Estoicismo

Conforme Hadot, Foucault teria transformado a moral estoica em uma ética que busca o prazer em si mesmo, já que, erroneamente, conceberia a felicidade como um estado de puro deleite corpóreo e psíquico. Hadot afirma que para os estoicos a busca pela felicidade é incondicional, e a tranquilidade d"alma deve ser compreendida como um estado imperturbável no qual o si mesmo se encontra despojado de qualquer tipo de sentimento, seja ele violento ou sereno. Diferentemente, Foucault concebe que o domínio de si corresponde à soberania exercida sobre si mesmo e está atrelada a uma satisfação que se tem consigo. O estado de ataraxia ou euthumía é interpretado por Foucault como uma forma outra de prazer, aquela que se opõe ao prazer violento, cuja origem não está em nós mesmos, mas nos objetos aos quais descontroladamente atribuímos valores morais. Foucault associa essa diferenciação entre o mau e o bom prazer respectivamente aos termos, encontrados em Sêneca, "voluptas" e "gaudium". Todavia, Hadot entende que Foucault teria cometido um deslize ao interpretar a alegria ou o bom sentimento como outra forma de prazer, pois, de acordo com Hadot, nos estoicos a distinção entre prazer e alegria não corresponde a uma mera questão de vocabulário. Assim, o texto busca recontextualizar a crítica que Hadot dirigiu às análises de Foucault acerca da terapia das paixões no estoicismo, através da problematização da maneira pela qual cada um dos autores compreende a relação entre a alegria e a tranquilidade d"alma.

O foco do presente trabalho é compreender a felicidade como fruto de práticas virtuosas, como sugere Sêneca, empregando pensamentos dispostos em quatro obras do filósofo romano. O primeiro aparece em Sobre a clemência, escrita com a finalidade de tornar Nero um bom imperador. A obra mostra que a beatitude verdadeira será alcançada quando se proporciona uma vida feliz a muitos. Desse modo, a felicidade de um governante depende da felicidade do povo. O segundo pensamento aparece em Sobre a ira, onde a máxima regente é evitar a decepção por meio da ataraxia, isto é, pela conformidade com a natureza. Essa ideia atesta que a felicidade se encontra na redução das expectativas, bem como no preparo e na espera de adversidades. A terceira concepção de felicidade aparece em Consolação à mãe Hélvia, escrita no exílio, para lembrar sua mãe de todas as infelicidades que já teve, já que infortúnios constantes têm uma característica positiva: endurecer aqueles a quem incansavelmente persegue. Por fim, o conselho é afastar-se do caminho das multidões e entregar-se à filosofia. Assim, é preciso buscar o equilíbrio se afastando dos prazeres frívolos, negando as voluptuosidades e exaltando a moral, típica do estoicismo romano.

RESUMO Schopenhauer afirma, em uma das suas 50 regras copiladas sob o título de Die Kunst Glücklich zu Sein (A arte de ser feliz) que, por ser a vida, precisamente, um vale de lágrimas, o homem necessita de ferramentas ou regras capazes de evitar as penas e os golpes do destino. Este artigo tem como finalidade, estabelecer um paralelo entre a obra senequiana de De Vita Beata e o pensamento schopenhaueriano. Busco demonstrar a com-pleta afinidade entre ambos pensadores no que concerne à compreensão da Filosofia como terapêutica ou como consolação. Neste sentido, defendo que, apesar do seu tom pessimista, a Filosofia, para ambos pensadores, é uma necessidade, não somente teórica, mas prática que se define a partir de uma forma de vida, ou melhor dito, como uma sabedoria para a vida. ABSTRACT Schopenhauer stated in one of his fifty principles organized under the title of Die Kunst Glücklich zu Sein (The Art of Being Happy) that by the fact that life is precisely a valley of cries, man needs some instruments or principles able to prevent from the sufferings and the surprises or challenges of destiny. This article has the objective of establishing a parallelism between the Senequian work De Uita Beata and the schopenhauerian thought. I seek to prove a complete affinity between the two thinkers in the aspect of a comprehension of Philosophy as therapeutics or as consolation. In this sense, I defend that although their pessimist attitude, Philosophy, for all of them, is a not only a theoretical necessity, but also a practical one that is defined from a way of life, or simply as a knowledge for life.

