O DESIGN DA INFORMAÇÃO
NA FORMAÇÃO DO DOCENTE
DA LÍNGUA BRASILEIRA DE
SINAIS (LIBRAS): UMA ANÁLISE
EXPLORATÓRIA DA LINGUAGEM
GRÁFICA DOS MATERIAIS
DIDÁTICOS E A CONTRIBUIÇÃO
PARA O PROCESSO DE ENSINO/
APRENDIZAGEM.
Leonardo Rodrigues Cabral / UFPE
Eva Rolim Miranda / UFPE
RESUMO
Este trabalho apresenta o andamento da pesquisa realizada no doutorado,
que tem como objetivo investigar sobre a inserção do Design da Informação na formação dos docentes que produzem o próprio material didático
e ensinam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua espaço-visual
e dinâmica. Depois de uma contextualização sobre a comunidade surda e
a criação de sua identidade em torno das línguas de sinais, apresentamos
brevemente os objetivos e processos metodológicos utilizados na pesquisa, como revisão bibliográfica sobre materiais didáticos para o ensino
de Libras, entrevistas com docentes da língua e realização de uma oficina
com professores de Libras para inseri-los em práticas e teorias do design
da informação. Além disso, abordaremos questões de direitos à inclusão
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e acessibilidade da comunidade surda em ambientes educacionais e materiais didáticos que auxiliam nos processos de ensino e aprendizagem da
Libras. E por fim, pretendemos apresentar uma reflexão de como o Design
da Informação pode contribuir para a produção de materiais didáticos
voltados para o ensino de Libras.
Palavras-chave: design; material didático; acessibilidade; capacitação; professor.
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1.
INTRODUÇÃO
O ato de educar é por si só um processo um tanto quanto desafiador.
Envolve diversas variáveis que vão desde a formação docente, o ambiente
educacional, o contexto sociopolítico e cultural, o desenvolvimento tecnológico, as particularidades dos educadores e educandos, entre tantos
outros aspectos e elementos. Diante disso o design assume na conjuntura atual um papel fundamental como mediador no processo de ensino
e aprendizagem. Nos últimos anos houve um aumento significativo nas
investigações científicas em torno do campo da educação com a perspectiva do design, em específico sob o prisma do Design da Informação.
Essas reflexões passam por temas como o uso da imagem no processo
educativo, linguagem gráfica (LOPES e COUTINHO, 2009; CADENA, COUTINHO e LOPES, 2013; GOMES e LIMA, 2015), materiais didáticos impressos
(AGUIAR, FREIRE e COUTINHO, 2019, AGUIAR e COUTINHO, 2020; FREIRE e
COUTINHO, 2008), desenvolvimento de artefatos digitais (CADENA, 2014),
o uso do quadro negro (CADENA, 2010), o ensino EAD, entre tantos outros
estudos que investigam e auxiliam o processo de ensino aprendizagem de
diversas disciplinas.
Neste artigo vislumbra-se explorar de maneira inicial a potencialidade do Design da Informação em contribuir para o desenvolvimento de
artefatos didáticos, pensados para auxiliar o processo de ensino aprendizagem da aquisição da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), por um público adulto ouvinte não sinalizante (comparação ao público não letrado no
caso da língua portuguesa). A Libras é uma língua intrinsecamente visual e
dinâmica, e as investigações aprofundadas no campo do Design da Informação ainda estão no seu início.
Existem pesquisas sobre livros didáticos digitais e interativos (COUTO, PORTUGAL, CORREA, IUNG e CORREIA, 2014), o desenvolvimento de
jogos de tabuleiro e cartas que auxiliam na aquisição da língua portuguesa
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por crianças surdas, (MOURÃO, CASTRO, MACIEL, ENGLER, LIMA, 2020) e o
uso de hipermídias na educação dos surdos (BUSARELLO, ULBRICHT, FADEL,2015) que podem ser citados como exemplos. Mas é importante ressaltar que nessas investigações e materiais desenvolvidos predomina a
aquisição da língua portuguesa pela pessoa surda. Diferente disso, nosso
foco aqui é o ensino da língua de sinais para uma sociedade majoritariamente ouvinte, o que consequentemente acarretaria mais acessibilidade
para comunidade surda, seja em ambientes educacionais, hospitais, atendimento em serviços públicos e/ou qualquer outra relação interpessoal.
