Justiça da Argentina exige que Venezuela diga onde está policial detido
Câmara federal também pediu que Ministério Público inicie investigação para apurar se houve desaparecimento forçado
A Câmara Federal de Mendoza, na Argentina, aceitou o pedido de Habeas Corpus apresentado pela Gendarmaria Argentina — uma das forças de segurança do país — para Nahuel Gallo, policial que está preso na Venezuela.
Gallo está detido desde 8 de dezembro, após entrar no país a partir da Colômbia. A família não sabe seu paradeiro.
A Sala B da Câmara Federal de Mendoza pediu ao governo do presidente Nicolás Maduro na segunda-feira (23) que “informe imediatamente o paradeiro”, “os motivos de sua detenção e à disposição de qual autoridade judicial competente se encontra”.
O governo venezuelano afirma que o suboficial está sendo investigado por querer se infiltrar no país e acusa o governo do presidente Javier Milei de levar a cabo um “plano terrorista”.
A família de Gallo e o governo argentino negam as acusações.
A decisão do tribunal também solicita que o sistema de justiça venezuelano apresente o policial “física ou eletronicamente” e facilite o contato com os familiares.
Além do pedido à Venezuela, a Justiça argentina também iniciou uma investigação criminal e solicitou ao Ministério Público que investigue se o crime de desaparecimento forçado foi cometido.
Não é a primeira vez que o sistema de justiça argentino toma uma decisão relacionada ao governo Maduro. Em outros casos acabou por ser uma medida simbólica, uma vez que não tem jurisdição sobre as autoridades de outros países.
A CNN entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, mas não obteve resposta.