Quer abrir uma franquia de moda, mas não sabe por onde começar? As semijoias são uma opção. O Estadão ouviu um especialista e listou quatro modelos disponíveis no mercado, com investimentos a partir de R$ 99 mil.
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que as franquias de moda registraram um faturamento de R$ 6,4 milhões no terceiro trimestre de 2024, com alta de 10,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Negócios relacionados a venda de joias, semijoias e bijuterias contribuíram para o resultado: o número de marcas do segmento associadas a ABF subiu de 18 para 23 no comparativo entre o primeiro semestre de 2023 e 2024. Já as unidades em operação saltaram de 840 para 1.111, o que indica um crescimento de 32%.
Enquanto a joia é feita exclusivamente de metais nobres e a bijuteria é fabricada com materiais não nobres, a semijoia fica no meio do caminho. A base das peças costuma ser de latão, estanho ou bronze, mas elas são revestidas com ouro, prata ou ródio, por exemplo.
O diretor da ABF, Eduardo Santinoni, afirma que as semijoias caíram no gosto do brasileiro e permitem que o empreendedor atenda a um público-alvo amplo, com idade, gênero e comportamento de consumo variados.
“As marcas têm se adequado ao que os consumidores nacionais gostam e querem usar. Há negócios robustos, com centenas de unidades, mas também há empresas de operações mais simples, que funcionam muito bem”, aponta.
Potencial das semijoias atrai concorrência
Se por um lado as semijoias atraem clientes, por outro também atraem empreendedores, o que gera uma concorrência forte. Para se destacar, Santinoni diz que o empreendedor precisa estudar o mercado e o posicionamento da marca.
“Primeiro, é fundamental entender o comportamento do consumidor na sua região. Se ele prefere comprar no comércio eletrônico ou experimentar na loja física e se ele é influenciado pelas redes sociais, por exemplo. Isso vai ser determinante para preço e canais de vendas”, explica.
Ter cuidado com o estoque também é importante para garantir a sustentabilidade do negócio. O especialista afirma que as peças que estão em alta em uma semana podem deixar de ser tendência no mês seguinte, o que exige um armazenamento flexível.
“Se uma pessoa famosa usa um acessório, isso mapeia o que será consumido por semanas. É perigoso deixar o dinheiro da empresa preso a um estoque rígido, que não permita adaptações de acordo com as novidades”, comenta o diretor.
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Dicas para quem quer investir em semijoias
Para ter sucesso no negócio, seja com semijoias ou em qualquer outro segmento, é necessário ter conexão com a área. Investir apenas por ser um mercado com potencial não é o melhor caminho na maioria das vezes.
Santinoni diz que o empreendedor precisa analisar se o propósito de trabalhar com beleza faz sentido para ele como pessoa jurídica, mas também como pessoa física. “É mais fácil lidar com os desafios quando você vê razão no que faz”, afirma.
O próximo passo é conversar com franqueados para entender como é o dia a dia da marca, antes de assinar qualquer contrato. Ao mesmo tempo, é importante buscar por capacitação para gerir uma franquia, já que alguns detalhes são diferentes de um empreendimento próprio.
“Conversar com quem já trabalha com a empresa e estudar ajuda a entender melhor como é feita a transferência de know-how e qual é a melhor opção de negócio”, conclui o diretor.
Confira 4 franquias de semijoias para investir
As opções a seguir são apenas sugestões de mercado e não constituem uma recomendação da reportagem. Avaliar os modelos e buscar informações adicionais sobre o suporte e a estrutura da franqueadora é fundamental antes de tomar uma decisão. Os dados são fornecidos pelas empresas.
1) Rahra
Há mais de três décadas no mercado, a Rahra oferece peças com até 10 anos de garantia.
- Investimento inicial: a partir de R$ 99 mil para o quiosque e R$ 150 mil para a loja
- Faturamento médio mensal: entre R$ 45 mil e R$ 120 mil
- Lucro médio mensal: entre 12% e 18% do faturamento
- Prazo de retorno: entre 18 e 30 meses
- Prazo de contrato: 4 anos
- Royalties/mês: incluso no custo dos produtos
- Número de unidades em operação: 60
2) Luah Semijoias
Fundada em 2013, em Tocantins, a Luah Semijoias é especializada em acessórios banhados a ouro e tem unidades no Norte e Nordeste do Brasil.
- Investimento inicial: a partir de R$ 120 mil
- Faturamento médio mensal: a partir de R$ 90 mil
- Lucro médio mensal: 22% do faturamento
- Prazo de retorno: entre 9 e 15 meses
- Prazo de contrato: 5 anos
- Royalties/mês: 10% do valor de compra da mercadoria
- Número de unidades em operação: 13
3) Mapa da Mina
A Mapa da Mina trabalha com brincos, anéis, pulseiras, colares e óculos, com um ano de garantia.
- Investimento inicial: a partir de R$ 150 mil para o quiosque e R$ 180 mil para a loja
- Faturamento médio mensal: R$ 50 mil
- Lucro médio mensal: entre 25% e 30% do faturamento
- Prazo de retorno: entre 18 e 36 meses
- Prazo de contrato: 5 anos
- Royalties/mês: 5%, já incluso no preço do produto
- Número de unidades em operação: 52
4) Lebriju
A paulistana Lebriju nasceu em 2016 e, além de São Paulo, tem unidades em Manaus (AM) e Belém (PA), com foco em semijoias e bijuterias.
- Investimento inicial: a partir de R$ 160 mil para o quiosque e R$ 390 mil para a loja
- Faturamento médio mensal: R$ 80 mil para o quiosque e R$ 120 mil para a loja
- Lucro médio mensal: entre 15% e 20% do faturamento
- Prazo de retorno: a partir de 12 meses para o quiosque e 18 meses para a loja
- Prazo de contrato: 5 anos
- Royalties/mês: 4% do faturamento mensal
- Número de unidades em operação: 20
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