Em tempos em que a filosofia é praticamente inexistente - ou pouco usada para tentar justificar a dominação de uma elite global, como faz George Soros - é comum que os benefícios desta recaiam apenas sob quem a pratica.

Escritores como o multibilionário são vistos como filósofos quando, na verdade, se comportam como perfeitos sofistas. A diferença entre um e outro está apenas em fundamento: o conceito que cada um possui sobre a verdade.

Resumo: O presente artigo trata do pensamento de Epicteto pelo viés do exercício (áskēsis), ou seja, por meio de práticas que conduzem ao aperfeiçoamento de quem elege para si o ofício de filósofo. Para tal, inicialmente esclarecemos o que significam os exercícios na filosofia antiga, tendo como subsídio as teses de Pierre Hadot. Logo depois, exploramos seis exercícios que consideramos centrais para o filósofo de Nicópolis, contextualizando com os ensinamentos que estão envolvidos e descrevendo as principais características de seu método. Por fim, defendemos que a importância deste artigo está em esclarecer a áskēsis em Epicteto de maneira a evitar possíveis anacronismos.
Palavras-chave: Epicteto, Exercício, Áskēsis, Desejo, Proaíresis.

Abstract: This article deals with Epictetus' thought through the exercise bias (áskēsis), that is, through the perfectioning practices of those who choose the office of philosophy. In order to do so, we first clarified what exercises in ancient philosophy mean, based on the theses of Pierre Hadot. Continuing, we explore six exercises considered central to the philosopher of Nicopolis, contextualizing with the teachings involved and describing the main characteristics of his method. Finally, we argue that the importance of this article lies in clarifying the áskēsis in Epictetus in order to avoid possible anachronisms.

Tradução do Sermão 150, de Santo Agostinho, sobre as palavras do Apóstolo Paulo no Areópago aos filósofos estoicos e epicureus. Esta tradução compunha o capítulo 2 do Trabalho de Conclusão do Curso da Licenciatura em Letras no Centro Universitário São Camilo apresentado em 2006.

O objetivo deste artigo é demonstrar como a ética proferida por Epicteto se relaciona com uma postura filosófica, mais precisamente com uma atitude filosófica. Essa atitude não é especificamente uma exigência prévia para pensar a ética filosoficamente, pois não se trata de tê-la para então começar a filosofar, mas trata-se da manifestação de autenticidade daquele que se diz filósofo, porque evidencia a real assimilação das opiniões e teorias que defende. Para Epicteto, o progresso do filósofo necessariamente está unido ao progresso no campo ético, sendo impossível desvinculá-los. Por entender a filosofia como um modo de vida, ele adverte para que a teoria seja sempre colocada em prática, estabelecendo assim o conhecido caráter ascético de seus ensinamentos.

The objective of this article is to demonstrate how the ethics pronounced by Epictetus relates to a philosophical stance, more precisely with a philosophical attitude. This attitude is not a prior requirement to think about ethics philosophically, since it is not a mandatory requirement to begin philosophizing, but it is the manifestation of authenticity of the one who calls himself a philosopher, because it shows the real assimilation of opinions and theories he advocates. For Epictetus, the progress of the philosopher is necessarily bound up with his progress in the field of ethics, and it is impossible to untie them. By understanding philosophy as a way of life, he warns so that the theory is always put into practice, thus establishing the well-known ascetic character of his teachings.

O objetivo deste artigo é apresentar e contextualizar a ideia estóica a respeito da felicidade, ou eudaimonia, como era conhecida pelos gregos antigos. Para conseguir tal objetivo, será feita uma contextualização histórica, seguida por uma apresentação de seus filósofos mais importantes e um resumo de toda a filosofia estóica, passando pela física, lógica e ética. A ideia defendida por este artigo é a visão de felicidade como tranquilidade da alma, como aceitação do destino, de que há coisas que não estão sob o controle do indivíduo. A tranquilidade da alma, segundo os estóicos, será conseguida através do desenvolvimento humano, do aperfeiçoamento do que os gregos viam como excelência ou virtudes do homem. É preciso viver de acordo com a natureza, sendo a razão humana vista como uma extensão da razão natural.

