A arbitragem brasileira fecha mais um ano confuso e de muitas reclamações dos torcedores, treinadores, jogadores e da imprensa. Em mais um ano a arbitragem não se acertou com o VAR, e o que deveria ser uma solução foi motivo de mais polêmicas em nosso futebol.
Fechamos o campeonato brasileiro com quatro dos dez árbitros Fifa afastados por deficiência técnica, o que de uma certa forma, abriu oportunidades para novos árbitros como o capixaba Davi Lacerda, que se saiu bem na competição.
Em um ambiente de indisciplina dos jogadores, a Comissão de Arbitragem inventou formas para tentar acalmar os ânimos como se a regra já não tivesse os recursos necessários. Ao invés de tirar os cartões amarelo e vermelho dos bolsos para resolver o problema, os árbitros foram orientados a explicar aos capitães das equipes cada marcação, o que tira ainda mais a autonomia daquele que deveria ser a única autoridade em campo.
Agora, no finalzinho do ano a Fifa resolveu institucionalizar a frouxidão e mudou o texto da regra porque os senhores árbitros não são capazes de marcar um tiro livre indireto contra um goleiro que ficar mais de seis segundos para recolocar a bola em jogo, e resolveu que se o arqueiro não cumprir o que a regra determina deverá ser marcado um tiro de canto contra a sua equipe. Ou seja, o velho ato de tirar o sofá da sala. Repito sem entender: é só marcar o tiro livre indireto e aplicar o cartão amarelo no goleiro que o problema está resolvido.
Com uma resolução dessas, a indicação é de que 2025 vem aí com mais reclamações e indisciplina em campo, fruto da complacência de entidades prósperas financeiramente, mas falidas quando o assunto é exigir respeito às regras.
Enquanto isso os árbitros não se impõem e quem grita mais alto leva. A arbitragem brasileira precisa de um projeto com ações de curto, médio e longo prazos, onde o curto prazo pede ações imediatas como uma revisão no protocolo do VAR e atitudes mais firmes dos árbitros, doa a quem doer. Enquanto as coisas são ajustadas com a bola rolando, no médio prazo é urgente a padronização na formação de novos árbitros com um currículo nacional que deve ser aplicado em todos os cursos das federações estaduais. Hoje, cada estado forma árbitros de seu jeito, o que, na prática, é um problema para a CBF que escala árbitros com padrões e critérios diferentes em suas competições.
No longo prazo, já que não depende somente das entidades esportivas, a profissionalização dos árbitros deve ser levada a sério, com a CBF dando o primeiro passo realizando a semi profissionalização dos profissionais de arbitragem, indicando que acredita que esse é um caminho sem volta. É o meu desejo para a arbitragem brasileira em 2025, assim como também desejo um feliz Natal e um ano novo cheio de saúde para todos.
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