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Indicadores de Desempenho e Valor de Mercado

2023, Indicadores de Desempenho e Valor de Mercado

Indicadores de Desempenho Sustentável, e Valor de Mercado das Empresas RESUMO Este estudo aborda a relação entre os indicadores de desempenho sustentável e o valor de mercado das empresas. O conceito de sustentabilidade tem ganhado crescente

#interna Indicadores de Desempenho Sustentável, e Valor de Mercado das Empresas RESUMO Este estudo aborda a relação entre os indicadores de desempenho sustentável e o valor de mercado das empresas. O conceito de sustentabilidade tem ganhado crescente importância no ambiente empresarial e financeiro, com investidores e stakeholders demandando uma abordagem mais holística da performance corporativa que leve em consideração não apenas aspectos financeiros, mas também impactos sociais e ambientais. Nesse contexto, os indicadores de desempenho sustentável surgem como ferramentas para mensurar e comunicar a contribuição das empresas para um desenvolvimento mais equitativo e ecologicamente responsável. A pesquisa explora a literatura atual sobre indicadores de desempenho sustentável e sua relação com o valor de mercado das empresas. Diversos estudos têm demonstrado uma associação positiva entre práticas sustentáveis e desempenho financeiro, refletindose no valor das ações das empresas. Indicadores relacionados à redução de emissões de gases de efeito estufa, eficiência no uso de recursos naturais, diversidade e inclusão, entre outros, têm sido investigados quanto à sua influência nos resultados econômicos das organizações. Contudo, é importante ressaltar que a relação entre indicadores de desempenho sustentável e valor de mercado não é unidirecional e pode ser influenciada por diversos fatores, como características setoriais, regulação governamental e perfil dos investidores. Portanto, este Paper busca uma compreensão mais abrangente do papel dos indicadores #interna de desempenho sustentável no contexto do valor de mercado das empresas, destacando a importância de estratégias empresariais alinhadas com princípios de sustentabilidade para a criação de valor a longo prazo. Além disso, são analisados os mecanismos pelos quais os indicadores de desempenho sustentável podem afetar o valor de mercado das empresas. Evidências sugerem que empresas comprometidas com práticas sustentáveis tendem a atrair investidores preocupados com questões de responsabilidade social e ambiental, resultando em um aumento da demanda por suas ações e, consequentemente, em uma valorização das mesmas. Ademais, a gestão eficiente de riscos ambientais e sociais, bem como a construção de uma reputação positiva, também contribuem para a melhoria da avaliação de mercado. Palavras-chave: Indicadores de Desempenho Sustentável. Valor de Mercado. Sustentabilidade Corporativa. Desempenho Financeiro. Responsabilidade Social e Ambiental. ABSTRACT This study addresses the relationship between sustainable performance indicators and firms' market value. The concept of sustainability has gained increasing importance in the business and financial environment, with investors and stakeholders demanding a more holistic approach to corporate performance that takes into account not only financial aspects, but also social and environmental impacts. In this context, sustainable performance indicators emerge as tools to measure and communicate the contribution of companies to a more equitable and ecologically responsible development. The research explores the current literature on sustainable performance indicators and their relationship with firms' market value. Several studies have shown a positive #interna association between sustainable practices and financial performance, reflected in the value of companies' shares. Indicators related to the reduction of greenhouse gas emissions, efficiency in the use of natural resources, diversity and inclusion, among others, have been investigated for their influence on the economic results of organizations. However, it is important to emphasize that the relationship between sustainable performance indicators and market value is not unidirectional and can be influenced by several factors, such as sectoral characteristics, government regulation and investor profile. Therefore, this paper seeks a more comprehensive understanding of the role of sustainable performance indicators in the context of firms' market value, highlighting the importance of corporate strategies aligned with sustainability principles for long-term value creation. In addition, the mechanisms through which sustainable performance indicators can affect firms' market value are analyzed. Evidence suggests that companies committed to sustainable practices tend to attract investors concerned with social and environmental responsibility issues, resulting in an increase in demand for their shares and, consequently, in their valuation. Moreover, efficient management of environmental and social risks, as well as building a positive reputation, also contribute to improving market valuation. Keywords: Sustainable Performance Indicators. Market Value. Corporate Sustainability. Financial Performance. Social and Environmental Responsibility. #interna 4 1 Introdução O ambiente empresarial contemporâneo é caracterizado por uma concorrência acirrada, em que as empresas buscam constantemente alcançar vantagens competitivas e maximizar seus resultados. Nesse contexto, a mensuração do desempenho empresarial é fundamental para que as organizações avaliem sua eficiência operacional, identifiquem oportunidades de melhoria e acompanhem seu progresso em relação aos objetivos estabelecidos. Os indicadores de desempenho, tem um papel crucial nesse cenário, pois permitem que as empresas avaliem e monitorem seu desempenho em diversas áreas, como financeira, operacional, comercial de recursos humanos e de indicadores de desempenho sustentável. Eles fornecem informações valiosas sobre o desempenho passado e presente, além de embasar a tomada de decisões estratégicas para o futuro Além disso, a análise do valor de mercado das empresas é um aspecto central para os investidores, acionistas e gestores. O valor de mercado reflete a percepção