Este estudio se centra en un acercamiento a las corrientes filosóficas helenísticas que buscan una salida al panorama que dejó tras de sí Alejandro Magno en sus conquistas por la Hélade, el norte de África y parte de Asia. En concreto, nos sumimos en una época en la que los lazos identitarios de los ciudadanos de las respectivas polis se diluyen en una masa informe y unificada de todos los territorios, por lo que se ven obligados a repensar su propia individualidad, así como su puesto en el cosmos. Al no ser ya más corintio, tebano, espartano o ateniense, sino ciudadano del imperio alejandrino, se hace necesaria la exigencia de un replanteamiento de las bases éticas, filosóficas, sociales y culturales de la época. Es en este marco histórico en el que surgen diversas corrientes de pensamiento como respuesta a la sensación de desarraigo vital que se hizo patente en este periodo. Las principales aportaciones llegaron de la mano de los cínicos, los epicúreos y los estoicos, que afrontaron este problema desde diferentes perspectivas para dar solución a las inquietudes e insatisfacciones que se estaban gestando en el núcleo social. La idea del cosmopolistismo cobra aquí especial relevancia, y serán los estoicos y cínicos quienes promoverán con mayor éxito y desde posiciones distintas una nueva configuración de la vida en la polis, abarcando esta vez al mundo en su totalidad convirtiéndose en una cosmópolis.

A subjetividade contemporânea emerge no cruzamento de tempos diversos: do caos nascem os meios e os ritmos. Através da música e da filosofia, Ritmo e subjetividade explora e confronta temporalidades distintas, porém inseparáveis: um tempo pulsado ou estriado, que, sob o regime de Cronos, mede e fixa a identidade de territórios, formas e sujeitos; e um liso, amorfo ou não pulsado, sob o regime do Aion, que é o tempo da desterritorialização das formas subjetivas. Arte e clínica para dar consistência a forças de criação impedidas de se afirmar por si mesmas.

Es una reflexión personal sobre la filosofía estoica y su actitud ante la existencia. Se escribió en tiempos del covid 19 desde Cali- Colombia por ello tiene algunos referentes culturales propios del país y la región. En el articulo se comenta la explicación de la filosofía estoica de johannes Hirschberger, Historia de la filosofía 1. Se retoman algunos fragmentos de Marco Aurelio y Seneca.

Cornutus was a Roman philosopher who wrote this compendium on the Greek gods in Greek language in the first century A.D. He wanted to teach the basics of Stoic philosophy to an unknown Roman boy using this mythological work by etymologizing and allegorizing the gods' names and epithets.

This is the first critical edition of the compendium since 1881.

El propósito del presente escrito es explicar qué es la proaíresis en la filosofía de Epicteto, para lo cual recogeremos e intentaremos articular las que parecen ser sus principales características, a saber, (I) aquello de cuya utilización (si correcta o incorrecta) depende, enteramente, el alcanzamiento de la felicidad o, lo que es lo mismo, de la virtud y (II) aquello superior entre todo lo del ser humano. A la hora de realizar dicha labor, surge la necesidad de encarar tres preguntas complejas: (1) ¿Qué relación hay entre proaíresis y la facultad racional (δύναμις λογική)?, (2) ¿Qué relación hay entre proaíresis y la facultad que usa las representaciones (ἡ χρηστικὴ δύναμις ταῖς φαντασίαις)? Y, por último, pero no menos importante, (3) ¿Qué relación hay entre proaíresis y la parte regente del alma (τὸ ἡγεμονικόν)? A lo largo de nuestro artículo y de la lectura comparada de varios pasajes clave veremos que las primeras dos preguntas se responden por medio de una relación de identidad, pero no así la tercera de las respuestas enunciadas, sino que la proaíresis será una facultad perteneciente a lo hēgemonikón, una conclusión que toma cierta distancia con respecto de las posturas existentes entre la bibliografía especializada.

