DE ILIPA A MUNDA
gUErrA E coNfLIto No sUL DA hIsPâNIA
gUErrA y coNfLIcto EN EL sUr DE hIsPANIA
CARLOS PEREIRA
PEDRO ALBUQUERQUE
ÁNGEL MORILLO
CARLOS FABIÃO
FRANCISCA CHAVES
(eds.)
cENtro DE ArQUEoLogIA DA UNIVErsIDADE DE LIsBoA
volumes anteriores:
LEISNER, G. e LEISNER, V. (1985) - Antas do Concelho de Reguengos
de Monsaraz. Estudos e Memórias, 1. Lisboa: CAH/UNIARQ/INIC.
321 p.
estudos & memórias
GONÇALVES, V. S. (1989) - Megalitismo e metalurgia no Alto
Algarve Oriental. Uma aproximação integrada. 2 volumes. Estudos e
Memórias, 2. Lisboa: CAH/UNIARQ/INIC. 566+333 p.
Série de publicações da UNIARQ
(Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa)
Direcção e orientação gráfica: Ana Catarina Sousa
Série fundada por Victor S. Gonçalves
VIEGAS, C. (2011) - A ocupação romana do Algarve. Estudo do
povoamento e economia do Algarve central e oriental no período romano.
Estudos e Memórias, 3. Lisboa: UNIARQ. 670 p.
15.
PEREIRA, C. - ALBUQUERQUE, P. - MORILLO, A. - FABIÃO, C.
- CHAVES, F. (2021) – De Ilipa a Munda. Guerra e conflito no Sul da
Hispânia. Estudos e memórias 15. Lisboa: UNIARQ/FL-UL. 327 p.
Capa: Da esquerda para a direita: fotografia de C. Pereira; a mesma
imagem convertida em bitmap; fotografia e desenho de G. Ulbert
(cedidos pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid).
Coordenação editorial: Carlos Pereira
Paginação e composição: Constança Gonçalves
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400 exemplares
ISBN: 978-989-53453-2-8 / Depósito legal: 490559/21
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Esta publicação foi concretizada e financiada através dos projectos
científicos:
- Acampamentos militares romanos no Ocidente peninsular:
estratégias de conquista e controlo do território”, SFRH/
BPD/108721/2015, dirigido por Carlos Pereira;
- Paisaje y territorio militarizado en la Hispania Romana: movilidad
y transferencia cultural (siglos II a.C. – IV d.C.), HAR2017-85929-P,
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Cruces Blázquez Cerrato;
QUARESMA, J. C. (2012) - Economia antiga a partir de um centro de
consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica de cozinha em Chãos Salgados
(Miróbriga). Estudos e Memórias, 4. Lisboa: UNIARQ. 488 p.
ARRUDA, A. M. (ed.) (2013) - Fenícios e Púnicos, por terra e mar. Actas
do VI Congresso Internacional de Estudos Fenícios e Púnicos. 1. Estudos
e Memórias, 5. Lisboa: UNIARQ. 506 p.
ARRUDA, A. M. (ed.) (2014) - Fenícios e Púnicos, por terra e mar. Actas
do VI Congresso Internacional de Estudos Fenícios e Púnicos. 2. Estudos
e Memórias, 6. Lisboa: UNIARQ. 698 p.
SOUSA, E. (2014) - A ocupação pré-romana da foz do estuário do Tejo.
Estudos e Memórias, 7. Lisboa: UNIARQ. 449 p.
GONÇALVES, V. S. - DINIZ, M. - SOUSA, A. C. (eds.) (2015) - 5º
Congresso do Neolítico Peninsular. Actas. Estudos e Memórias, 8.
Lisboa: UNIARQ. 621 p.
SOUSA, A. C. - CARVALHO, A. - VIEGAS, C. (eds.) (2016) - Terra
e Água. Escolher sementes, invocar a Deusa. Estudos em Homenagem a
Victor S. Gonçalves. Estudos e Memórias, 9. Lisboa: UNIARQ. 623 p.
GONÇALVES, V. S. (ed.) (2017) - Sinos e Taças, Junto ao Oceano e mais
longe. Aspectos da presença campaniforme na Península Ibérica. Estudos
e Memórias, 10. Lisboa: UNIARQ. 364 p.
GONÇALVES, V. S. - SOUSA, A. C. (2018) - Casas Novas, numa curva do
Sorraia (no 6º milénio a.n.e. e a seguir). Estudos e Memórias, 11. Lisboa:
UNIARQ. 279 p.
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de Alcalar (Portimão, Portugal). La organización del território y el
proceso de formación de un estado prístino en la Bahía de Lagos en
el tercer milenio a.n.e. Estudos e Memórias, 12. Lisboa: UNIARQ.
312 p. + 4 extratextos.
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ARRUDA, A. M. - FERREIRA, D. - SOUSA, E. (2020) – A cerâmica
grega do Castelo de Castro Marim. Estudos e memórias 13. Lisboa:
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SOUSA, A. C. - BRAGANÇA, F. - TORQUATO, F. - KUNST,
M. (2020) - Georg e Vera Leisner e o estudo do Megalitismo
no Ocidente da Península Ibérica. Contributos para a história
da investigação arqueológica luso-alemã através do arquivo
Leisner (1909-1972) / Georg und Vera Leisner und die
Megalithgräberforschung im Westen der Iberischen Halbinsel.
Beiträge zur portugiesisch-deutschen Forschungsgeschichte der
Archäologie im Spiegel des Leisner-Archivs (1909-1972). Estudos e
Memórias, 14. Lisboa: UNIARQ/IAA/DGPC. 704 p.
íNDIcE
1
prefácio
carlos pereira e ángel morillo
apresentação: em busca do exército romano na hispânia republicana
5
Historiografia e Fontes - Historiografía y Fuentes
nuno simões rodrigues
a península ibérica como horizonte mitológico do conflito para gregos e romanos
21
cándida martínez lópez e mercedes oria segura
entre la guerra y la paz. aproximaciones metodológicas al estudio de las mujeres
31
y la guerra en el mundo antiguo
rosalía hernández garcía
las hispanas y roma: la oposición de las mujeres a la conquista romana (206-45 a.c.).