Presume-se que a característica multidisciplinar do design e seu
caráter processual com metodologias projetuais bem definidas para um
público alvo específico, podem auxiliar na formação e especialização de
professores nos cursos de Licenciatura de Letras Libras e consequentemente no desenvolvimento de artefatos didáticos que realizem a mediação da informação de maneira mais eficiente.
2. OBJETIVO GERAL
Na tese buscamos entender, amplamente, sobre o contexto de ensino
da Libras na perspectiva educacional, e averiguar quais as necessidades
dos cursos de licenciatura em Letras Libras em relação à formação dos
discentes (futuros docentes), assim como a capacitação para o desenvolvimento dos próprios materiais didáticos. Além disso, refletimos como
o Design da Informação pode contribuir para o desenvolvimento de materiais didáticos mais eficientes para o ensino da Libras.
Neste artigo, o objetivo geral é realizar uma análise exploratória da linguagem gráfica de um material didático dada sua relevância para o ensino
de Libras, as ilustrações do Dicionário Ilustrado Trilíngue, é amplamente
difundido e facilmente encontrado em slides, apostilas, provas entre outros materiais didáticos. O dicionário é um dos materiais mais completos
em relação à quantidade de sinais. Ele traz quase 10.000 sinais ilustrados
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com classificação gramatical dos verbetes, descrição escrita da forma
e significados dos sinais, exemplos de usos e um índice semântico. Para
realizar a análise do dicionário com a perspectiva do design, selecionamos alguns estudos e buscamos apresentar potencialidades práticas e
teóricas do DI para auxiliar a produção de material didático pelos próprios
docentes de Libras.
3. A LÍNGUA BRASILEIRA DE DE SINAIS (LIBRAS)
Para compreender as particularidades da Libras se faz necessário um entendimento aprofundado dos processos históricos relacionado ao surdo,
cultura e identidade, surgimento e evolução das línguas de sinais, desenvolvimento do processo pedagógico de ensino/aprendizagem das línguas
de sinais e a utilização de artefatos imagéticos nesse contexto. É necessária a perspectiva do Design da Informação uma investigação com foco
na questão do ensino de Libras por meio de artefatos visuais.
As línguas de sinais muitas vezes são desprezadas e são denominadas como mímicas, gestos, etc. Mas elas são uma forma de expressão
legítima, com estrutura, regras e gramática próprias. De acordo com Ferreira (1990), os aspectos estruturais da Libras são constituídos por cinco
parâmetros (Figura 1):
(1) Configuração da(s) Mão(s) - são as diversas formas
que a(s) mão(s) toma(m) na realização do sinal, podendo
ser em formas de letras (empréstimo linguístico da língua
portuguesa), de números ou outras;
(2) Ponto de Articulação (PA), também chamado de Locação - é o espaço em frente ao corpo (espaço neutro)
ou uma região do próprio corpo, onde os sinais são articulados;
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(3) Orientação (O) - é a orientação da palma da mão durante a realização do sinal, que pode ser: para cima, para
baixo, para dentro, para fora ou para o lado;
(4) Componentes Não manuais (Expressões Faciais) são utilizados para definir ou intensificar os significados
dos sinais.
(5) Movimento é o deslocamento da mão no espaço.
