primeiro filme, a percepção que se tem é de que as crianças são filhas de internos do CVA.

Durante o terceiro ato do filme, vemos a inclusão de um personagem icônico do primeiro filme. Trata-se de Trimagasi (Zorion Eguileor), o velhinho companheiro de Goreng. É dito por ele que sua entrada no Poço é recente. No primeiro filme, ele também explicou que estava a quase um ano na prisão. Logo, sabemos que O Poço 2 é um prequel que se passa meses antes da entrada de Goreng. Encontramos também a participação rápida de Baharat (Emilio Buale) e de Miharu (Alexandra Masangkay), além de sua filha resgatada pelo protagonista do filme anterior.

Na cena pós-crédito, Perempuán reencontra Goreng de forma afetuosa. Isso mostra que a entrada da artista no Poço pode ter relação com ele e vice-versa. A protagonista afirma que uma de suas obras, uma escultura de um cão feroz com garras brilhantes, foi indiretamente responsável pela morte de um garoto que era filho de seu ex-namorado. Esse ex pode ser Goreng, mas o próprio afirmou no primeiro filme que só entrou no Poço para "parar de fumar e ler Dom Quixote", sem citar nenhuma relação com filhos e ex-namoradas.

Um dos mistérios da primeira metade do filme é o "Mestre", um homem que, segundo os detentos mais antigos, teria imposto as regras de organização da comida. É declarado que esse tal mestre desceu aos demais andares para pacificar os detentos e até alimentá-los com a carne de seu próprio corpo. Aqueles que seguem seus preceitos seriam os "ungidos".

Quem viu o primeiro filme desconfia que o tal "mestre" seria Goreng, que tentou aplicar normas de sociabilidade no Poço. Mas como esta sequência é na verdade uma prequel, o protagonista não seria o único a realizar tal façanha. O mistério é abandonado nos atos seguintes e não sabemos quem foi a pessoa que guiou as normas de preservação da comida.

Com informações de Digital Spy, IMDb, Mashable, Netflix, Rotten Tomatoes

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