Abstract: The purpose of this article is to explain what prohairesis is in the philosophy of Epictetus, for which we will collect its main features, namely, (I) that the achievement of happiness (or the achievement of virtue) depends entirely on the use we give to our prohairesis, and (II) that prohairesis is the highest thing among all which belong to human being. So three complex questions need to be addressed: (1) How does prohairesis relate to the rational faculty (δύναμις λογική)?, (2) How does prohairesis relate to the faculty that uses representations (ἡ χρηστικὴ δύναμις ταῖς φαντασίαις)? And, last but not least, (3) How does prohairesis relate to the ruling part of the soul (τὸ ἡγεμονικόν)? According a comparative reading of several key passages, in this article we show that only the first two questions are answered by an identity relationship. About the third question, we argue that prohairesis is a faculty belonging to hēgemonikón, a conclusion that turns away from common postures in specialized literature.

Il presente contributo intende presentare la prima traduzione integrale in lingua italiana della Epístola Moral a Fabio (1612), dello spagnolo Andrés Fernández de Andrada, uno dei testi più compiuti di un genere, quale la lettera poetica, ancora trascurato dai manuali storico letterari, ma che ebbe un'importanza decisiva nel panorama letterario europeo e una considerevole diffusione soprattutto nel Rinascimento italiano e in tutto il Siglo de Oro spagnolo. Nell'intento di rispettare l'assetto metricoritmico e lo stile dell'originale, questa traduzione, corredata da un ampio apparato di note esplicative, è presentata come la prima di quelle che confluiranno nel progetto di un'antologia di epistole in versi dei Secoli d'Oro spagnoli, di ispirazione stoica, senecana e oraziana, genere che tra i suoi autori annovera nomi quali Garcilaso, Boscán, Diego Hurtado de Mendoza, Ce- tina, Montemayor, Aldana, Lope de Vega, Góngora e Quevedo, tra molti altri.

El modesto propósito del presente escrito es exponer, de manera clara, somera y sencilla, en qué consiste la educación de las emociones según los filósofos estoicos, pensándola como una herramienta al alcance de todos para afrontar la presente pandemia, aunque también para la vida entera.

Em edição especial comemorativa dos 10 anos da Revista Prometeus (UFS, B1-Filosofia) apresento a tradução completa do epistolário cruzado entre Plínio, o Jovem, e Trajano. Primeira versão na língua portuguesa de forma integral e disponibilizada gratuitamente a todos e todas.

Agostinho da Silva, um dos maiores pensadores de língua portuguesa do século XX, até hoje não dispunha de uma edição crítica das suas obras. Filosofia enquanto Poesia é o primeiro volume de uma coleção que cumprirá esse projeto. A obra reúne o conteúdo de diversos textos, incluindo três livros inteiros: Sete Cartas a um Jovem Filósofo, seguidas de Outros Documentos para o Estudo de José Kertchy Navarro; Conversação com Diotima; e Parábola da Mulher de Loth, seguida de Pólicles e de um Apólogo de Pródico de Ceos. Os outros ensaios estão agrupados em três seções. Uma aborda filósofos greco-romanos, com opúsculos da coleção Iniciação: Cadernos de Informação Cultural, editada e redigida por Agostinho em Portugal: há introduções aos pré-socráticos, a Sócrates, a Platão, a Epicuro, ao estoicismo, à escultura grega (com imagens) e à literatura latina. Outra abarca clássicos da filosofia e do teatro, por meio de prefácios às traduções de Defesa de Sócrates e Críton, de Platão; Rei Édipo, de Sófocles; A Paz, de Aristófanes; Da Natureza, de Lucrécio; e A Comédia Latina, de Plauto e Terêncio. A seção seguinte traz artigos que o autor publicou em O Estado de S. Paulo sobre filosofia, ciência e mística – incluindo “Filosofia nova”. Filosofia enquanto Poesia conta com prefácio de Eduardo Giannetti e com depoimentos de quatro intelectuais ilustres: Mário Soares, ex-presidente de Portugal, em obituário que escreveu no exercício do mandato; Joel Serrão, coordenador do célebre Dicionário de História de Portugal; Eugênio Lisboa, importante crítico literário português; e Eduardo Lourenço, um dos mais prestigiados intelectuais do país, que narra como conheceu o filósofo – curiosamente, no Brasil. Entre os apêndices há também um texto autobiográfico, que o autor não chegou a publicar em vida. A Biblioteca Agostinho da Silva é coordenada por Amon Pinho, professor da Universidade Federal de Uberlândia e pesquisador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, especialista na obra do pensador luso-brasileiro. Além da seleção e da fixação dos textos, são seus o posfácio, as notas explicativas e dois outros subsídios deste volume: a cronologia de publicação dos escritos aqui coligidos e um índice onomástico dos personagens históricos, mitológicos e ficcionais mencionados por Agostinho. Durante a leitura deste livro, tanto interessados por filosofia como interessados pela cultura luso-brasileira se fascinarão com a vida e com as ideias desse autor de gênio que, mais que meramente pensá-la, soube fazer da filosofia um modo autêntico de vida. (Do site da editora É Realizações: www.erealizacoes.com.br/produto/filosofia-enquanto-poesia---sete-cartas-a-um-jovem-filosofo,-conversacao-com-diotima,-filosofia-nova-e-outros-escritos)

