Antes de comprar um ar-condicionado novo, podem surgir muitas dúvidas em meio a tantas opções. Por isso, é crucial entender como uma série de recursos pode impactar na utilização e na experiência do usuário com o aparelho. Desde diferentes modelos e marcas até novas funcionalidades e eficiência energética, é recomendado que os consumidores realizem uma pesquisa antes de adquirir um produto. Dicas como consultar a potência em BTUs e verificar as necessidades do ambiente podem garantir uma escolha mais acertada. Este cuidado tende a evitar dores de cabeça como capacidade de climatização inferior à esperada ou uma conta de luz altíssima no final do mês.
Além disso, também vale ressaltar que nem sempre o ar-condicionado é a escolha mais recomendada para amenizar as temperaturas de um espaço e ele pode ser substituído por climatizadores e ventiladores em alguns casos. Pensando nisso, o TechTudo elaborou um guia com tudo que o consumidor precisa saber antes de comprar um ar-condicionado novo, ressaltando as principais marcas, modelos e funcionalidades que são possíveis de serem encontradas nos produtos.
O que gasta mais energia: ventilador ou ar-condicionado?
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Ar-condicionado, climatizador ou ventilador?
Além do ar-condicionado, existem outras opções de aparelhos elétricos capazes de amenizar os efeitos do clima no ambiente, como ventiladores e climatizadores. A escolha entre os três eletrodomésticos, porém, depende das funções de uso que o consumidor vai precisar. O ar-condicionado é projetado para controlar a temperatura dentro de um ambiente fechado, removendo o calor de dentro de um quarto para o exterior. Embora existam diferentes tipos de ar-condicionado, como janela, split, cassete, central ou portátil, o dispositivo geralmente atua com um ciclo de refrigeração, usando um gás para absorver o calor interno e liberá-lo para fora do cômodo pela válvula de expansão.
Por sua vez, o climatizador tem a função de oferecer um maior conforto térmico por meio da evaporação de água, o que aumenta a umidade e resfria o ar ambiente. Ele funciona a partir da condução de ar para dentro do aparelho, por meio de um ventilador interno, para a realização da condensação e umidificação daquele ar. Por isso, este aparelho elétrico é muito dependente de estar em um ambiente bem ventilado e com a troca de ar constante.
Diferente do climatizador, o ventilador tem como grande função criar uma circulação de ar. Ele é composto por pares ou hélices giratórias comandadas por um motor elétrico. A rotação cria um fluxo de ar expelido em uma direção específica. A ventilação pode ser localizada ou mais abrangente, dependendo do modelo do aparelho, e a potência pode ser ajustada pelo usuário. Amplamente utilizado em residências, o eletrodoméstico é uma boa opção para amenizar o calor sem influenciar tanto na conta de luz.
Para escolher entre as três opções, o usuário deve levar em conta as vantagens de e desvantagens de cada aparelho. O ventilador é o mais econômico e oferece versatilidade, mas também é o menos efetivo para os dias mais quentes. Os climatizadores têm um desempenho moderado, mas são muito dependentes da ventilação natural e não são efetivos para controlar o calor em climas úmidos. Já o ar-condicionado garante o melhor controle de temperatura dos três, embora tenha preços mais caros de instalação e afete o consumo de energia de forma mais direta, mesmo que existam modelos que priorizem a eficiência energética.
Por que escolher um modelo Inverter?
O Inverter é um tipo de aparelho de ar-condicionado que pode ajustar a velocidade do compressor para regular a temperatura. O uso de uma chave inversora permite maior flexibilidade em termos de uso de energia e pode economizar até 30% de eletricidade em comparação com os modelos que não possuem inversores. Eles fazem um gerenciamento da energia mantendo uma atividade constante, porém adaptável às demandas do ambiente.
O ar-condicionado comum utiliza o método liga/desliga, em que o compressor é ligado e desligado em intervalos regulares para manter a temperatura desejada. Além disso, eles funcionam em velocidade máxima em todos os momentos. Este ritmo aumenta o consumo de bateria e pode desgastar o sistema elétrico. Por isso, usuários que procuram aumentar a eficiência energética da residência devem apostar nos modelos Inverter.
Além disso, o modelo Inverter também costuma produzir menos ruído que o aparelho tradicional e mantém a temperatura do ambiente mais estável do que o concorrente. Em termos gerais, eles custam mais para a instalação e a manutenção, mas prometem economizar ao longo do tempo devido ao controle energético e à vida útil mais duradoura.
Split, janela ou portátil?
