Campanha He for She no Brasil lança manifesto para mobilizar homens pelo fim da violência de gênero
19.12.2024
Ato público em Brasília convocou homens públicos para aderirem ao movimento global da ONU Mulheres. No Brasil, iniciativa é liderada pelo presidente da Conab, Edegar Pretto
Foi lançado nesta quarta (19), em Brasília, o Manifesto Nacional de Mobilização de Homens Públicos pelo Fim da Violência contra As Mulheres e Meninas. A iniciativa foi liderada pelo Movimento He for She (Eles por Elas) no Brasil, que tem à frente o ex-deputado federal e diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Edegar Pretto. O evento contou também com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e da Representante Interina de ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, além de ministras e ministros de Estado e parlamentares.
O ato é parte do Movimento Global de Solidariedade He for She, da ONU Mulheres, que busca envolver homens e meninos na luta contra as desigualdades de gênero e na promoção da equidade. Durante o ato em Brasília, mais de 80 homens assinaram o documento e se comprometeram publicamente com a causa, incluindo representantes do Poder Judiciário, parlamentares e dirigentes de autarquias federais. O evento teve ainda o apoio dos Ministérios das Mulheres e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, ao qual a Conab é vinculada.
Edegar Pretto lembrou que, nos primeiros cinco meses de 2024, mais de cinco mil mulheres no Brasil morreram vítimas de feminicídio, ou seja, pelo fato de serem mulheres. “Foram mortas pelos homens. E o que os homens fazem? Normalmente, escolhem o caminho mais cômodo. Não participam, não opinam, não mudam, e a sociedade segue sendo injusta para as mulheres”, destacou o diretor-presidente da Conab.
Ana Carolina Querino, da ONU Mulheres, lembrou que este ano o movimento completou 10 anos, e uma celebração de alto nível na Assembleia Geral da ONU reforçou a importância de homens se aliarem ao enfrentamento da violência contra as mulheres e meninas. “Os homens, em seus espaços de poder e decisão, têm obrigação de promover os direitos das mulheres, de enfrentar a tolerância institucional em relação à violência, de enfrentar o colega ao lado quando este fizer uma piada machista”, enumerou.
“A luta das mulheres não é só das mulheres, é de toda a sociedade. É com educação, com conscientização que se avança. E nós homens temos o dever trabalharmos para que não ocorram essas injustiças”, reforçou Geraldo Alckmin. Ele lembrou ainda que as injustiças cometidas por uma pessoa são também uma ameaça a toda a sociedade. “Homens, vamos nos incorporar a essa conscientização no sentido de fazermos justiça para as mulheres”, enfatizou o vice-presidente.
Citando pesquisa recente do Ministério das Mulheres e do Netlab sobre a monetização da misoginia em canais do Youtube, a ministra das Mulheres, Cida Vieira, afirmou que um dos grandes desafios do país é vencer o ódio contra as mulheres. “E é por isso que este ato é tão importante. Temos dito na campanha do Feminicídio Zero que não pode ser só as mulheres”. Vieira acrescentou que a mudança da sociedade brasileira depende da criação de uma cultura de respeito, paz e justiça social. “E tenho certeza de que nós vamos começar pela questão das mulheres”, frisou.
Baixe o relatório de impacto da Aliança Global He for She.