51
una revisión
josé ramon herrera delgado e pedro albuquerque
ilipa y munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos xvi y xvii
65
jesús salas álvarez
la batalla de munda y el epílogo del asedio de URSO
77
Sítios e Contextos de Oriente Para Ocidente - Yacimientos y Contextos de
Oriente a Occidente
sonia bayo fuentes, jesús moratalla jávega e feliciana sala sellés
arqueología de la conquista romana en la contestania ibérica. los fortines
tardorrepublicanos de la costa y la vigilancia del camino hacia CARTHAGO NOVA
93
ángel morillo cerdán, esperanza martín hernández, rosalía duran cabello
e german rodríguez martín
el complejo militar tardorrepublicano del pedrosillo (casas de reina, badajoz).
campaña de 2010
107
francisco javier heras mora
el campamento romano de valdetorres en los conflictos militares de los siglos ii
y i a.n.e. en el sur hispano
133
carmelo fernández ibáñez
reflexiones preliminares sobre la revisión del conjunto armamentístico del final
de la república en el campamento de cáceres el viejo (cáceres, españa)
151
victorino mayoral herrera, pedro delgado molina, carmen pro muñoz
en busca del ejército invisible: rastreando la presencia militar tardorrepublicana
en el castro de villasviejas del tamuja
169
carlos pereira
estratégias de acção e controlo do território. novas perspectivas sobre cáceres
viejo (casas de millán, cáceres)
191
ana margarida arruda
guerra e paz: o algarve romano entre ilipa e munda
209
rui mataloto e alex michael elliott
from the BAETIS to the TAGUS: traces of warfare in the alentejo in the
late 2nd/early 1st century bc
225
teresa rita pereira
o contributo do conjunto artefactual de cabeça de vaiamonte (monforte,
portalegre) para a leitura do “panorama sertoriano”
253
joaquina soares, carlos tavares da silva, joão pImenta,
teresa rita pereira, susana duarte, antónia coelho-soares
cleia detry e vincenzo soría
o castro de chibanes nos meandros da conquista romana
275
joão pimenta e henrique mendes
monte dos castelinhos - vila franca de xira. uma fundação romana republicana
ex novo no baixo tejo
293
joão pimenta
o vale do tejo como eixo da conquista romana da fachada atlântica: entre bruto e césar
309
PrEfácIo
Carlos Pereira
Pedro Albuquerque
Ángel Morillo
Carlos Fabião
Francisca Chaves
O presente volume constitui um modesto contributo para o debate e divulgação da linha de
investigação sobre Arqueologia Militar Romana. Resultado da organização de um evento internacional1,
foi inicialmente idealizado no âmbito do projecto de pós-doutoramento2 de um de nós (Carlos Pereira),
mas para o qual foram determinantes a colaboração de Pedro Albuquerque e o apoio da Universidade
de Sevilha. Todavia, nada disto teria sido possível sem as assertivas e cirúrgicas indicações de Ángel
Morillo, Francisca Chaves e Carlos Fabião, que nos orientaram nesta complexa temática. O evento,
que decorreu nos dias 3 e 4 de Dezembro de 2019, teve lugar na Universidad de Sevilla e acolheu um
total de cerca de 60 assistentes e 32 investigadores de diferentes países (total de 24 comunicações), que
concederam valiosos contributos para o debate da Arqueologia Militar. Foi organizado pela Universidade
de Sevilha e pela UNIARQ – Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
e financiado pelo Vicerrectorado de Relaciones Institucionales da Universidade de Sevilha.
Infelizmente, para esta publicação, não foi possível contar com todas as contribuições que, por
questões várias, não integram este volume e que compunham de forma mais homogénea os eventos
militares ocorridos entre as batalhas que lhe dão título. No entanto, outras foram somadas e patenteiam
algumas das questões que são mencionadas ao longo destas páginas, entre elas, o regresso a notórios
sítios que têm ainda muito a contribuir para o conhecimento da Arqueologia Militar e que ampliam a
visão de conjunto sobre estes temas.
Os trabalhos apresentados foram distribuídos por dois blocos temáticos: um dedicado à historiografia,
fontes literárias e questões de género; o outro integra estudos de sítios, contextos e materiais arqueológicos. No primeiro, o leitor pode encontrar aspectos da Península Ibérica através das narrativas dos
corpora mitológicos, mas também compreender a relação das mulheres com a guerra na Antiguidade
e o papel por elas desempenhado, assim como a sua postura perante casos concretos que nos foram
transmitidos pela literatura antiga. Todavia, também a literatura moderna é fonte de informação sobre
a evolução no entendimento das grandes batalhas ocorridas no Sul do território peninsular. Por esse
motivo alguns trabalhos abordam a representação das batalhas de Ilipa e de Munda em obras recentes,
sendo um deles dedicado a uma análise ainda mais detalhada sobre um desses “campos de batalha”.
O segundo bloco, mais extenso, incorpora um total de 12 trabalhos que dissecam sítios e contextos
e que abrem horizontes sobre um tema ainda bastante difícil. Tal como se expressa, a sua ordem segue
um critério geográfico, pois uma organização cronológica revelar-se-ia inglória, já que muitos dos
sítios apresentados oferecem uma diacronia de ocupação longa e, não poucas vezes, de génese indígena.
Apresentam-se sítios militarizados, mas também acampamentos militares romanos e campos de batalha,
nos quais os autores conseguem debater cada um deles de forma harmoniosa, articulando continuamente
1
Seminário Internacional “De Ilipa a Munda: Guerra y conflicto en el sur de Hispania”.
2
Acampamentos militares romanos no Ocidente peninsular: estratégias de conquista e controlo do território, SFRH/
BPD/108721/2015
1
os argumentos entre os contextos, os materiais e o enquadramento crono-cultural. Com efeito, já não são
suficientes os tradicionais estudos dos materiais seleccionados e dos palimpsestos onde estes se encontram,
sendo cada vez mais relevantes a análise integrada dos contextos e das quantificações.
Somos cientes, contudo, que esta obra se foca particularmente num período mais concreto do que
aquele que é abrangido pelo título, centrado nas últimas décadas do século II a.C. e nas primeiras do
seguinte. Esta situação, além de ser resultado da área geográfica a que estes estudos se dedicam, é também
consequência das próprias modas ou dinâmicas dos estudos realizados no momento. Com efeito, é
inegável que nas últimas décadas se tem centrado a investigação naquela fase concreta da conquista.
Apesar disso, esperamos que esta obra possa vir a ser seguida por outras, que lhe dêem continuidade e
que a complementem, quer seja geográfica ou cronologicamente.
