Para descobrir pistas de um criminoso, uma policial desajeitada planeja se infiltrar para investigar essa missão. Poderia ser a sinopse de Miss Simpatia, a clássica comédia dos anos 2001 estrelada por Sandra Bullock, mas, não, é!
Se trata da nova comédia do Prime Video chamada Missão Porto Seguro estrelada por Giovanna Lancellotti.
Quase 25 anos depois que Bullock fez o buço, as unhas, e enfrentou as concorrentes ao Miss EUA, é a vez da atriz brasileira seguir o mesmo caminho. Ou quase isso. Em Missão Porto Seguro, vemos a agente Denise (Lancellotti), de 30 anos, ser afastada de uma operação pelo delegado, seu próprio pai (Miguel Falabella) e que, para se redimir, decide arriscar o emprego (e o próprio pescoço!) em uma nova e perigosa missão.
Ela vai se infiltrar, sem que seu pai saiba, numa viagem de formatura em Porto Seguro, onde vai ter que se passar por uma adolescente para obter uma prova importante diretamente das mãos de Silvia (Sophia Valverde), a filha de 17 anos de Sílvio Quintella.
Só que Denise não consegue nem entender os adolescentes, quanto mais se passar por um!, afirma a sinopse. Careta e cheia de amarras sociais, vai precisar da ajuda de uma aliada improvável, Babi (Ademara), que tem a sua idade, mas no fundo nunca cresceu. Com a ajuda dessa nova amizade, ela vai se enturmando com a galera e se vê aproveitando uma adolescência tardia cheia de emoções. Resta saber se isso vai ajudar ou atrapalhar seu plano arriscado, até porque talvez ela não seja a única atrás de Silvia…
Completam o elenco ainda os atores Igor Jansen, Letícia Pedro, Raphael Vicente, Estevam Nabote, Érico Brás, Diogo Almeida e Leandro Villa.
Assim, as atrizes Giovanna Lancellotti, Ademara e a diretora Cris D’Amato batem um papo com o site e contam curiosidades de bastidores, das gravações, e muito mais.
Confira:
ArrobaNerd: Giovanna vendo aqui você gravou com fogo, pulou do segundo andar de uma casa para a piscina, pulou de um tobogã, escalou uma sacada de um hotel, dançou axé com as Sheilas e ainda andou de jet ski.
O que mais deu trabalho? E tem alguma coisa que você queria ter feito para esse filme, mas não rolou? Ou que vocês fizeram e ficou de fora?
Giovanna Lancellotti: Olha, tem uma coisa que eu não fiz [em Missão Porto Seguro] foi pegar fogo. Por que era uma dublê que também chamava Giovana… mas eu queria tá? Me impediram…. Por que eu não sei [risos], mas eu pedi. E de resto eu fiz tudo. Tudo que eu tinha vontade. Eu acho que para um ator fazer tantas coisas diferentes, assim, com cenas de ação, como capoeira, jet ski, fazer banana, a galera com a banana, fui derrubando um por um… foi muito legal. Mas também foi muito leve fazer esse filme.
Sabe tive minhas limitações né? Por conta do seu joelho, que eu não tava 100%, sabe? Mas mesmo assim que nem parecia, por que eu fui que fui e, no final, eu fiz uns, 90%, 95% do que eu já iria fazer. E me diverti. E foi uma delícia dançar com as Sheilas, realmente foi um dos pontos auges. Um momento que eu vou colar num poster. Na minha parede sabe. Para nunca esquecer.
E a Denise é uma personagem deliciosa de se fazer, por que ela tem esses dois lados, ela é durona, ela tá sempre assim, e quando tentar ir para lado mais adolescente. Ela nem sabe o que é ser adolescente por que ela não teve essa fase de adolescente que a galera tá vivendo. Então ela vai por tentar juntar [todas as referências que ela tinha]. Aquela gargantilha que a gente usava nos anos 90, é “o suave na nave. Ela vai só na tentava dela, de chegar num lugar onde ela, realmente não faz parte. É por uma coisa muito gostosa de se fazer e de assistir Mas foi uma personagem muito gostosa de se fazer e de assistir também. Eu amei, a Denise para mim foi um prato cheíssimo.
ArrobaNerd: Ademara, já algum tempo você faz, brilhantemente, a retrospectiva do ano ao som de Unstoppable da cantora SIA. Denise e Babi, as personagens de vocês, estariam na sua retrospectiva no final de 2025? E qual cena você escolheria para colocar as duas?
