Éris: o que se sabe sobre nova variante de covid, que teve 1º caso confirmado no Brasil
O Ministério da Saúde confirmou na quinta-feira (17/8) o primeiro caso da variante EG.5, apelidada de Éris, do coronavírus causador da covid-19.
A paciente brasileira tem 71 anos e mora em São Paulo. Ela relatou sintomas como febre, dor de cabeça, tosse e fadiga em 30 de julho. O diagnóstico de covid-19 foi confirmado em 8 de agosto.
À época, segundo o ministério, ela estava com o esquema vacinal completo, o que previne casos graves e mortes, como ressaltam especialistas.
A paciente recebeu tratamento hospitalar e foi liberada no dia seguinte. Ela já está totalmente recuperada.
A variante Éris vem chamando atenção de autoridades de saúde à medida que casos crescem globalmente e que ela se torna dominante em países como Estados Unidos e Reino Unido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que a classificou como "variante de interesse", ela representa um risco baixo para a saúde pública, sem evidências de que cause quadros mais graves do que outras variantes que circulam no momento.
O que é EG.5 e por que foi chamada de Éris?
Desde que surgiu, a covid tem sofrido mutações e se tornado cada vez mais diferente. As novas cepas que continuam aparecendo são chamadas de variantes.
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EG.5 é outra subvariante da Ômicron. Segundo a OMS, foi observada pela primeira vez em fevereiro de 2023 e, desde então, os casos vêm aumentando constantemente.
A subvariante foi apelidada de Éris nas redes sociais — também o nome de uma deusa na mitologia grega.
O apelido, apesar da origem grega, não é usado oficialmente pela OMS.
A OMS adotou a convenção de usar letras do alfabeto grego para atribuir "rótulos simples e fáceis de dizer" para variantes principais.
O sistema de nomenclatura da OMS surgiu depois que os especialistas concordaram que os nomes científicos eram difíceis de lembrar e podiam levar a notificações incorretas. Também pretendia impedir que as variantes fossem nomeadas com base nos países em que foram vistas pela primeira vez.
Em comunicado recente, a OMS citou a EG.5 e as subvariantes muito próximas a ele, incluindo 5G.5.1.
Segundo a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês), a varainte 5G.5.1 agora representa cerca de um em cada sete casos de covid detectados por testes hospitalares.
Meera Chand, vice-diretora da agência, disse que "não era inesperado" ver novas variantes emergirem.
"A EG.5.1 foi designada como uma variante em 31 de julho de 2023 devido ao crescimento contínuo internacionalmente e à presença no Reino Unido, permitindo-nos monitorá-lo por meio de nossos processos de vigilância de rotina", assinalou.
Os casos de EG.5 também estão aumentando nos EUA, onde superou por pouco outras subvariantes de ômicrons que circulam atualmente, segundo estimativas publicadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
A Éris é mais perigosa?
Com base nas evidências disponíveis, os funcionários da OMS dizem que não há indicação de que a subvariante esteja causando efeitos mais graves e que os riscos não são maiores do que outras variantes atuais de interesse.
Alguns testes sugerem que ela pode escapar de nosso sistema imunológico mais facilmente do que algumas variantes circulantes, mas isso não significa dizer que pessoas ficam mais gravemente doentes.
No Reino Unido, houve um pequeno aumento de pessoas hospitalizadas nas últimas semanas, principalmente aquelas com mais de 85 anos, mas especialistas dizem que os números permanecem menores do que nas ondas anteriores. Não houve aumento de pessoas gravemente doentes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Especialistas de todo o mundo continuarão monitorando a subvariante e avaliando seu impacto, principalmente à medida que escolas e universidades retornarem das férias de verão no hemisfério norte.
Onde o EG.5 está se espalhando?
Segundo a OMS, infecções foram notificadas em 51 países, incluindo China, Estados Unidos, República da Coreia, Japão, Canadá, Austrália, Cingapura, Reino Unido, França, Portugal e Espanha.
Quais são os sintomas?
Especialistas dizem que não há evidências que sugiram que essa nova subvariante cause novos sintomas de covid.
Os sintomas da covid podem incluir:
- febre
- tosse contínua
- mudança no paladar ou olfato
- fadiga
- coriza
- dor de garganta
Como podemos nos proteger?
Tal como acontece com outras variantes da covid, o risco de doenças graves permanece maior para pessoas idosas ou com problemas de saúde subjacentes significativos.
A UKHSA diz que a vacinação continua sendo a "melhor defesa contra futuras ondas de covid, por isso ainda é importante que as pessoas tomem todas as doses para as quais são elegíveis o mais rápido possível".
A OMS diz que continua avaliando o impacto das variantes no desempenho das vacinas para que possa tomar decisões sobre atualizações na composição das vacinas.
Os especialistas recomendam lavar as mãos regularmente e ficar longe de outras pessoas, sempre que possível, se você tiver sintomas de uma doença respiratória.
*Com reportagem de Smitha Mundasad, da BBC News.