Além disso, as novas tecnologias aplicadas durante as escavações dos contextos, o maior e melhor
conhecimento que temos dos artefactos, sobretudo sobre a sua cronologia, e o estabelecimento de
conjuntos-tipo bem definidos têm permitido que possamos determinar com mais precisão o “quando”,
o “como” e o “porquê” para cada sítio que escavamos. Esta disponibilidade de novas ferramentas e
formas de entender o passado já deram provas da sua validade no campo da Arqueologia Militar. A
estes progressos soma-se o cada vez mais comum recurso a novas tecnologias para identificar e auxiliar
o entendimento dos estabelecimentos militares, temática que também é digna de um futuro volume
monográfico. Porém, estas ferramentas devem ser utilizadas com cautela, pois a tradicional Arqueologia
continua a ser a forma primordial de corroborar ou construir narrativas históricas científicas precisas,
ainda que auxiliada pela tecnologia.
Finalmente, gostaríamos de deixar uma palavra de agradecimento a quem financiou esta publicação, concretamente à UNIARQ, na figura do seu director, o professor Carlos Fabião, à FCT, mas também
a Ángel Morillo e a Maria Cruces Blázquez que, através do projecto “Paisaje y territorio militarizado
en la Hispania romana: movilidad y transferencia cultural (ss. II a.C.-IV d.C.)” (MINECO/AEI/FEDER)
(I+D HAR2017-85929-P), deram um importante contributo.
2
3
Figs. 1 a 5 - Documentando o evento: tríptico de divulgação do Seminário Internacional; fotografias gerais e
concretas do evento e de algumas das comunicações apresentadas.
4
ilipa y munda EN LA hIstorIogrAfíA y corogrAfíA IBérIcAs DE
Los sIgLos xVI y xVII
José Ramón Herrera Delgado
Universidad de Sevilla
[email protected]
https://orcid.org/0000-0002-7298-4577
Pedro Albuquerque
FCT / UNIARQ - Universidade de Lisboa
Universidade de Sevilha
Cátedra CIPSH - Universidade Aberta
[email protected]
https://orcid.org/0000-0003-4800-7343
RESUMEN: En el presente trabajo analizamos la representación de las batallas
de Ilipa y Munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos XVI y XVII,
concretamente en las obras de autores españoles como Florián de Ocampo, Pedro
de Medina, Ambrosio de Morales y Rodrigo Caro, y portugueses como André de
Resende y Bernardo de Brito. Se pretende presentar un análisis comparativo sobre el
papel de las personalidades individuales y colectivas mencionadas por los autores
clásicos en la construcción de determinadas imágenes de los pasados patrios. Desde
esta perspectiva, se señala que los autores españoles y portugueses eligen diferentes
intervinientes del conflicto como representantes de las identidades colectivas
nacionales. Además, el estudio del discurso corográfico, así como la identificación
de paisajes antiguos en los mapas (especialmente de A. Ortelius) y territorios
modernos, permite obtener una perspectiva más precisa de la exegesis de las fuentes
antiguas en la Edad Moderna.
Palabras clave: Historiografía; Pensamiento corográfico; Batalla de Ilipa; Batalla de
Munda; Siglos de Oro.
ABSTRACT: This paper examines the depiction of the Battles of Ilipa and Munda
in the Iberian Historiography and Chorography of the 16th and 17th Centuries,
particularly in the works of Florian de Ocampo, Pedro de Medina, Ambrosio de
Morales, Rodrigo Caro (Spain), André de Resende and Bernardo de Brito (Portugal).
The main goal is to provide a comparative insight into the role of collective and
individual personalities mentioned in classical sources in the construction of certain
images of national pasts. From this point of view, Portuguese and Spanish authors
select different parts involved in the conflict as representatives of their collective
identities. Besides that, the examination of chorographical discourse, as well as the
identification of ancient landscapes in Modern maps (especially by A. Ortelius) and
territories, allow us to have a more accurate perspective of the exegesis of ancient
sources in modern times.
Keywords: Historiography; Chorographic thought; Battle of Ilipa; Battle of Munda;
Golden Centuries.
65
josé ramón herrera delgado • pedro albuquerque
1.
introducción
El estudio de las batallas de Ilipa y Munda con criterio arqueológico está dando lugar a muchas y
muy depuradas contribuciones que enriquecen el panorama de conocimiento sobre ellas, como evidencian los trabajos que componen este volumen. En ese sentido, la representación de la Antigüedad en los
discursos historiográficos y corográficos se erige en una línea de investigación de primer orden, y en
concreto la percepción de estas batallas en los autores de época moderna resulta fundamental, puesto
que fosilizan una determinada visión de estos conflictos por parte del contexto social e intelectual en la
que se insertan estos autores.
Estas fuentes son las primeras en dotar a Ilipa y Munda de relevancia como acontecimientos
históricos, siempre en consonancia con la imagen del pasado que cada autor pretende transmitir. La
aparición de las obras en las que se insertan los discursos de estos autores guarda relación a nivel general
con la recepción del legado clásico, y a nivel específico con el papel de las personalidades individuales
y colectivas en la construcción de los pasados patrios.
Con respecto a la primera de las cuestiones, hay que destacar que, como sabemos, Italia es durante
el siglo XV un núcleo cultural de enorme relevancia, unida en ese sentido por la voluntad de recuperación
del pasado clásico que caracteriza al Renacimiento. La llegada en estos momentos de los primeros textos
clásicos en manuscritos a Europa (es el caso, por ejemplo, de Ptolomeo) dio lugar a un entusiasmo generalizado que se va a concretar en sendos intentos de identificar los topónimos mencionados por estas
fuentes en los territorios nacionales o, en otras palabras, en el nacimiento de las primeras corografías
modernas en Europa (cf. Albuquerque, Ferrer, 2019). Esta tendencia se va a plasmar en la producción
escrita posterior, como se verá enseguida.
En cuanto a la segunda cuestión, durante los siglos XVI y XVII asistimos a un interés generalizado
por narrar la historia de los estados modernos en función de intereses específicos que tienen que ver con
revestirlos de prestigio, y que podemos observar en distintos autores europeos en general, y españoles
y portugueses en particular.
En este contexto debemos situar las aproximaciones historiográficas y corográficas a las
batallas de Ilipa y Munda, cuyos autores han tratado a veces de identificar los topónimos, mientras
que en otros casos se han interesado por las consecuencias de estas batallas y la participación de los
antepasados españoles o portugueses en ellas. El análisis de estas aproximaciones se centrará sobre
todo en autores españoles, en tanto que son estos los que más participan del discurso corográfico
propiamente dicho en los términos en los que se describirá a continuación, y sobre todo porque su
tratamiento de las batallas que nos ocupan se encamina a objetivos muy concretos, como tendremos
ocasión de ver.