El estoicismo ocupa, sin dudas, un lugar significativo en la obra de Schopenhauer. Es la única escuela de la antigüedad a la que éste concede un tratamiento diferenciado, dedicándole una sección especial tanto en el primer como en el segundo volumen de El mundo como voluntad y representación. Ciertamente, sus escritos están plagados de referencias a los estoicos, con lo cual manifestaba no sólo conocerlos muy bien, sino incluso acordar en ciertos aspectos con ellos. Sin embargo, es claro que también fue desarrollando en paralelo una mirada decididamente crítica. Este trabajo se propone abordar, precisamente, tales críticas, aunque no sólo aquellas planteadas de manera directa al estoicismo, sino también aquellas otras que, creemos, le plantean indirectamente determinados presupuestos de su filosofía.

La aparición, el desarrollo y el ejercicio de los elementos que permiten definir la realidad humana en toda su amplitud son el resultado de la acumulación de experiencias habidas por el hombre como sujeto en relación con otros hombres y el mundo. La construcción del hombre depende de su capacidad de respuesta, es decir, de su capacidad de diálogo, para lo cual deberá establecer, primeramente la ratio de dicho diálogo. La época helenística se caracteriza precisamente por reunir tales condiciones – sociales, políticas y económicas-que obligan al hombre a plantearse dichas relaciones desde unos parámetros nuevos. Es más, le obligan a definir incluso esos mismos parámetros. Esta es la situación que expresa, entre otras, la filosofía estoica. A pesar del trabajo desarrollado por estudiosos e historiadores, como muy acertadamente dice Pohlenz, " estamos todavía muy lejos de comprender a fondo el hecho de que esta filosofía fue la expresión de un nuevo, autónomo sentimiento de la vida, y de comprender efectivamente el significado que ha tenido tanto para su época cuanto para la edad por venir " 1. Las filosofías helenísticas son filosofías del lógos. Particularmente estoicos y epicúreos dedican una atención especial a la reflexión acerca de los vehículos, modos y maneras de la comunicación humana, es decir, la propia y exclusiva del hombre. Esa tarea les conduce a recuperar el interés por la Naturaleza desde una posición completamente nueva respecto a la adoptada por Platón y Aristóteles, tras el desencanto que la fisiología provocó en la sofistica y Sócrates. A los problemas filosóficos desarrollados hasta este momento hay que sumar el protagonismo creciente que adquiere el lenguaje desde Parménides y la necesidad de formular unitariamente los problemas que plantea la reflexión sobre el hombre y sobre la realidad. La antropología helenística subraya la capacidad humana de hablar para identificarla con su naturaleza racional. La razón se define como principio de acción ya que el discurso humano no se reduce al nivel oral. Discurso humano son, también, los actos que lo ponen en relación con el mundo y, sobre todo, las intenciones con las que esos actos se efectúan. El lógos, por lo tanto, es principio de vida en la medida en que es principio de acción. El hombre helenístico es una realidad natural. Entendido el hombre como realidad viviente, esto es physica, las condiciones necesarias para ejercitar y desarrollar su capacidad de diálogo y relación con el mundo vendrán dadas por la propia Naturaleza. Ella asiste al hombre; genera una relación de diálogo con el hombre en la que ella es interlocutora porque, además de ser el lugar donde acontece el diálogo ya que es en ella donde se dan los parámetros desde los que se organiza el pensamiento humano sino, sobretodo, porque ella es el fin (télos) del discurso humano. La nueva relación que el hombre establece con la Naturaleza en la época helenística 1 Max Pohlenz, La Stoa. Storia di un movimeto spirituale, Milán, Bompiani, 2005, p. XVII.

