Nem em semana de Natal as emendas parlamentares deixam de render manchete. Desta vez, pela suspensão do pagamento de mais de R$ 4 bilhões em emendas de comissão, que deveriam ter sido decididas pelos colegiados temáticos, mas foram carimbadas por uma dúzia e meia de líderes partidários, com o beneplácito do Palácio do Planalto.

Mais do que isso, a decisão do ministro do STF Flávio Dino manda a Polícia Federal abrir investigação sobre o caso. As cúpulas partidárias reagiram, como se não soubessem que, nas discussões para dar um jeito nas contas do governo, deram jeitinhos de garantir o pagamento dessas emendas.

Mas o mesmo Judiciário que cobra solução republicana para as emendas parlamentares coleciona brechas para contracheques muito além do teto salarial. E, como as emendas, também encontraram meios de passarem ilesos do pacote fiscal.

Emendas e supersalários têm um ponto em comum: a verba pública tratada como patrimônio de uns, e não de todos.