2.
el pensamiento corográfico
La dinámica de intentar identificar sobre el terreno los lugares mencionados por las fuentes clá-
sicas se va a reflejar a mediados del siglo XV en las primeras corografías modernas. La etimología del
término es bastante expresiva: procede del griego χῶρος (“lugar”, “espacio”) + γραφια (“escritura”),
derivando en “representación de un lugar” (Rohl, 2011). Su objetivo es relacionar el pasado y el presente
de un territorio mediante la identificación de paisajes antiguos (Albuquerque, Ferrer, 2019; Herrera,
2019: 10). La tendencia se hace patente y especialmente reveladora en el estudio de las ciudades, posiblemente por su vinculación en este periodo a los poderes civiles que median en esa construcción de los
pasados patrios como parte interesada.
El género corográfico surge en Italia, como se dijo, siendo la primera corografía moderna la obra de
F. Biondo Roma Ristaurata et Italia Ilustrata (1453) (Albuquerque, Ferrer, 2019). Como se puede apreciar
66
ilipa y munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos xvi y xvii
desde el título de la obra, el vínculo entre pasado y presente es manifiesto y se expresa en la clarísima
declaración de intenciones que supone esa “restauración” de una Roma que, además de representar
la parte por el todo de un ideal de imperio y civilización, alude también a una de las ciudades más
relevantes en la historia política moderna. En ese sentido, resulta evidente la orientación política del
discurso de Biondo hacia la unificación de Italia, en el contexto del reinado de Alfonso V de Aragón
en Nápoles (Castner, 2016; Albuquerque, Ferrer, 2019).
Las obras corográficas, que proliferan en Europa durante los siglos XVI y XVII, tienen en común
la identificación de los paisajes y lugares antiguos en los territorios contemporáneos a los autores, a
menudo partiendo de “falsas etimologías” o de elucubraciones sobre el origen remoto de los topónimos
(cf. Albuquerque, Ferrer, 2019, con bibliografía). Empero, conviene no solo evitar el predominio de esa
perspectiva de cara al análisis histórico que nos compete, sino también considerar la influencia de este
tipo de identificaciones en el contexto social en el que se gestan. Aunque las derivaciones toponímicas, a
efectos de la localización de un lugar mencionado en las fuentes antiguas, se convierten en simples especulaciones, la similitud existe, y si bien no es probatoria de nada en sí misma, resulta muy tentador creer
que la evolución toponímica siguió unos derroteros tan aparentemente directos desde la Antigüedad,
más aún cuando la pervivencia de los topónimos antiguos puede entenderse en claves de legitimar la
antigüedad de los pueblos (cf. Albuquerque, Ferrer, 2019).
Lo que llamamos pensamiento corográfico se caracteriza, por tanto, por la descripción de un
territorio y sus ciudades incluyendo referencias a su pasado o sus fundadores, y hay que tener en cuenta
que en Europa sus exponentes tuvieron mayor éxito en Alemania e Inglaterra, no tanto en la Península
Ibérica, donde habrá que esperar al siglo XVII y a la eclosión de las historias locales, tales como la de
Rodrigo Caro, para apreciar su mayor impacto (vd. Rallo Gruss, 2009: IXss.).
Un ejemplo paradigmático de los inicios del pensamiento corográfico en España anterior al siglo
XVII, aplicado a la localización de los topónimos que nos interesan, es la propuesta de identificación
de Munda realizada por Ambrosio de Morales en su Crónica General de España (Morales, 1574), donde la
identifica con el municipio malagueño de Monda:
“Era Munda entónces una ciudad principal puesta en un alto, con campos fértiles y de
muchas frescuras y ahora parece su sitio con un pequeño pueblo cerca de las villas de Teba, y
de Coyn y Cartama, y no más de cinco léguas de Málaga á la falda de la sierra que llaman de
Tolox, y con llamarse ahora Monda, retiene casi entero el nombre antiguo” (op. cit. Morales,
1574: 179).
No se trata de la única identificación de Munda con Monda. Florián de Ocampo igualmente lo
hizo (Ocampo, 1544: 313), pero la afirmación de Morales resulta más expresiva en los términos que se
analizan aquí. Sin embargo, el interés de este sabio, como ocurre con el resto de los autores españoles de
su época, se alinea en mayor medida con la vinculación con el pasado por medio de los hechos históricos
narrados y los grandes personajes que en ellos aparecen, más que con la descripción del propio paisaje.
Esta última tendrá mayor relevancia cuando la identificación del topónimo se base en la abundancia de
un determinado recurso (como ocurre con el estaño de las Casitérides) y traiga consigo los más variados
intentos de apropiación (cf. Albuquerque, Ferrer, 2019; Herrera, 2019).
El aspecto común a la representación de las batallas de Ilipa y Munda en todos los autores a
comentar no es otro que el anacronismo inherente a esa relación entre el pasado y el presente y que, a
falta de poder demostrar las derivaciones toponímicas, bien podía mantenerse en la conciencia colectiva
de los aludidos. El recurso más frecuente y representativo de esto es la referencia a las poblaciones locales
67
josé ramón herrera delgado • pedro albuquerque
usando etnónimos modernos, en este caso “españoles”. El discurso histórico se estructura a partir de
la identificación de la nación con las poblaciones indígenas descritas por los autores clásicos, con el
objetivo de legitimar, a través de un constructo del pasado, una determinada imagen política necesaria
para el presente (cf., para el caso de Tarteso, Álvarez, 2005).
3.
la representación de ilipa y munda en los autores ibéricos de
los siglos xvi y xvii
Como se ha puesto de relieve, el presente trabajo tiene en cuenta autores portugueses y españoles.
La diferenciación entre estos puede entenderse en términos políticos, puesto que los eruditos de cada
país tienden a favorecer a su propia nación introduciéndola de lleno en la narración histórica, pero
el mayor interés que reviste es que unos y otros apoyaron, en ambos conflictos, a bandos distintos.
Antes de abordar la cuestión desde la óptica de la producción historiográfica y corográfica española, sin
embargo, un comentario general a la aproximación lusa resulta del mayor interés.
3.1. ilipa y munda en los autores portugueses del siglo xvi
El autor que mejor representa al ámbito portugués es Bernardo de Brito, que hace referencia a
las dos batallas (Brito, 1597: 148; 368ss). La perspectiva de Ilipa en la Monarchia Lusitana se integra en un
discurso marcado por la gran importancia de los cartagineses en “theatro” histórico portugués. De hecho,
Brito dedica a la presencia de este pueblo todo el segundo libro de la primera parte (en torno a doscientas
páginas), entre su llegada y la destrucción de Cartago. Lo más llamativo es, sin embargo, el ambiente de
las relaciones entre portugueses y cartagineses, por ejemplo, en la fundación de ciudades como Mértola
(ibid.: 145v-146). Esta imagen contrasta con la de los romanos, cuya importancia era mayor entre los
autores españoles (cf. Ferrer, 2016, para la imagen de los cartagineses en el siglo XVI), que se presentan en
la obra como enemigos de los lusitanos. Asimismo, la importancia de Hércules tebano en la estructuración
del pasado mítico de Portugal como uno de sus primitivos pobladores (Fernandes, 2007) es también una
evidencia de un discurso histórico que busca emanciparse del legado grecolatino a través de la valoración
de los relatos bíblicos y de las relaciones con Egipto (cf. Rego, 2009).