Ademara: Ah, meu Deus, muito obrigada, que fofo sua pergunta. Ah, com certeza [elas vão estar] mas agora qual cena, ai você me pega mesmo.
ArrobaNerd: O bom que você tem um ano aí para pensar e escolher…
Ademara: Pois é. Ainda bem que vai sair agora em janeiro, viu? Por que aí vai ser o primeiro do vídeo, vai ser a frame, vai ser a capa do vídeo. Mas, cara te falar que tiveram cenas legais que a gente fez. Eu acho que nós acabamos por nos tornarmos uma dupla muito interessante mesmo. Nós nos gostamos muito, tivemos uma química muito legal, desde de meu teste de elenco com a Giovanna. Então, eu acho que, para mim, talvez, não como uma retrospectiva de memes, mas numa retrospectiva profissional mesmo, acho que uma das últimas cenas. Vou dizer que uma das cenas que…. foi tensa. Tipo mais para tensa, que a Cris também me orientou, muito bem assim, me dirigiu, brilhantemente, me ajudou a trazer um outro sentimento que não era um tão presente na personagem, ao longo da trajetória dela no filme.
Mas a gente se conectou de uma forma muito legal, eu quis chorar, e tudo mais, mas eu acho que para minha experiência com a Giovanna, e com a Cris, mas é uma das cenas finais…mas não vou falar qual é por que não posso dar spoiler da história.
ArrobaNerd: Eu até sei qual é! Já imagino…
Ademara: É uma bem cena bem policial. Eita como ela é da polícia. E eu estava em apuros. Aí eu posso falar isso né? Eu estava em apuros e a cena era que eu estava em apuros, eu não a Babi né?
ArrobaNerd: Cris você tá com tudo nesse começo de 2025. É Missão Porto Seguro o streaming, Viva a Vida! nos cinemas agora no final do mês, é o filme Sílvio Santos… como é trabalhar em um filme que vai passar nos cinemas com um filme que vai passar no streaming? Vocês já chegam com uma abordagem diferente na pré-produção? Ou no final, o dia-a-dia no set é tudo o mesmo?
Cris D’Amato: A história você vai contar da mesma forma. A história [não muda!]. Mas assim, em termos de enquadramentos, os enquadramentos no streaming exigem um pouco mais de enquadramentos mais fechados, né? No cinema, a gente abre mais porque a tela é maior, e nem todo mundo tem uma TV de 75 polegadas, né? A maioria das pessoas elas tem uma TV de 43 polegadas!
Então, a gente faz para também para passar nessa mídia, né? E para ter nessa mídia a mesma a emoção que você teria vendo filme no cinema, né, mas são lugares diferentes. São equilíbrios diferentes, eu acho, mas assim em termos de roteiro, de empenho, de diversão, né? É a mesma coisa, né? É a mesma coisa você fazer um filme para o streaming, fazer um filme para o cinema, só são lugares diferentes, né? Você faz diferente, mas a emoção de estreia, e de estar é em tela, é a mesma coisa.
ArrobaNerd: Estávamos vendo aqui que tem um galera creditada no roteiro Denis Nielsen, Nathalia Cruz, Cris Werson, Vitor Brandt, Leandro Soares. Mas queria saber de vocês, um filme como esse como uma comédia com um humor mais físico teve espaço para improvisar?
Por exemplo, na cena do “a coordenada está nas mões”/mãos/é meme!” que até tá no trailer ficou muito boa! Como foi criar essa dinâmica?
Giovanna Lancellotti: Essa do “mãos/mões” foi um improviso.
Cris D’Amato: Foi um improviso mesmo. Veio do Look and Feel. E foi da Ademara. Veio dela. Nós sempre fazemos, nos streamings, o que é chamado de Look And Feel, onde vamos lá, filmamos algumas cenas, para o ver figurino, a maquiagem, grava algumas ceninhas. Aí nessa cena, ela [Ademara] fez “nas nossas mões” e eu achei aquilo um máximo, todo mundo riu, ai eu falei: Ah isso, aí precisa ir para o roteiro.