Em questão de formatos, o ar-condicionado pode ser encontrado nos formatos split, janela, portátil e até mesmo cassete, que são instalados no teto e são indicados para locais com fluxo muito grande de pessoas. Em geral, a escolha do consumidor deve ser feita com base nas necessidades específicas de refrigeração, do espaço disponível e da preferência pessoal. Questões como a eficiência energética, nível de ruído gerado e custo também devem ser levadas em consideração. Para isso, é necessário conhecer os tipos de modelos disponíveis no mercado.
Um modelo split é composto por duas unidades: a evaporadora, dentro do ambiente, e a condensadora localizada do lado de fora. Esta separação facilita a dissipação do calor de forma mais eficiente e cria a possibilidade de um design mais discreto, que não afeta tanto o ambiente interno. Ele funciona sugando o ar quente de dentro do ambiente e absorvendo o calor, que é depois descartado, e é conhecido pela pela operação silenciosa. Porém, algumas desvantagens desse modelo são o alto custo inicial e a necessidade de instalação profissional.
O ar-condicionado de janela é o modelo tradicional, geralmente instalado em aberturas de janelas nas paredes do ambiente. Com um lado virado para o interior e outro para o exterior, ele tem todos os componentes dentro de uma só unidade, incluindo o compressor, o condensador, o evaporador, o ventilador e os controles. Este tipo de aparelho elétrico tem preços mais em conta para aquisição e manutenção. Se já houver um buraco na parede, o próprio usuário consegue fazer a instalação sem dificuldades. Por outro lado, eles são barulhentos e possuem uma capacidade de refrigeração limitada, além de consumir mais energia elétrica, o que pode resultar em contas mais caras.
Por sua vez, o ar-condicionado portátil também é um aparelho que fornece refrigeração, mas é móvel e pode ser transportado para outros ambientes. Ele opera usando um fluido refrigerante para absorver o calor do ambiente e um evaporador para resfriar o ar. O calor gerado durante o processo normalmente é expelido por um tubo de exaustão conectado a alguma abertura para o lado de fora do cômodo. As vantagens de ter um ar-condicionado portátil estão na portabilidade e no custo do aparelho, porém ele tem uma capacidade de refrigeração limitada e costuma fazer mais barulho do que outros modelos.
Frio ou quente/frio?
Existem modelos de ar-condicionado que, além de refrigerar o ambiente, também são capazes de aquecer o cômodo. O grande diferencial do produto é que ele pode ser usado o ano todo, principalmente nas regiões do Brasil onde existe uma maior amplitude térmica. Neste caso, nos dias mais quentes, o aparelho vai deixar o ambiente mais frio, e nos momentos mais gelados, pode circular o ar quente, deixando o cômodo sempre confortável. Outra vantagem é a economia de custos e espaço ao adquirir um único eletrodoméstico capaz de executar mais de uma função.
Por outro lado, mesmo evitando a compra de outro equipamento, o ar-condicionado quente e frio pode ser mais caro do que o modelo tradicional. Eles tendem a ser mais completos em relação aos recursos, em muitos casos, oferecendo suporte para comandos de voz e gerenciamento remoto, o que acaba elevando o preço do produto.
Além disso, o aquecimento não é o único recurso específico encontrado no mercado. Por exemplo, o WindFree, da Samsung, oferece o controle da temperatura sem um vento direto devido aos 23 mil furos encontrados no aparelho. Ele também pode ser controlado remotamente pelo aplicativo SmartThings, disponível para Android e iPhone (iOS). Um WindFree de 9.000 BTUs sai por preços a partir de R$ 2.499 na Amazon e pelo mesmo preço no Mercado Livre.
COM WI-FI
Samsung WindFree Connect Inverter 12.000 BTU
R$ 2.888,00
SPLIT INVERTER
Samsung WindFree Pro Energy 12.000 BTUs
R$ 3.499,00
ECONÔMICO
Samsung WindFree Connect 9.000 BTUs
R$ 2.602,32
DESUMIDIFICADOR
Samsung Windfree Connect 220VAR18BVFAAWKXAZ
R$ 4.499,00
Outro tipo de recurso é a função de limpeza automática, que evita o acúmulo de mofo no dispositivo, e a desumidificação de áreas específicas com o Jet Dry. Ambas as funcionalidades estão presentes no Voice Artcool, da LG, disponível a partir de R$ 3.848 na Amazon e pelo mesmo preço no Mercado Livre.
Dual Inverter
Ar-Condicionado LG Voice Artcool 18.000 BTUs
R$ 6.312,00
DESUMIDIFICADOR
LG Dual Voice Artcool UVnano 12.000 BTUs
R$ 3.999,00
Quantos BTUs?
