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Poderá a Nintendo Switch 2 suplantar o sucesso da consola original?

A Nintendo mostrou finalmente a consola mas ainda ficou muito por revelar.

Crédito da imagem: Nintendo

Após um tempo considerável de espera, a Nintendo finalmente apresentou a sucessora da Nintendo Switch. Bastou a divulgação de um trailer de pouco mais de dois minutos, pelas 13 horas em Portugal, para ficarmos a saber que a sucessora da Switch tem como nome Nintendo Switch 2 e em muito do seu aspecto e design mantém os traços da Switch. Ao contrário da apresentação da Switch em 13 de Janeiro de 2017, que salientou os jogos e elencou as características da consola, desta vez a Nintendo optou por uma espécie de vislumbre, sem apresentar muitos dados, todas as características específicas e quais os jogos que farão parte do lançamento. Isso ficará para o dia 2 de Abril, uma Direct já anunciada.

De certo modo e para os fãs que gostariam de ver algo mais, ver um novo Mario Kart em movimento, ainda que de forma limitada, é um ponto de partida que não deixa de saber a pouco. Claro que a Nintendo irá revelar bem mais no próximo mês de Abril. Desta vez parece que a companhia de Quioto optou por apresentar dados e detalhes da consola e dos jogos de uma forma progressiva, estando previstos eventos em várias cidades do globo.

Veremos se esta via de apresentação dará o mesmo entusiasmo e surpresa causado pela Switch. De algum modo não deixei de sentir algum conservadorismo e até desapontamento na apresentação de ontem. Em primeiro lugar o desaparecimento do efeito surpresa à custa das fugas de informação que acertaram na data em que o trailer da sucessora da Switch seria emitido, bem como no nome (Nintendo Switch 2) e também no design da consola. Grande parte dos rumores e fugas de informação, com mais ou menos distância, estavam certos. Quem tenha visto as imagens da consola conclui que não há grandes diferenças na máquina revelada pela Nintendo.

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Durante décadas a Nintendo habituou-nos por um maior rigor em torno das fugas de informação. Da Switch à Wii, passando pela Nintendo DS e até pela Wii U, os momentos de apresentação e revelação foram carregados de surpresas. Já existiam construções e até imagens renderizadas mas a realidade e o momento estavam carregados de surpresa. Ontem pudemos ver pela primeira vez a Switch 2 oficialmente mostrada pela Nintendo, mas no fundo foi só uma confirmação do que já se sabia.

Claro que a apresentação foi só um ponto de partida. A Nintendo ainda não se pronunciou sobre o lançamento da consola e qual o preço que o mercado poderá estabelecer. Ainda não foram mostrados jogos, à excepção do que é um novo Mario Kart. Naquelas breves imagens temos apenas o vislumbre, um destapar de um arcade racer. Também neste ponto a Nintendo me pareceu mais conservadora, a mostrar pelo seguro, ao invés de apresentar algo de diferente e que possa dar uma ideia do que de diferente pode concretizar a Nintendo Switch 2.

Creio que haverá material a ser exibido no momento certo. Como referi, este trailer é serve de confirmação da Switch 2, embora os Joy Con e o apoio traseiro da consola, assim como alguns botões, tenham merecido destaque em boa parte do vídeo. Os Joy Con de encaixe magnético, podendo ser usados como o rato de um computador libertam algumas asas da imaginação, ao ponto do que poderão proporcionar como experiência de jogo.

De resto a experiência híbrida de jogo permanece. Nesse sentido a Switch 2 dará continuidade à unificação dos dois pilares. Uma consola que funciona como portátil fora de casa, e ao mesmo tempo pode ser colocada numa “dock”, em casa, onde recarrega a bateria e simultâneamente é usada como consola doméstica, ligada ao televisor.

Desde a introdução da Nintendo Wii que os jogos por movimento constituem uma realidade em todos os sistemas desenvolvidos posteriormente. Além disso, a Nintendo já referiu que a Switch 2 é retrocompatível com os jogos da Switch, embora alguns jogos desta possam não ser totalmente ou apenas parcialmente compatíveis com a Switch 2.

Veremos até que ponto a Nintendo melhora a tecnologia dos comandos por movimento e se os factores diferenciadores terão real repercussão na experiência de jogo. Os Joy Cons vieram melhorar significativamente a precisão e o “rumble”dos Wii remote, proporcionando melhor detecção dos movimentos e maior sensibilidade ao toque. A nossa expectativa é que a tecnologia presente nos comandos, igualmente destacados, seja superior.

Mais rápido, melhor processamento e duração das baterias

É sempre um ponto considerado pelos fãs da tecnologia, saber até onde podem ir os produtores numa consola híbrida, que se destaca por ser leve, atractiva e a operar bem entre mãos, sem que os limites estejam próximos. É toda uma arquitectura exigente, que ao operar no plano portátil depende da capacidade das baterias a fim de proporcionar uma experiência de jogo com alguma longevidade e que também depende do conforto proporcionado, ao dissipar o calor e assegurar uma experiência de jogo empolgante. Tudo depende de um equilíbrio algo delicado e de uma arquitectura muito eficaz da plataforma.

8 anos, se considerarmos o lançamento da Switch, é muito tempo em termos tecnológicos. De ano para ano a tecnologia fica mais acessível e certas características são optimizadas. Espera-se que a sucessora da Switch alcance uma melhoria substancial das especificações, o que deverá resultar em melhor capacidade de processamento e respectivamente em mais operações a realizar, graças a mais memória e uma capacidade de renderização superior. Os novos jogos, optimizados e desenvolvidos de raiz para a plataforma deverão proporcionar avanços significativos, o que resultará em experiências de jogo admiráveis, com melhores e diferenciados efeitos visuais.

O apoio às “third partys” e produtoras independentes

Embora a Nintendo seja reconhecida por muitas das suas séries, com destaque para Super Mario, Metroid e Zelda, a Nintendo Switch demonstrou que o apoio das produtoras independentes e editoras “third party” foi constante ao longo destes oito anos. Várias editoras puderam desenvolver jogos exclusivos ou mesmo versões adaptadas, “ports” que apelaram à viabilidade de séries oriundas de outras plataformas. Assim deverá permanecer o apoio com a sucessora da Switch, uma consola igualmente capaz de atrair novas produtoras e levar muitas editoras consagradas mundialmente a eleger a plataforma da Nintendo entre as favoritas.

A híbrida da Nintendo representa hoje um centro alglutinador, capaz de gerar entusiasmo e proporcionar experiências assentes em moldes específicos. Resta saber, e esta é talvez a maior expectativa, sobre outras características que poderão ser introduzidas ou melhoradas, tendo em vista uma experiência diferenciadora. É algo que ficaremos a saber no próximo dia 2 de Abril. Muitas vezes são os produtores independentes os pioneiros desse trabalho de descoberta, ou então é a Nintendo que toma a iniciativa e mostra alguma luz sobre esse caminho. Seria interessante ver uma sucessora da Switch abrir caminho a novas funcionalidades.

A Switch é uma das consolas melhor sucedidas da Nintendo. Com dezenas de milhões de consolas vendidas em todo o mundo, representa uma forte base de apoio e um magnífico ponto de partida para a Switch 2. Podendo ser melhorada em vários aspectos é importante que a Nintendo retire os melhores ensinamentos desta unificação de pilares e desenvolva sobre ela. A indústria dos videojogos enfrenta importantes desafios e os próximos tempos serão essenciais para que muitas editoras permaneçam activas.

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