Figura 1 - Identificação do parâmetros na ilustração
Fonte: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue – Novo DeitLibras – Língua de Sinais Brasileira (2009)
A didática adotada pelos docentes em cursos introdutórios de Libras, utiliza muitas vezes representações gráficas estáticas, muitas vezes retiradas
de livros, que é um artefato impresso e naturalmente estático. Podemos
citar como exemplo o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue – Novo
Deit-Libras – Língua de Sinais Brasileira (2009), dividido em dois volumes pelo grande número de sinais. São aproximadamente dez mil palavras
traduzidas em execução de sinais ilustrados, datilologia (a soletração da
palavra através do alfabeto em Libras), escrita de sinais (SignWriting) de
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cada palavra, além de uma ilustração de apoio para contextualização do
significado da palavra, a tradução para o inglês, a classificação gramatical,
exemplos de uso das palavras, a descrição da execução do sinal entre
outros detalhes (Figura 2).
Figura 2 – Exemplo da sistematização no Dicionário Enciclopédico
Ilustrado Trilíngue da palavra “trancar”
Fonte: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue – Novo DeitLibras – Língua de Sinais Brasileira (2009)
Nossa atenção nesta proposta de pesquisa recai sobre as ilustrações de
execução dos sinais do Dicionário, pois são amplamente difundidas e utilizadas no processo de ensino de aquisição da Libras, seja em apresentações, provas, materiais didáticos impressos, entre outros. Alguns sinais
como é o caso do sinal da palavra “trancar” (Figura 3), imitam o movimento
giratório de uma chave fechando algo, é uma ação intuitiva de imitação da
realidade que facilita a visualização do movimento em um suporte estático.
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Figura 3 – Ilustração da execução da palavra “trancar” em Libras
Fonte: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue – Novo DeitLibras – Língua de Sinais Brasileira (2009)
Para facilitar a visualização da execução do sinal, são utilizados elementos
gráficos como setas e linhas com o objetivo de aprimorar a visualização
do movimento. Diante desta observação é possível constatar a relevância
da presença de uma imagem de apoio contextual para cada verbete.
Muitas vezes, porém, a visualização da execução do sinal não fica
evidente nas ilustrações, principalmente em sinais de palavras que representam ideias abstratas, sentimentos ou metáforas (Figura 4). Caso seja
possível fazer uma analogia grosseira com o ensino de uma língua oral,
ensinar uma língua de sinais sem o movimento seria como tentar ensinar
uma língua oral sem apresentar os fonemas.
Figura 4 - Execução da palavra “tranquilo” em Libras
Fonte: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue – Novo DeitLibras – Língua de Sinais Brasileira (2009)
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Após apresentar essa questão, vale refletir à luz do Design da Informação
a formação/especialização dos professores de Libras para o desenvolvimento de materiais didáticos imagéticos estáticos e/ou dinâmicos e como
é a mediação da informação em sala de aula através desses artefatos.
Como reforço argumentativo para a pesquisa, podemos citar o
Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Letras Libras (PPC) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que oferece uma disciplina
intitulada “Análise e Produção de Material Didático em Libras”. A ementa
da disciplina indica que serão abordados dimensões e conceitos sobre
tecnologia, a Libras incorporada ao uso de tecnologias, tecnologia da escrita de sinais, recursos multimídia aplicados à Libras e produção de tecnologias com acessibilidade em Libras.
Essa ementa agrega mais importância para presente pesquisa e
realça a necessidade do docente de Libras, que tem domínio sobre as
particularidades estruturais da língua, de se capacitar e através do conhecimento de conceitos, teorias e tecnologias presentes no campo do
design da informação, possa produzir materiais didáticos mais eficientes
de forma mais consciente.
4. ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO EM
AMBIENTES EDUCACIONAIS DE ACORDO
COM A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
O decreto da lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, a Lei de Libras, reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de expressão e comunicação da comunidade surda. Consequentemente passou a garantir
ao surdo o direito de ter o acesso e inclusão através da sua língua natural
em ambientes educacionais, federais, estaduais e municipais em cursos
de formação especial. Além do ensino de Libras como parte integrante
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). (BALDESSAR, MÜLLER, ANDRADE, 2014).