Igualmente, con respecto a la batalla de Munda, Brito nos acerca a una visión diametralmente
opuesta a la de sus congéneres españoles al retratar Lusitania como refugio de los vencidos y como
partidaria de Pompeyo (Brito, 1597: 148). Además de Brito, menciona la batalla de Munda André de
Resende, haciendo referencia a la rapidez con la que Sexto Pompeyo habría recibido ayuda de los
lusitanos en su huida (Resende, 1597: 165).
Como se puede ver, ambos eruditos tienen en común la brevedad con la que se refieren a las
batallas objeto de este análisis, así como el apoyo más o menos directo al bando pompeyano en el caso
de Munda. La disparidad de objetivos que caracteriza a la producción historiográfica hasta aquí citada
respecto a la que se abordará enseguida explica que las descripciones e identificaciones definitorias
del pensamiento corográfico estén más presentes en el lado español. Sin embargo, la profundización
en los siguientes autores permite una comparación muy interesante, en particular en términos de la
percepción que unos y otros tuvieron de estos conflictos, algo que podría estar relacionado no solo con
los objetivos de sus obras, sino también con sus contextos intelectuales.
3.2.
ilipa y munda en los autores españoles del siglo xvi
Antes de analizar la representación de las dos batallas en la producción historiográfica y co-
rográfica españolas del siglo XVI, conviene anotar un par de aspectos más sobre el género corográfico.
Para Kagan (1995: 80-81), la visión de la corografía, “casi inseparable de la historia de las ciudades”, que
68
ilipa y munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos xvi y xvii
caracterizaba a los historiadores del siglo XVI resultaba más exacta, al considerarla “historia particular”
en contraposición a la “historia general”, siendo la principal diferencia el hecho de que la primera, como
la corografía, carecía de límites cronológicos. Por otro lado, este género, de moda en la Europa del XVI,
como se dijo, encuentra cumplida expresión en España de manos de cosmógrafos y geógrafos entre los
cuales se encuentra Pedro de Medina (ibid., vd. infra). Este intelectual se suma a la nómina de autores
que presentaron en su producción historiográfica alguna reflexión sobre las batallas que nos interesan
aquí, a saber, Florián de Ocampo y Ambrosio de Morales.
Florián de Ocampo fue cronista de Carlos V y recibió el encargo de escribir una crónica de la
Historia de España, del cual solo pudo completar una pequeña parte: Los quatro primeros libros de la
Cronica General de España (1544). El proyecto de Ocampo, tal y como describe en su prólogo, constaba de
ochenta libros que seguirían una división tripartita: los primeros veinte llegarían a la era cristiana, los
siguientes veinte hasta la invasión árabe y los últimos cuarenta abarcarían hasta el reinado de Carlos V,
es decir, su presente. Como se sabe, el autor no pudo ir más allá de la llegada de los escipiones a España
(Ferrer Albelda, 2016: 29).
Esta Cronica se caracteriza por la tendencia a vincular el presente al legado clásico a partir de
un discurso en que los nostoi son determinantes para la fundación de ciudades españolas, y participa
del pensamiento corográfico en tanto que describe algunos aspectos de las ciudades a las que hace
referencia, en particular estratégicos y de recursos. Como aportación histórica, sin embargo, acusa la
falta de un hilo conductor homogéneo además de una desmesurada carga de leyenda, como atestigua la
introducción de personajes como Tubal, Gárgoris o Argantonio (para una visión de la mitología imbricada
en la obra de Ocampo, vd. Caballero, 2002; Álvarez, 2005: 25-32).
Con el objetivo de promover, a través del discurso histórico, la unidad de los españoles soñada por
los Reyes Católicos, el autor adopta una perspectiva invasionista que le lleva a presentar una secuencia
de pueblos que entran en contacto con los antepasados autóctonos (fenicios, cartagineses, romanos),
asistiendo estos a las fundaciones de una forma que podríamos considerar pasiva e ingenua. Un ejemplo
de esto lo refleja la fundación de Sagunto por los griegos de Zacinto, que habrían engañado fácilmente
a los españoles para poder introducirse en el territorio (Gómez, 2012: 182). En cualquier caso, el relato
de Ocampo termina en el libro V con la muerte de Publio y Cneo Cornelio Escipión, es decir, antes de
la batalla de Ilipa, por lo que no llega a abordarla. Sin embargo, con respecto a la representación de las
batallas que nos ocupan, el análisis de esta obra revela tres aspectos interesantes a tener en cuenta.
En primer lugar, ninguna de las dos batallas es tratada monográficamente por el autor: Munda
es mencionada en el contexto de las guerras civiles, y se anticipa la voluntad de Ocampo de tratar la
batalla, si bien no sería él quien finalmente concluyese la obra. Por otro lado, el cronista sitúa un choque
previo a Ilipa entre romanos y cartagineses en Munda, pero este no es único ni decisivo para el devenir
de la guerra en la Península. A ello hay que añadir que, ya antes que Morales, Ocampo identificó Munda
con Monda (Málaga), listando algunos pueblos del entorno, tales como Fuengirola, Marbella o Ronda
(Ocampo, 1544: 313).
Otro rasgo significativo de su discurso es la identificación anacrónica entre los habitantes de una
determinada región geográfica y su nacionalidad moderna, por ejemplo, al referirse en el título del
capítulo XXXIV (libro V) a franceses que ayudan a los cartagineses, contra los españoles del ejército
romano (ibid.: 314). Este rasgo se va a repetir, con variaciones, entre sus contemporáneos, resaltando
el papel de este tipo de obras en la consolidación de discursos patrios, y reflejando quizá en este caso
las rivalidades entre los estados modernos. En ese sentido, el interés de la obra de Ocampo radica en el
hecho de preparar el camino para la continuación de la Crónica por Ambrosio de Morales.