Los estoicos antiguos y medios comparten con los presocráticos la mala fortuna de que sus obras se perdieron. Sin embargo, hay una enorme cantidad de fragmentos e informes que ha llegado hasta nosotros a través de filósofos y escritores contemporáneos o posteriores a los estoicos interesados en temas filosóficos (como Alejandro de Afrodisia, Cicerón, Galeno, Plotino, Plutarco, Proclo y Sexto Empírico), teólogos (por ejemplo, Clemente y Filón de Alejandría, Eusebio y Orígenes), y doxógrafos (como Diógenes Laercio y Estobeo). Algunas de esas fuentes son hostiles a los estoicos y, por tanto, tienden a distorsionar las doctrinas estoicas originales. Pero todas ellas nos proporcionan una vasta cantidad de evidencia para el conocimiento del estoicismo.
Este libro ofrece una amplia selección de esta evidencia textual en conexión con el estoicismo antiguo y medio (textos griegos y latinos con aparato crítico, traducción española y comentario filosófico). También se incluyen algunos pasajes significativos de Séneca, Musonio Rufo, Epicteto y Marco Aurelio.

Los estoicos antiguos y medios comparten con los presocráticos la mala fortuna de que sus obras se perdieron. Sin embargo, hay una enorme cantidad de fragmentos e informes que ha llegado hasta nosotros a través de filósofos y escritores contemporáneos o posteriores a los estoicos interesados en temas filosóficos (como Alejandro de Afrodisia, Cicerón, Galeno, Plotino, Plutarco, Proclo y Sexto Empírico), teólogos (por ejemplo, Clemente y Filón de Alejandría, Eusebio y Orígenes), y doxógrafos (como Diógenes Laercio y Estobeo). Algunas de esas fuentes son hostiles a los estoicos y, por tanto, tienden a distorsionar las doctrinas estoicas originales. Pero todas ellas nos proporcionan una vasta cantidad de evidencia para el conocimiento del estoicismo.
Este libro ofrece una amplia selección de esta evidencia textual en conexión con el estoicismo antiguo y medio (textos griegos y latinos con aparato crítico, traducción española y comentario filosófico). También se incluyen algunos pasajes significativos de Séneca, Musonio Rufo, Epicteto y Marco Aurelio.

En el drama Las troyanas de Séneca el Joven, según proponemos, existen argumentos e ideas de la filosofía estoica en torno a las emociones y las pasiones. Tales ideas, derivadas de la teoría ética-epistemológica estoica, están insertas en los discursos de personajes como Hécuba, Andrómaca, Agamenón o Helena. Séneca exhibe la historia-mito de la Guerra de Troya como una fuente de emociones erróneas, es decir, de pasiones que alejan a los personajes de la virtud-felicidad. Consecuentemente, el autor nos presenta discursos, en boca de sus personajes, que instan a evitar estoicamente esas pasiones, como lo son el miedo, el dolor o el orgullo excesivos.

