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10 dicas para superar a dependência das redes sociais

10 dicas para superar a dependência das redes sociais

Limitar o consumo de conteúdo online pode transformar sua rotina de forma positiva

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 15:20

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A dependência das redes sociais afeta a saúde mental e emocional (Imagem: SurfsUp | Shutterstock)
A dependência das redes sociais afeta a saúde mental e emocional. (Imagem: SurfsUp | Shutterstock)

Os brasileiros passam 9h13 por dia online. O número coloca o país como o segundo do mundo em que as pessoas ficam mais tempo conectadas à internet, atrás apenas da África do Sul (9h24). E quando o assunto é o uso de redes sociais, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking, com os usuários conectados em seus perfis cerca de 3h37 todos os dias. Os dados são do Relatório Digital 2024: 5 billion social media users, feito pela We Are Social e Meltwater, e destacam uma rotina hiperconectada que especialistas recomendam cuidado para evitar a dependência das redes sociais.

O ano de 2024 viu “ brain rot ” ser eleito a palavra do ano pelo Dicionário Oxford. Definido como a deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente como resultado do consumo excessivo de material online banal, ganhou destaque nas discussões sobre o impacto do conteúdo de baixa qualidade, principalmente nas redes sociais. O aumento de 230% no uso da expressão entre 2023 e 2024 reflete a crescente preocupação com os efeitos negativos da superexposição digital.

Dependência das redes sociais prejudica a saúde mental

Segundo Vagner Vinicius de Araújo, psicólogo da rede de clínicas AmorSaúde, a dependência das redes sociais se refere a uma condição complexa que pode prejudicar a saúde mental de diversas maneiras. Ela é caracterizada por sinais como preocupação excessiva com as redes, uso compulsivo, negligência de atividades importantes, mudanças de humor, problemas de sono , diminuição da autoestima e sintomas físicos.

“A busca incessante por validação online, a comparação constante com outros usuários e a falta de reconhecimento podem gerar sentimentos de inadequação e ansiedade, fatores que, inclusive, estão associados à depressão”, explica o psicólogo.

Segundo Vagner Araújo, a dependência das redes também ativa o sistema de dopamina no cérebro, reforçando comportamentos compulsivos e criando um ciclo viciante. “O imediatismo, característico das redes sociais, sobrecarrega o cérebro com estímulos constantes e superficiais, dificultando a concentração e a reflexão profunda”, afirma.

Problemas a longo prazo

O relatório Panorama da Saúde Mental, do Instituto Cactus e da AtlasIntel, indicou que, dos 36,9% dos brasileiros que passaram 3 horas ou mais por dia nas redes sociais, 43,5% são diagnosticados com ansiedade. O psicólogo destaca que, a longo prazo, “não controlar o uso das redes sociais pode resultar em ansiedade, depressão, baixa autoestima, distúrbios do sono, isolamento social, dificuldades de concentração, problemas de relacionamento e até efeitos físicos como doenças cardíacas, obesidade e problemas de visão”.

O imediatismo, impulsionado pela necessidade de respostas rápidas e gratificação instantânea, pode causar sobrecarga cognitiva e prejudicar a atenção, pois altera padrões de comportamento e foco. “Cada curtida, comentário ou mensagem libera dopamina, criando um ciclo de busca constante por recompensas rápidas. Essa dinâmica também reduz a capacidade de adiar a gratificação e planejar a longo prazo”, explica Vagner Araújo.

Superficialidade e expectativas irreais

A gratificação imediata nas redes sociais favorece a superficialidade nas relações interpessoais. “As interações rápidas e curtas, como curtidas e comentários breves, substituem conversas mais profundas e significativas, essenciais para a construção de vínculos genuínos. Essa superficialidade pode enfraquecer os laços sociais e afetivos”, afirma o psicólogo.

Além disso, a comparação constante com outras pessoas nas redes sociais é capaz de gerar insatisfação e prejudicar a autoestima . “Nas redes sociais, as pessoas frequentemente compartilham os melhores momentos de suas vidas, o que pode gerar expectativas irreais sobre o que constitui uma ‘vida perfeita'”, diz Vagner Araújo.

As interações superficiais nas redes, como as curtidas, os breves comentários e as conversas fragmentadas, evidenciam a cultura do imediatismo (Imagem: GoodStudio | Shutterstock)
As interações superficiais nas redes, como as curtidas, os breves comentários e as conversas fragmentadas, evidenciam a cultura do imediatismo. (Imagem: GoodStudio | Shutterstock)

Dificuldades na construção de confiança e para enfrentar conflitos

As interações superficiais dificultam a construção de relações profundas. “Relações interpessoais saudáveis e duradouras exigem tempo e dedicação, algo que é desafiado pela cultura do imediatismo nas redes sociais, onde as respostas rápidas e as conversas fragmentadas predominam”, destaca o profissional.

O psicólogo alerta que, nas relações interpessoais, o imediatismo também pode se manifestar em uma impaciência para lidar com conflitos ou discussões. “Ao invés de buscar uma resolução cuidadosa e ponderada, muitos indivíduos preferem soluções rápidas ou evitam confrontar questões importantes, o que pode enfraquecer a qualidade das relações ao longo do tempo”, diz.

Reduzindo a dependência das redes sociais

Para reduzir a dependência das redes sociais e minimizar os efeitos do imediatismo, Vagner Araújo reforça que ações no dia a dia , simples de colocar em prática, podem gerar impactos positivos significativos. Veja!

O psicólogo explica que a diferença entre o manejo saudável e a dependência das redes sociais está na forma como o indivíduo se engaja nas plataformas. “O uso saudável é caracterizado por controle, consciência e objetivos claros, enquanto a dependência se manifesta pela perda de controle, compulsão e impactos negativos no bem-estar”, afirma Vagner Araújo.

O profissional endossa que, para criar limites sem culpa ou ansiedade , é importante enquadrar os limites de forma positiva, substituir o manuseio das redes por atividades gratificantes, estabelecer limites realistas e flexíveis e praticar o desapego consciente.

Por Nayara Campos

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