69
josé ramón herrera delgado • pedro albuquerque
Por otro lado, Pedro de Medina escribió una obra de carácter histórico-geográfico titulada Libro de
las grandezas y cosas memorables de España (1548). Su narración busca enfatizar el papel de los españoles
en los distintos periodos a los que hace referencia, sobre los cuales el relato omite mucha información,
entre ella la referencia a las batallas y por supuesto el desarrollo de las mismas. En concreto, el título
del capítulo XV, “Cómo los romanos con ayuda de los españoles acabaron de echar de España todos
los cartagineses” es toda una declaración de intenciones respecto a su discurso, en que resalta el protagonismo de sus compatriotas. Así lo hace cuando se refiere a los ilergetes Indíbil, Mandonio y Delcón
como españoles que habrían guiado a los romanos hasta el lugar donde se encontraban los cartagineses,
simplificando los hechos: “y con ayuda dellos diose la Batalla donde fueron rotos los cartagineses y
huyo Hasdrubal y passando los perineos llego a Ytalia donde murio” (Medina, 1548: 14).
Para Medina, el fin del conflicto entre romanos y cartagineses en la Península Ibérica es anterior a
la huida de Asdrúbal Barca hacia Italia, de manera que el autor obvia la última batalla en el sur peninsular.
Este hecho, junto a su mención de Cartagena como último topónimo peninsular en esa huida, pone de
manifiesto su desconocimiento de los hechos de la batalla de Ilipa y del final de la guerra en territorio
ibérico. La ausencia de una descripción de este evento y de su localización son síntomas de un evidente
desinterés por la misma, que se confirma cuando el tránsito al capítulo XVI aborda directamente las
campañas contra Viriato, resultando aún más llamativo que el siguiente capítulo se sitúe en la llegada
de los godos (Medina, 1548: 14v-15v), simplificación que se ajusta a los intereses del autor.
En ese sentido, el objetivo de Medina se aleja de una narración histórica rigurosa para magnificar
en la medida de lo posible la ayuda de los españoles en la expulsión del enemigo cartaginés, estableciendo una fuerte relación de pertenencia con el territorio de la Península Ibérica (incluyendo Portugal)
con el fin de engrandecer el linaje de los Medina Sidonia, puesto por él en relación con los romanos y los
godos. Así lo reconoce en su Epístola o preámbulo dirigido al entonces duque Juan Alonso de Guzmán,
refiriéndose también a Alonso Pérez de Guzmán, primer Duque de Medina Sidonia “y el mas antiguo
en la sucession de los duques de España” (Medina, 1548: Epístola).
El lapso cronológico entre la Segunda Guerra Púnica y la llegada de los godos no contempla el
periodo de las guerras civiles, por lo que carece de alusiones a la batalla de Munda. De ello se deduce que
la producción historiográfica previa a Ambrosio de Morales desarrolla de forma insuficiente la representación de las batallas de Ilipa y Munda, en el caso de Medina por falta de interés de cara a sus objetivos,
mientras que en el de Ocampo debido más probablemente a no haber llegado a concluir su obra.
Llegamos así a Ambrosio de Morales, sacerdote de la orden de San Jerónimo y cronista del rey
Felipe II, que desde 1574 continúa la Crónica General de España iniciada por Ocampo. El pensamiento
corográfico no tuvo un gran peso relativo en la producción historiográfica de Morales, al menos en lo
que a la identificación sistemática de los paisajes de la Antigüedad se refiere (cf. Albuquerque, Ferrer,
2019: 25-26). Ello no excluye un interés por los vestigios del pasado para el estudio de la historia, tales
como la epigrafía, las monedas, los textos grecolatinos, ruinas, etc. (Mora, 2004a). Sin embargo, en el
caso que nos ocupa se puede apreciar cómo la relevancia histórica de los enfrentamientos entre romanos
y cartagineses primero, y entre cesarianos y pompeyanos después actúa como catalizador de ese interés
en el autor, al menos en un sentido básico.
En el caso de la batalla de Ilipa, dedica más extensión al relato de la batalla que a la discusión
sobre dónde tuvo lugar (Morales, 1574: 47-48). En ese sentido, se limita a descartar la propuesta de
Apiano de que la batalla habría tenido lugar cerca de la ciudad de Cerbona, para concluir que realmente
tuvo lugar cerca de la ciudad de Beturia o Betula, en Andalucía, aduciendo los testimonios de Polibio y
Tito Livio (ibid.: 48). No aporta, sin embargo, la identificación exacta de esa ciudad, lo cual demuestra
que le interesaba más la narración de los hechos.
70
ilipa y munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos xvi y xvii
En efecto, el relato del conflicto, más interesante aquí por su mayor peso en el discurso del
autor, se caracteriza por una aproximación detallada que la valora como una batalla igualada y en la
que habría españoles tanto auxiliando al bando romano como al bando cartaginés. Se distancia en ese
sentido de Pedro de Medina y su simplificación, para dar cuenta de sucesos más complejos. De acuerdo
con el tratamiento de Morales, en un conflicto en el que el equilibrio era manifiesto y las tropas de
ambos bandos estaban cuidadosamente ordenadas, el componente principal que habría decantado la
contienda sería el genio estratégico de Escipión, que según Morales buscó deliberadamente alargarla
para agotar las fuerzas y provisiones de los cartagineses, tal y como se puede apreciar en el siguiente
fragmento: “Y el haber durado mucho tiempo hasta entónces la batalla, aquejaba ya á los Cartagineses
y los forzaba á desmayar con hambre. Scipion que habia deseado esto, de industria habia dilatado la
pelea […]” (Morales, 1574: 47).
Su discurso sobre la batalla de Munda mantiene en esencia las características descritas, si bien
en este caso muestra mayor interés por la descripción corográfica del lugar donde cree que se produce quizá debido a que se tratase de una identificación asentada, puesto que sabemos que Abraham
Ortelius, geógrafo oficial de Felipe II, la sostuvo más tarde en su Hispaniae Veteris Descriptio (1586), citando
a Ambrosio de Morales como fuente. Hay que tener en cuenta que Morales colaboró con intelectuales
que tuvieron relación con Ortelius, siendo un caso muy claro el de Arias Montano (Albuquerque, Ferrer,
2019: 26 y n. 32), lo cual pudo influir en la reputación que adquirió esta identificación.
Cuando habla sobre Munda, el autor da una enorme importancia al componente psicológico de
la batalla, algo que adquiere sentido si se considera, por un lado, la relación entre ambos bandos –
que están librando una guerra civil – y por otro la trascendencia del conflicto, que queda clara en su
valoración del mismo: “Esta batalla que Julio César dió á Gneyo Pompeyo el mozo en Munda, fué una
de las más señaladas que ha habido en el mundo” (Morales, 1574: 178v).