O capítulo Que philosopher c’est apprendre à mourir (I, 20), do primeiro livro dos Ensaios do filósofo Michel de Montaigne, explora o exercício de meditação sobre a morte como a questão filosófica primordial. Inspirado principalmente pelas filosofias estoica e epicurista, Montaigne compreende a filosofia como um exercício contínuo de preparação para a morte. É uma compreensão comum em tais seitas helenísticas, o desafio de manter sempre em mente a condição de mortalidade como um caminho necessário para libertar-se dos pensamentos vãos que nos afastam da virtude. Para Montaigne, o filosofar tem como propósito a superação do temor da morte, uma realização imprescindível para ascender ao estado de tranquilidade da alma (ἀταραξία). A proposta desta apresentação é realizar uma leitura do ensaio Que philosopher c’est apprendre à mourir (I, 20) e interpretá-lo sob a luz do conflito entre as duas camadas que constituem o texto: a primeira referente à publicação de 1580 e a segunda da edição póstuma. O editor e comentador dos Ensaios, Pierre Villey, define o momento inicial da composição da obra como uma fase estoica e caracteriza o período final da vida do autor pela ascendência epicurista. No ensaio Que philosopher c’est apprendre à mourir (I, 20), Montaigne se situa no fio da navalha, entre a impassível austeridade e confiança na razão do estoicismo e a frustração resultante dessa aspiração quimérica que culminam, enfim, em uma propensão ao epicurismo e na sua respectiva apologia do prazer. O encontro entre as duas faces do pensamento de Montaigne não resulta em uma predileção por uma ou outra influência, mas, ao invés disso, tal embate promove uma nova perspectiva, tipicamente montaigniana, que absorve de maneira crítica as ideias estoicas e epicuristas, transformando-se em uma concepção filosófica original que reinventa o ideal helenístico de meditação sobre a morte.

Title: Pierre Hadot and the study of ancient philosophy as a way of life (Introduction and first chapter free to download)

The main objective of this work is to build a systematization of Pierre Hadot´s method of interpreting ancient philosophical texts. The kernel of his method is the conviction that, in accordance with its prevailing conception throughout antiquity, philosophy was understood and lived mainly as a way of life. Hence, the first chapter introduces Hadot´s panoramical understanding of the ´phenomenon´ of philosophy in antiquity and the main arguments of the defense of this understanding. The second chapter focuses on the method itself, attempting to systematize it in three main exegetical prescriptions (following Arnold Davidson´s reading of Hadot´s work), each one of them related with one of the following aspects of the studied text: the intention of the author, the literary genre of the ouvre, and the living context from which it emerged. The third chapter present an  exemplary application of the method carried out by Hadot himself in his interpretation of the Meditations of Marcus Aurelius. Finally, the fourth chapter discuses the influence of the so-called second Wittgenstein on the development of Hadot´s method. The core concept that Hadot admittedly taked from Wittgenstein to figure out the deep sense of ancient philosophical works is that of "lenguage games" (Sprachspiele), stating that one should understand ancient texts as lenguage games, interwoven with the way of life of which they were an integral part.

En el presente trabajo mi objetivo principal es observar cómo era concebido el ejercicio de la filosofía en la antigüedad e identificar la manera en que se entendía su papel transformador en la vida de quien la ejerce. Pretendo sostener que según la idea que los antiguos tenían de la filosofía, se puede concluir que no existe ni puede existir algo así como una filosofía independiente de la persona entregada a ella, pues las ideas no tienen vida propia y el discurso es filosófico sólo en la medida en que se transforma en modo de vida. O sea, no hay algo como un cuerpo o sistema teórico filosófico independiente de quien lo formula, sino que el cuerpo, la experiencia y las acciones del individuo que filosofa, que busca la verdad y la sabiduría, es la filosofía o el objeto último de ésta.

