Como Reino Unido quer acabar com restrição a líquidos em bagagem de mão nos aviões em 2024

Turistas colocando itens na esteira para passar pela checagem de segurança do aeroporto

Crédito, Getty Images

  • Author, Michael Race
  • Role, Repórter de negócios da BBC News

Algumas regras de segurança dos aeroportos relacionadas a líquidos e itens como laptops na bagagem de mão estão com os dias contados no Reino Unido.

O governo deu um prazo até junho de 2024 para a maioria dos aeroportos do país instalarem novos scanners com tecnologia 3D de última geração que revelam imagens mais detalhadas do conteúdo da bagagem.

As mudanças vão permitir que os passageiros deixem líquidos e equipamentos eletrônicos dentro da bagagem de mão ao passar pela segurança — e que o atual limite de 100 ml para recipientes contendo líquido seja ampliado para 2 litros.

Atualmente, os passageiros são obrigados a retirar itens como tablets, laptops e líquidos da bagagem de mão ao passar pelos controles de segurança nos aeroportos.

Os líquidos — como protetor solar, xampu e pasta de dente — devem estar em frascos de até 100 ml, que devem ser colocados em um saco plástico transparente.

Essas regras estão em vigor desde novembro de 2006 — e sua introdução marcou o fim da proibição de líquidos na cabine, imposta três meses antes, quando a polícia britânica disse ter frustrado um plano para explodir até 10 aviões usando explosivos escondidos em garrafas de bebida.

Imagem de arquivo de um funcionário da segurança do aeroporto ajudando viajantes a colocar suas malas no scanner 3D no Aeroporto Internacional de Miami em maio de 2019

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Legenda da foto, Vários aeroportos dos EUA já instalaram scanners com tecnologia 3D

O governo disse que a exigência para que os aeroportos atualizem seus equipamentos de triagem — para um tipo semelhante aos tomógrafos usados ​​em hospitais — vai permitir que, finalmente, as regras sobre equipamentos eletrônicos sejam suspensas, e o limite de líquido possa ser ampliado para dois litros.

Como a nova norma será implementada gradualmente em todo o país nos próximos dois anos, as regras atuais ainda serão aplicadas nos aeroportos que não utilizam a tecnologia. Os passageiros são aconselhados a verificar isso antes de viajar.

O secretário de Transportes, Mark Harper, afirmou que a nova tecnologia reduziria o tempo de fila, melhorando a "experiência do passageiro e, o mais importante, detectando possíveis ameaças".

Christopher Snelling, diretor de políticas da Airport Operators Association, que representa os aeroportos do Reino Unido, acrescentou que o investimento foi um "grande avanço para o transporte aéreo no Reino Unido, sendo compatível com os melhores da categoria em todo o mundo".

"Isso vai tornar a jornada pelos aeroportos do Reino Unido mais fácil, e as viagens aéreas mais agradáveis", acrescentou.

A tecnologia já está em uso em aeroportos dos Estados Unidos, como o Hartsfield-Jackson, de Atlanta, e o O'Hare, de Chicago, há vários anos.

O ex-primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, havia prometido usar a tecnologia de escaneamento para acelerar as checagens antes do embarque e melhorar a segurança dos voos, dando aos aeroportos do Reino Unido um prazo até o final de 2022.

Mas o prazo foi adiado devido à pandemia de covid-19, que impôs restrições de viagens em grande parte do mundo.