Esto queda muy bien reflejado en el aparente declive que sufre Pompeyo, a quien la pérdida de
ciudades no presagiaba nada bueno, y cuyo entorno le aconsejaba convertir la contienda en una batalla
de desgaste, nada de lo cual acabó con su ánimo (ibid.: 195). Otro ejemplo de esto se encuentra en la
motivación de los soldados de un general y del otro: los de César querían alcanzar la victoria y ser
recompensados, mientras que el interés de los de Pompeyo no sería menor, puesto que si perdían la
batalla César no les perdonaría (ibid.: 179-179v).
Las circunstancias de la batalla, que enfrentaba a generales del mismo ejército, convierten la tensión
psicológica en la narración de Morales en un factor decisivo. Así lo atestigua el hecho de que entre dos
estrategas de primer orden la victoria se decida por la sensación de que los pompeyanos huían, que
habría subido la moral de las tropas cesarianas hasta el punto de hacer huir realmente a las huestes de
Pompeyo (ibid.: 180-180v).
Un componente fundamental de esa tensión psicológica es la lealtad, implícitamente presente
en los apoyos divergentes que españoles y portugueses dieron a César y Pompeyo (vd. supra), pero
especialmente y en mayor medida de las tropas de cada bando a su respectivo general. La lealtad es el
móvil último de una lucha fratricida en la que había mucho en juego, tanto que los contendientes harían
que el conflicto trascendiese la Península Ibérica, involucrando a aliados africanos (ibid.: 179).
En conclusión, con respecto a la representación de las batallas de Ilipa y Munda en la obra de
Ambrosio de Morales, hay que decir que se trata del primero de los autores analizados en mostrar algún
interés en el desarrollo de estas batallas. Probablemente el empeño por narrarlas en detalle surge como
resultado de su formación en la Universidad de Alcalá, que no en vano contribuyó a su reputación como
cronista. Sin embargo, ese interés no se extiende todavía de igual manera a los lugares exactos en los
71
josé ramón herrera delgado • pedro albuquerque
que ambas batallas tuvieron lugar, y nos encontramos ya a comienzos del último cuarto del siglo XVI.
En definitiva, habrá que esperar al siglo XVII para que las historias locales pongan de manifiesto en
la Península Ibérica la importancia del discurso propiamente corográfico llegando incluso a estar por
encima del historiográfico en ese sentido, como se verá en la obra de Rodrigo Caro.
3.3. ilipa y munda en los autores españoles del siglo xvii
Las historias locales tienen, en el siglo XVII, mayor protagonismo que en la etapa precedente,
merced de la multiplicación de obras elaboradas desde los círculos eclesiásticos (Álvarez, 2005: 32-33)
y, en el caso que nos ocupa, del desarrollo cultural en Andalucía durante los siglos XVI y XVII, que
convierte a esta región en un “espacio cultural privilegiado” (Domínguez, 1992: 29). Siguiendo la misma
tendencia de legitimar el prestigio del presente a través de las grandezas del pasado, Andalucía cobra
aquí importancia como escenario de las batallas analizadas si hacemos caso a cualquiera de las propuestas, pero también como marco de los grandes ejemplos de historia local. Dentro de estos, obviamente
desde los círculos eclesiásticos, destaca Rodrigo Caro como representante del pensamiento corográfico
en el estudio de las antigüedades de la ciudad y provincia de Sevilla (cf. Kagan, 1995: 80-81; Candau
Chacón, 1997).
Rodrigo Caro (1573-1647) fue un erudito y anticuario sevillano nacido en Utrera. Buen conocedor
del latín, se dedicó al estudio de antigüedades, destacando su producción historiográfica en el ámbito
de las monedas (Mora, 2004b). Caro escribió y publicó en la década de los 30 del siglo XVII una obra
cuyo título es de por sí una auténtica declaración de intenciones con respecto a la ejemplificación del
género corográfico: Antigüedades de Sevilla (Caro, 1634), que en su título completo incluye la Corographia
de su convento iuridico o antigua chancilleria. Se trata de un trabajo que ayuda en buena medida a entender
la vida de este autor, porque estaba llamada a significar su salto a una vida cortesana exitosa, que
por distintas razones – que además retrasaron su publicación – no consiguió lograr (para una síntesis
del contexto social en el que se encuadra la obra, vd. Lazure, 2011). En cualquier caso, el carácter explícitamente corográfico de este documento supone una importante diferencia respecto a las citadas
anteriormente, y es que la de Caro no pretende ser en modo alguno una síntesis histórica, por lo que no
podemos esperar una representación pormenorizada de las batallas de Ilipa y Munda.
Esa aclaración permite entender que el autor se limite a situar la batalla de Ilipa en Carmona,
partiendo de una derivación toponímica de la propuesta que atribuye a Apiano:
“Luego dize [Apiano] que Magon vencido en Betica se recogio a Careon como lugar tan
fuerte, y alli mandò, que viniessen todos los exercitos Carthaginenses, para con todo su poder
dar batalla a Scipion, en la qual (aunque con mucho peligro de los Romanos) finalmente fue
vencido el Cartaghines” (Caro, 1634: 155v).
Conviene destacar que a Caro no parece interesarle especialmente la valoración de la participación
de “españoles” en la batalla, lo que le distingue de los autores del siglo precedente (especialmente
Pedro de Medina y Ambrosio de Morales). En cambio, la relación entre Carmona e Ilipa constituye
una novedad en el panorama intelectual español del 1500 y 1600. Esta atribución, además de fundamentarse en un argumento esencialmente toponímico, demuestra una tendencia para identificar en la
provincia de Sevilla en general, y a Carmona en particular, un episodio de innegable transcendencia en
la historia antigua de España. Cabe referir que, para este erudito, Carmona era el lugar más fuerte de
Andalucía (Caro, 1634: 156). Por otro lado, aunque no trate la batalla de Ilipa, el autor anónimo de Libros
de Antigüedades de Andalucía identifica la ciudad con Peñaflor (Rallo Gruss, 2019: 66)
72
ilipa y munda en la historiografía y corografía ibéricas de los siglos xvi y xvii
Con respecto a Munda, Caro describe el escenario de la batalla como una gran planicie cercana
al río que entonces llamaban Grande, es decir, el Guadalquivir (Caro, 1634: 181), apoyándose en la
coincidencia entre la geografía de Monda y la descripción que hace Aulo Hircio, lo cual permite apreciar
un carácter corográfico de su discurso, que recuerda a la descripción de Ambrosio de Morales (vd.
asimismo Reinoso s.d.: 23ss.). Efectivamente, el erudito sevillano cita a Morales como apoyo a su
identificación, si bien no hace suyas las dudas que Morales muestra respecto al testimonio de Apiano,
muy probablemente porque no conviene a su hipótesis. Ese uso interesado de las fuentes por parte de
Rodrigo Caro no sorprende cuando sus obras han sido descritas como “eruditas y a la vez artificiosas,
hiperbólicas, penetradas hasta la médula de las falsificaciones que corrompieron nuestra historia
eclesiástica y civil” (Domínguez, 1932: 35).