Giovanna Lancellotti: Eu, Giovanna, acredito muito, não só sobre o roteiro, mas como um todo, que tudo é uma obra colaborativa né? Ninguém vai fazer nada sozinho e mesmo que cada um tem a sua função, eu adoro quando alguém, que pode não ser a Cris, claro posso não levar tão a sério, mas quando é a Cris, eu vou levar a sério, mas que fala por que que você não faz não sei o quê? Por que que você não fala não sei, o quê? E nessa hora, me dá um toque, e te dá um toque que, às vezes, pode não ter nada a ver que você falar, tá bom? Valeu, e, às vezes, fala, “Nossa verdade, pode ficar bom.”
Assim como na nossa, no roteiro eu sempre acho que tem um espaço. Já trabalhei em outros projetos, onde o autor era muito [restrito], não pode botar uma vírgula mais, mas quando pode é tão gostoso, porque muitas coisas que você coloca, por exemplo, isso das mãos, tinha tudo a ver com as personagens, então foi um ponto que entrou até no trailer de tão bom que ficou e foi uma coisa que surgiu naturalmente!
Então eu acredito muito na vivência mesmo das cenas, de ser uma coisa viva, e dela falar por sí própria. Às vezes, não é um improviso, que você já tinha pensado antes para improvisar na cena, e na hora, para falar “Uau que gênio”, não, às vezes, vem na hora mesmo. E isso é muito legal. E tendo uma pessoa tão disponível também quanto Ademara, que faz comédia, que já é a altamente engraçada por si, só facilita. Porque, às vezes, ela fala uma [coisa] que eu pesquei, aí vou falar outra, ou, então, eu falo alguma coisa que do nada ela vem e então quando se tem um jogo assim também com seu parceiro de cena facilita muito…. você ter bons insights, né?
Cris D’Amato: A Giovanna, por exemplo, poderia não ter respondido, o “mãos!” e na mesma hora ela falou: mãos!
É ator que ouve! Quando a gente consegue ouvir, é a coisa mais difícil que tem para os atores. Ouvir o que o outro está falando. Por que aí, você consegue criar. É a mesma coisa que a Giovanna disse: a obra é viva! Nada é naquela letrinha que tá ali, né? A gente pode criar cima em cima. O filme é um, quando a gente lê, o filme é um quando a gente monta, o filme é um quando, a gente vai com ele para a rua, sabe? Então assim é vivo.
Ademara: O roteiro é muito maravilhoso em si. Eu fiquei muito feliz, desde a primeira vez que eu li para fazer o teste de elenco e tudo mais. Mas eu acho que também isso depende do ambiente dos sets, assim, nós, tínhamos uma diretora, tínhamos roteiristas disponíveis, e a gente tinha um elenco realmente muito interessado naquela história. Quando um ambiente te possibilita também que você fique livre para improvisar acaba acontecendo. Eu improvisei muito assim, tem vários textos ali, que que eu inventei na hora e tudo mais eh, especialmente num num texto que tem tanta referência com o adolescente. Isso é muito difícil, você às vezes de colocar determinados memes de determinadas gírias, porque para ficar datado é muito fácil assim.
Ainda mais quando o filme demora um, ou dois anos para sair, sempre vai acontecer de ter uma ou outra gíria que já está morta e enterrada… Infelizmente, gente aconteceu não vou falar aqui qual foi, mas eu já tô aqui fazendo, minha mea culpa no caso!
Giovanna Lancellotti: Eu fiz uma também! Eu acho que muita gente, não vai entender, mas já estava no roteiro também! Me livrando!
Cris D’Amato: Fala aí para gente!
Giovanna Lancellotti: É o senhora…. com a voz bem aveludada! Que era da Carminha, já era velho antes, entendeu? Principalmente com o público mais jovem.
Cris D’Amato: Esse tava no roteiro!!
Giovanna Lancellotti: Então a culpa não é minha!
Ademara: Mas eu acho que esse é um desafio que vai acontecer com esses filmes que tem uma abordagem jovem mesmo. Porque no streaming vai demorar para sair mesmo ainda mais quando é filme, então tipo assim, mas eu acho que vai também da nossa percepção de tentar colocar, é textos mais improvisados que tenham também tenham uma narrativa atemporal, né? Que não seja necessariamente um meme. Mas que também tenha é uma uma riqueza ali também de texto, dentro da história assim, mas sim improvisamos muito eu improvisei muito tem muitas coisas lá que saiu da minha cabecinha o bicho na hora, mas tudo isso também porque o ambiente me possibilitava a minha diretora me possibilitava o elenco estava comigo possibilitava.
Missão Porto Seguro chega em 17 de janeiro no Prime Video.