Aunque el estoicismo en todas sus vertientes y ramificaciones no ofrezca una teoría de la educación como tal, la que podríamos llamar una educación estoica es aquella que resulta de una voluntad sistemática preestablecida que aspira a rechazar cualquier tipo de mediación. Consecuentemente, no sin una fuerte dosis de individualismo, en la falta de mediación entre la voluntad y la representación del mundo, por usar los términos de Schopenhauer, una educación estoica no puede estar en condiciones de contemplar el desvío que implica el abatimiento como condición de posibilidad, sino que debe tratar de orientar el camino de nuestra existencia, organizando nuestra vida sabiamente, conforme al principio de rectitud, rectitud moral que equivale naturalmente a la claridad conceptual, es decir, a “la luz de los conceptos” en la medida en que somos conscientes, como enseña Filón que se enseñaba la escuela pitagórica, de que “la escuela no nos prescribe que cansemos nuestros pies”.

This dissertations mainly analyzes Epictetus´ Dissertations. The two topics studied, the "power" and the "love", are part of the moral and political reflections of stoic philosophy, but they are also part of the epistemology, physics and metaphysics, as the stoic system is rationally interconected. In this thesis we argue that the power and the love are concepts that must be interpreted via other stoic concepts: "emotions", "inclinations", "passion", "virtue", "vice", "indifferents", "oikéiosis", "duty", "sage" and "liberty". The reader would find here definitions and interpretations of such concepts, especially from the work of Epictetus and Zeno of Citium.

El presente trabajo de tesis se centra en la obra titulada Disertaciones que recoge las enseñanzas de Epicteto. Los dos temas a tratar, el poder y el amor, forman parte de la ética y de la filosofía política –estoicas-, así como de la epistemología, la física y la metafísica, por ser el sistema estoico uno que está estrecha y racionalmente interconectado. En la disertación se argumenta que el poder y el amor son conceptos que deben de ser explicados y analizados a partir de los conceptos estoicos de “sentimiento”, “inclinación”, “pasión”, “virtud”, “vicio”, “indiferente”, “oikéiosis”, “deber”, “sabio” y “libertad”. En el texto el lector encontrará las definiciones y análisis de los conceptos mencionados para comprender mejor qué serían el poder y el amor en el estoicismo antiguo, específicamente en Epicteto, así como en Zenón de Citio.

The present article studies the epictetean philosophical use of some passages of the Greek and Roman history. The concepts of love-friendship (philía) and personal convenience (sumphéron) second the philosopher to explain why happiness (eudaimonía) has not been reached by the human being in all history. All historical war or strife (pólemos), such as the Trojan, the Medics and the Peloponnesian wars, is provoked by epistemological-moral mistakes derived from the ignorance of which is the correct place to put the sumphéron; such correct place is only the personal “rational capacity” (proháiresis). This causal explanation of the incorrect and vicious human actions, of which history is full and which destroy the existent philía between nations and provoke pólemos, constitutes an authentic epictetean philosophy of history....

//////  El presente artículo estudia el uso filosófico que Epicteto realiza de varios pasajes dela historia de Grecia y de Roma. Los conceptos de amor-amistad (
philía) y de conve-niencia (sumphéron) personal secundan al filósofo para explicar el motivo de que lafelicidad (eudaimonía) no se haya alcanzado para el ser humano a través de toda lahistoria. Toda guerra y contienda (pólemos) histórica, como la de Troya, las Médicas o la del Peloponeso, es provocada por errores epistemológicos-morales derivados deldesconocimiento del lugar correcto para colocar elsumphéron, tal lugar correcto sólo es la “capacidad racional” personal (proháiresis). Esta explicación causal de los actos humanos incorrectos y viciosos, de los que está llena toda la historia y que destruyen la philía entre los pueblos y provocan pólemos, constituye una auténtica filosofía dela historia epicteteana. No obstante, esos actos viciosos tienen su justificación plena en el superior nivel Cósmico ya que están pre-determinados y ordenados por laProvidencia-Dios. Lo anterior dicho lleva a que podamos observar que la filosofía de la historia estoica, en particular la epicteteana, es análoga a ciertos sistemas espe-culativos modernos en torno al devenir histórico como el viqueano o el hegeliano.

Ponencia presentada en el V Congreso Colombiano de Filosofía, Medellín 2014. Se presentan aquí las líneas generales de la investigación de maestría en filosofía -UNAL- titulada "Alma sana, escritura sana: La terapia de la palabra en las Epístolas Morales a Lucilio de Séneca".