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Em 2021 foi sancionada a lei nº 14.191, de 03 de agosto de 2021 que
versa sobre a modalidade de educação bilíngue para surdos. Essa lei altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - A Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional - e passa a considerar a Língua de Sinais Brasileira como língua primária e o português escrito como língua secundária
em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues, escolas comuns ou em
polos bilíngues de surdos. Essa mudança é de grande importância para
comunidade surda, pois garante o acesso a uma educação através de sua
língua natural em toda sua vida escolar e acadêmica. Consequentemente,
essa lei exige que educadores e ambiente educacionais de todos os níveis
passem por especialização a fim de garantir a efetividade da educação e
inclusão do educando surdo.
A atenção para formação dos educadores, métodos, e materiais didáticos também faz parte da lei 14.191 de 2021 como pode ser visto nos
incisos II, III e IV do artigo 79-C:
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinados à educação bilíngue escolar dos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes,
surdos com altas habilidades ou superdotação ou com
outras deficiências associadas;
III - desenvolver currículos, métodos, formação e programas específicos, neles incluídos os conteúdos culturais
correspondentes aos surdos;
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático bilíngue, específico e diferenciado.
Neste sentido, o Design da Informação tem muito a contribuir para o desenvolvimento de materiais didáticos de ensino de Libras, seja por meio
de análise de materiais já existentes, seja no planejamento, ou no mo-
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mento de testes e execução dos projetos. A partir de uma base teórica, o
campo de estudos do DI pode auxiliar no processo de especialização dos
educadores de Libras sejam eles ouvintes ou surdos.
Ulbricht e Fadel (2017), ressaltam ainda, a necessidade de mais pesquisas com temas de design acessível e design universal no âmbito do
Design da Informação, por tratar-se de um ato e dever de justiça social,
viabilizar o acesso de todas as pessoas à informação. Em paralelo a esse
pensamento, Papanek (1971) defende que o design deveria se preocupar
com as demandas além do mercado, buscar melhorias nas condições de
vida e pensar no futuro da humanidade, voltando seu olhar para as minorias e se preocupando com as diferentes necessidades dos usuários. A
busca para se criar padrões para atender uma maioria é automaticamente
excludente.
Essa pesquisa, portanto, tem relevância acadêmica à área do DI, pois
propõe trabalhar com uma temática ainda pouco explorada. Além disso,
possui alta carga de contribuição e relevância social, ao abordar temas
como acessibilidade, inclusão e educação.
5. DESIGN DA INFORMAÇÃO NA
FORMAÇÃO DO DOCENTE DE LIBRAS
Sobre a inserção do design na formação do docente de Libras, busca-se
apoio em Shulman (1986), que apresenta diversos aspectos fundamentais
sobre a participação de professores e estudantes no processo de ensino/
aprendizagem. O autor expõe categorias de organização didáticas, como
o conhecimento pedagógico do conteúdo, que possibilita o professor
transformar o seu conhecimento da matéria em formas didaticamente
impactantes e adaptáveis de acordo com a habilidade e repertório do
estudante. Além disso, ele indica fontes que contribuem na organização
didática, como estruturas e materiais pedagógicos.
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A reflexão de Shulman (1986), sobre a necessidade do conhecimento
pedagógico do conteúdo para a geração de didáticas impactantes e interessantes para o educando, reforça a proposta da disciplina do curso de
licenciatura de Libras e o surgimento da necessidade da inserção de um
especialista em design para auxiliar no processo de formação e especialização de futuros professores.
Ainda sobre a inclusão do DI nos cursos de licenciatura, é possível se
apoiar nas contribuições de Lopes e Coutinho (2009), com uma investigação sobre o ensino de Linguagem Gráfica. Dentre tantas reflexões, uma
das evidências que podemos relacionar com a proposta desta pesquisa,
é que a falta de uma comunicação visual eficiente pode gerar falha no
processo de ensino/aprendizagem devido ao tipo de linguagem gráfica
adotada nos materiais didáticos. Muitas vezes essa deficiência é causada
pelo fato do uso da linguagem gráfica existente em materiais didáticos
não ser algo regulamentado/legitimado por processos e métodos que podem estabelecer diretrizes para o seu desenvolvimento.