La representación de ambas batallas en su obra está claramente marcada por esa narración de las
grandezas, como demuestra por un lado el mantenimiento de un tono ensalzador al llegar a la batalla
de Munda, y por otro lado la consideración de esta última como una victoria de César “Decretoria del
Imperio”, haciendo de ella un acontecimiento muy destacado dentro de la historia de Roma. Ello queda
patente en el siguiente fragmento:
“Con lo quâl quedó tan glorioso y ufano [César], que la mandò poner en el Kalendario
Romano por fiesta aniversaria con sacrifizio, y hazimiento de gracias, y no puso en cuenta
la gran vitoria de Munda, que fue la Decretoria del Imperio, ni la de Cordova de tanta
importancia, y tan costosa, sino sola la de Sevilla, como Cabeça de toda la Provincia”
(Caro, 1634: 77).
La victoria conseguida por César en Munda es para el autor la más importante, con la única
excepción de la toma de Sevilla, de manera que el concepto central que emerge aquí es la gloria. Esta
visión de la guerra en términos generales como un camino más hacia el triunfo no es exclusiva de
Rodrigo Caro, sino que es refrendada por la producción historiográfica de los Siglos de Oro; de hecho,
para estos autores, la guerra civil cesaro-pompeyana, y por extensión la batalla de Munda, cargan con la
importancia de marcar el paso de la República al Imperio (Almeida, 2002: 202). Ello justifica con creces
el tono que emplea Caro para referirse a la batalla como “gran victoria”, atribuyendo a Dion Casio el
considerarla “triunfo y victoria de España” (Caro, 1634: 77).
Todos los aspectos comentados hacen de las Antigüedades de Sevilla de Rodrigo Caro, como ejemplo
de historia local, quizás el mayor exponente del pensamiento corográfico en los autores ibéricos de los
siglos XVI y XVII aplicado a nuestro caso de estudio. El siglo XVIII va a suponer en Andalucía un antes y
un después en la evolución de los estudios clásicos, al aumentar considerablemente el rigor de la crítica
textual en general y de la labor de los historiadores locales en particular (Guinea, 1991: 242).
4.
consideraciones finales
El recorrido llevado a cabo a lo largo de este trabajo muestra diversos aspectos a destacar. En
primer lugar, tanto los autores del siglo XVI como los del siglo XVII en la Península Ibérica, españoles y
portugueses, tienden a mostrar interés en estas batallas en la medida en que les sirven como pretexto para
construcciones del pasado interesadas y orientadas en todos los casos bien a cantar las grandezas de los
estados modernos recién creados, o bien las alabanzas de las grandes familias nobiliarias, como ocurre
con Pedro de Medina y los Medina Sidonia. El modus operandi es siempre el mismo: identificar la nación a
la que el historiador pertenece (España o Portugal), con las poblaciones indígenas que, de acuerdo con las
fuentes romanas aducidas en cada caso, intervienen en las batallas en beneficio de un bando u otro.
73
josé ramón herrera delgado • pedro albuquerque
En ese sentido, resulta especialmente interesante la diversidad mostrada dentro de esa tendencia
por autores españoles y portugueses. Por ejemplo, según Brito los portugueses ayudaron en Ilipa a los
cartagineses y en Munda a Pompeyo, mientras que los españoles aparecen en muchos casos auxiliando
a los romanos en Ilipa – como ocurre según Pedro de Medina – y a César en Munda. Una excepción a
esto es Ambrosio de Morales, quizá debido a que pretendiese mantener cierto rigor en su narración
histórica. Lo que está claro es que cada autor debía mantener un relato que, más o menos fiel a la verdad
(frecuentemente sacrificada), sí fuera consecuente con los intereses del poder, lo cual determinó en el
caso portugués una ficticia genealogía según la cual la madre de Aníbal era portuguesa, y Braga habría
sido fundada por Himilcón. Por su parte, Pedro de Medina escribió en época de Carlos V, que se hizo
llamar César, por lo que no resulta extraño que para él los españoles apoyaran a los romanos. Ambas
posturas podrían a su vez tener que ver con las rivalidades propias de los estados modernos.
Otra cuestión interesante es que autores analizados coinciden en la identificación de Munda, pero
no en la de Ilipa, algo difícil de explicar más allá del probable solapamiento de fuentes, pero que aporta
mucha información acerca de hasta qué punto fue arraigada la derivación toponímica Munda/Monda.
Resultaría del mayor interés estudiar en detalle las fuentes de estos autores para llegar a saber cuál era
el alcance real de la toponimia y qué otros factores pudieron haber influido en este aspecto. Este tipo
de derivaciones continuaron siendo corrientes en siglos posteriores, llegando con vigor al siglo XIX,
donde fue un componente de importancia para el desarrollo de debates historiográficos como el de la
localización de las Casitérides, que tuvo su origen en el siglo XVI y tiene en común con el que nos ocupa
los antecedentes que remiten al género corográfico (cf. Albuquerque, Ferrer, 2019).
El ejemplo de Rodrigo Caro permite comprender la relación entre la historia local y la corografía,
pues se distancia del objetivo de engrandecer a la nación para narrar las grandezas de la ciudad de Sevilla
y describir su pasado. Se ha propuesto para el caso de las corografías granadinas cómo este tipo de obras
podían tener no tanto una función de mero elogio, sino servir como una respuesta para elevar la moral
de la población de la ciudad ante un momento de declive (Arias de Saavedra, 2015: 2293). Tendría sentido
que fuera este el caso de las Antigüedades de Sevilla si se considera la gran importancia que la ciudad había
tenido en la Edad Moderna con anterioridad a que Felipe II estableciera la capital en Madrid.
En definitiva, el estudio de la representación de episodios pretéritos y la construcción de
identidades colectivas a través de sus protagonistas resulta de gran interés para entender la recepción
y la hermenéutica de las fuentes clásicas en época moderna, tal como se expone en los discursos
historiográficos y corográficos brevemente tratados en este texto. La ampliación de este análisis a los
trabajos eruditos de los siglos posteriores permitiría, seguramente, tener una visión más completa de
los cambios y continuidades hasta nuestros días, especialmente en el análisis de las batallas que son
objeto de esta monografía y que constituyen dos momentos transcendentes de la presencia romana en
la Península Ibérica.
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