O BTU, ou Unidade Térmica Britânica, é a unidade utilizada pela indústria de ar-condicionado para indicar a capacidade de refrigeração ou aquecimento de um aparelho. Ou seja, quanto mais BTUs, mais ele pode resfriar um ambiente. A quantidade de BTUs necessária para o funcionamento eficiente em um espaço pode ser calculada adicionando 600 BTUs para cada metro quadrado (m²). Por exemplo, um quarto com 10 m² vai precisar de um ar-condicionado de 6.000 BTUs.
Vale ressaltar que outros fatores podem influenciar no aquecimento do local, como o número de pessoas e de equipamentos que liberam calor, e neste caso é recomendado comprar um produto com uma potência maior que o calculado.
Além disso, o consumidor também pode calcular como a potência do ar-condicionado vai influenciar na conta de luz e planejar maneiras de aumentar a eficiência energética da residência. Para isso, é preciso realizar a conversão de BTUs para quilowatts/hora (kW), multiplicando a potência do aparelho por 0,000293, que é a quantidade de quilowatts equivalente em cada BTU. Logo, seguindo o exemplo anterior, o dispositivo com 6.000 BTUs vai ter 1,75 kW de potência.
Com o resultado em mãos, a potência do ar-condicionado em Watts é multiplicada pelo número de horas que ele fica ligado. Em seguida, esse resultado é multiplicado pelo número de dias do mês, 30 ou 31, e depois dividido por 1.000. Assim, o consumidor pode ficar sabendo a quantidade de kWh (quilowatts/hora) por mês que o aparelho consome.
Muitos consumidores optam por escolher um aparelho com menos BTUs para economizar dinheiro no investimento. Esta prática é um erro, já que aparelhos menos potentes precisam operar em seu máximo, e com isso podem fazer a conta de luz ser ainda mais alta. Em resumo: optar pelo número ideal de BTUs para que o aparelho trabalhe com folga é melhor do que comprar um aparelho inferior e operar no máximo.
Como escolher a marca?
Antes de adquirir um novo ar-condicionado, é recomendado tomar uma série de cuidados que vão além de conhecer a marca. Atualmente, o varejo online brasileiro é inundado por diversas opções para os consumidores, porém é interessante analisar qual é a fabricante que mais atende às suas necessidades pessoais. Entre os nomes mais conhecidos do mercado estão Agratto, Consul, Electrolux, Elgin, Gree, LG, Midea, Philco, Samsung e TCL. Cada uma delas tem especificidades e oferecem diferentes recursos para os usuários nos sites oficiais, em que o interessado pode tirar dúvidas se alguma assistência técnica é oferecida na região desejada.
Além disso, o consumidor também deve observar os comentários de pessoas que já compraram aparelhos daquela marca e estar atento às informações sobre desempenho, capacidade de resfriamento, eficiência energética e produção de ruídos. Nesse caso, o usuário pode recorrer a sites como o Reclame Aqui para saber quais são as críticas dos clientes. Por fim, conversar com um técnico especializado também pode tirar dúvidas e ser decisivo para uma compra mais consciente.
Qual modelo gasta menos?
Os modelos mais indicados variam para as diferentes necessidades dos consumidores. Porém, em geral, é recomendado adquirir aparelhos que tenham uma maior eficiência energética, obtendo mais refrigeramento e gastando menos no final do mês. No Brasil, cada produto recebe uma etiqueta do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) depois de passar por uma bateria de testes. Elas podem ir de A até F, sendo que, quanto mais próximo de A, mais indicado e eficiente é o ar-condicionado.
Entre os mais indicados pelo Inmetro, podem se destacar três modelos de ar-condicionado. O RHP09S5VL da Daikin é considerado o modelo mais econômico, consumindo apenas 263 kWh por ano. Ele conta com compressores compatíveis com o fluido R-32, que é menos agressivo ao meio ambiente, e promete uma maior proteção para o usuário com a realização de uma dupla filtragem no ar. Além disso, também é compatível com o Google Assistente e a Alexa. O RHP09S5VL está disponível na Amazon por preços a partir de R$ 2.999.
Outra opção é o Fujitsu General AOBG09LMCA que tem as opções quente e frio e foi projetado para causar impacto zero na camada de ozônio. Ele está equipado com um dispositivo que atrai impurezas como pólen, bactérias e esporos de fungos, e retorna um ar mais puro para o ambiente. O aparelho também é um destaque na economia de energia, consumindo apenas 265 kWh ao ano. Ele pode ser comprado a partir de R$ 3.069 na Amazon e pelo mesmo preço no Mercado Livre.
Nota de transparência: o TechTudo mantém uma parceria comercial com lojas parceiras. Ao clicar no link da varejista, o TechTudo pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação. Os preços mencionados podem sofrer variação e a disponibilidade dos produtos está sujeita aos estoques. Os valores indicados no texto são referentes ao mês de março de 2024.