A construção e a definição da dimensão teórica sobre linguagem
gráfica são cunhadas pelas reflexões de Twyman (1979), que apresenta
“gráfico” como o que se é desenhado ou feito visível e “linguagem” como
veículo de comunicação. Um esquema organizado pelo autor facilita a visualização de como da linguagem gráfica se organiza (Figura 5).
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Figura 5: Definição de Linguagem Gráfica por Twyman 1979
Fonte: Tradução nossa
O autor acredita que quem produz a mensagem visual deve considerar as
particularidades do usuário, sua bagagem cultural, experiência e repertório. O estudo da linguagem gráfica deve ser pensado como uma estrutura
com variáveis apontadas por ele como: o propósito, o conteúdo informacional, a essência da informação, a várias formas de organização de elementos gráficos espacialmente, meios de produção (mídia e tecnologia),
entre outros.
Como complemento do pensamento da linguagem gráfica, e por
essa proposta de pesquisa focar em artefatos dinâmicos, acredita-se que
seja apropriado agregar as contribuições de Wanderley (2006) e Wanderley e Aragão (2007) sobre a representação gráfica da ação. As autoras que utilizam princípios do arcabouço da Linguagem Gráfica, observam o desenvolvimento de elementos de representação de movimento
e de ação em meios estáticos, e propõem uma abordagem para orientar
a criação de ações pictóricas. São apresentados três grandes grupos: as
informações conceituais, informações gráficas e o efeito no leitor. Entre
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os elementos conceituais levantados pelas autoras - participantes, movimentos, trajetórias, velocidade e frequência - podemos relacionar e contribuir com a produção de representações gráficas de ação no ensino de
Libras. Essas características apresentadas pelas autoras são semelhantes
a estratégias utilizadas nas ilustrações em materiais didáticos de Libras.
A posição (postura), estratégias gráficas como setas e linhas (esquemas)
tentam facilitar a visualização da ação, assim como as sequências de imagens demonstrando o momento inicial e final do movimento (momentos
múltiplos).
Sabemos que a realidade do sistema educacional brasileiro é bem variada na questão de infraestrutura de ambientes educacionais. Nem sempre
é possível ter as condições adequadas, e aparelhos que possibilitem uma
gama diversificada de estratégias pedagógicas para mediação e transmissão
da informação visual. Neste contexto, é inegável o mérito do livro com representação visual estática. Ele é de fundamental importância no processo de
ensino das línguas de sinais em diversos contextos, principalmente nos mais
desfavorecidos, como ambientes educacionais, que não possuem computadores, retroprojetores, internet ou qualquer outro artefatos que possibilite a
apresentação de vídeos, animações gráficas e slides.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho apresentou apenas o andamento inicial de uma pesquisa
cheia de peculiaridades e com muito a desenvolver. A tese poderá contribuir na reformulação e direcionamentos produtivos a serem abordados
em disciplinas de criação de material didático presentes nos PPC’s (Projeto Pedagógico do Curso) dos cursos de licenciatura em Letras Libras.
A intervenção que a tese se propõe a fazer na formação do docente de
Libras, pretende capacitá-lo a realizar análises do material didático existente com uma perspectiva baseada em conceitos da linguagem gráfica,
da representação da ação em artefatos estáticos e até mesmo, da pos-
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sibilidade do uso de projetos dinâmicos que, consequentemente, podem
gerar materiais mais eficientes na transmissão da parâmetros próprios da
língua que estão presentes na sinalização em Libras.
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INFORMAÇÃO DOS AUTORES
LEONARDO RODRIGUES CABRAL
http://lattes.cnpq.br/2770870470140157
Doutorando em Design na Universidade Federal de Pernambuco na linha
de Design da Informação e Desenhista de Artes Gráficas na mesma instituição.
[email protected]
EVA ROLIM MIRANDA
http://lattes.cnpq.br/8785972548547906
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