dos investidores sobre o potencial de crescimento e a rentabilidade da empresa, influenciando diretamente o preço das ações e, por consequência, o retorno dos investimentos. Nesse contexto, a pesquisa sobre a relação entre os indicadores de desempenho e o valor de mercado das empresas e indicadores de sustentabilidade é de extrema relevância para o ambiente empresarial. Compreender como esses indicadores se relacionam e como afetam o valor das organizações pode fornecer insights valiosos para os gestores, investidores e demais stakeholders. #interna 5 Ao analisar os indicadores de desempenho e sua influência no valor de mercado das empresas, poderemos identificar quais fatores têm maior impacto na percepção dos investidores sobre a saúde financeira e o potencial de crescimento das organizações. Essas descobertas podem orientar a formulação de estratégias que visam aumentar o valor das empresas e atrair investidores interessados em seu crescimento sustentável. 2. Fundamentação Teórica 2.1 Indicadores de Desempenho Empresarial Os indicadores de desempenho são ferramentas essenciais para avaliar a eficácia e a eficiência das operações das empresas. Eles fornecem métricas quantitativas e qualitativas que permitem monitorar e mensurar o progresso em relação aos objetivos e metas estabelecidos. Dessa forma, os indicadores de desempenho ajudam a direcionar a gestão estratégica e a tomar decisões fundamentadas (Kaplan & Norton, 1996). Os indicadores de desempenho podem abranger diversas áreas da empresa, como financeira, operacional, de recursos humanos e de sustentabilidade. Exemplos de indicadores financeiros incluem o retorno sobre o investimento (ROI), margem de lucro líquido e o EBITDA. Já os indicadores operacionais podem medir a produtividade, a eficiência dos processos e o tempo de entrega. Indicadores de recursos humanos podem avaliar o engajamento dos funcionários, a rotatividade e o desenvolvimento profissional (Kaplan & Norton, 1992). Por um longo período, a premissa fundamental que norteava os negócios nas organizações consistia em buscar o sucesso através da maximização da riqueza dos acionistas. Costa (2007) explica que esse pensamento derivava da convicção dos executivos de que a estratégia empresarial deveria levar em consideração as opiniões e conveniências dos acionistas, os quais seriam os mais interessados na empresa. Rabelo #interna 6 e Silva (2011) definem os acionistas, também conhecidos como shareholders, como os proprietários do negócio. Segundo Brealey e Myers (2000), os gestores devem tomar decisões que visem aos interesses dos proprietários, cujo objetivo é maximizar sua própria riqueza. Borba (2005) enfatiza a compreensão das principais teorias que explicam a teoria da firma, a qual atribui aos proprietários o direito aos lucros e à tomada de decisão na empresa. De acordo com Jensen (2001), a maioria dos economistas defende a avaliação dos executivos com base em critérios bem definidos, com o propósito de verificar se estão priorizando a maximização do valor da empresa. Contudo, em decorrência das transformações ambientais e sociais ao longo do tempo, as organizações têm enfrentado uma intensa pressão social em relação à percepção de valor atribuída ao negócio. A despeito da longa história da Teoria do Shareholder e suas bases vinculadas às teorias de economia e finanças, conforme explicado por Borba (2005), a concepção de valor em relação à entidade não se restringe somente ao sucesso econômico-financeiro, sem considerar os recursos utilizados e todas as partes envolvidas direta e indiretamente no negócio. À medida que se percebe que o êxito empresarial está cada vez mais vinculado à gestão adequada dos recursos e à imagem que a sociedade tem da organização, a noção de valor puramente financeiro tem sido objeto de intensos debates tanto no âmbito organizacional quanto no acadêmico. A Teoria dos Stakeholders passa a ser enfatizada, na qual as organizações são instadas a assumir responsabilidades por suas ações diante de todas as partes interessadas legítimas nas atividades da entidade (GARCIA, 2017; FREEMAN, 1984; ASHLEY, 2002). Rabelo e Silva (2011) estabelecem o conceito de stakeholders como todos os indivíduos que interagem de alguma forma com as organizações, sendo afetados por elas ou afetando-as. Segundo Freeman (1984), stakeholders abrangem todos os grupos de #interna 7 interesse direta ou indiretamente envolvidos nas atividades da empresa, tais como empregados, clientes, fornecedores, investidores e autoridades governamentais. A preocupação das organizações em atender aos interesses não apenas dos acionistas, mas de todas as partes interessadas no negócio, conduziu ao investimento em práticas de desenvolvimento sustentável. A ideia de criação de valor no longo prazo tornou-se mais disseminada e discutida, levando em conta essas duas teorias opostas. De acordo com a teoria dos shareholders, investir em práticas de desenvolvimento sustentável implica em custos e desvio de recursos financeiros dos acionistas, reduzindo sua riqueza e, consequentemente, o valor da organização. Essa perspectiva argumenta que uma entidade com baixo retorno financeiro não seria atrativa para os investidores (Simpson e Kohers, 2002). Por outro lado, segundo a teoria dos stakeholders, os gestores devem, de forma estratégica, elaborar e implementar procedimentos que atendam, além dos acionistas, a todos os grupos de interesse relacionados à organização. Essa abordagem administrativa prioriza o relacionamento entre os participantes e a promoção dos diferentes interesses, objetivando o sucesso da entidade e a sustentabilidade do negócio a longo prazo (Borba, 2005; Freeman; McVea, 2000). No cenário atual, em que instituições de todo o mundo enfatizam a importância de considerar o cuidado com o meio ambiente, a sociedade e a ética nos negócios, a discussão sobre a relação entre o investimento em sustentabilidade e o desempenho financeiro das entidades se baseia cada vez mais nessas duas teorias. Nesse sentido, a utilização dessas teorias possibilita compreender as possíveis relações existentes entre o desempenho sustentável e o desempenho financeiro, como estudado nesta pesquisa. A teoria do shareholder é empregada para embasar uma possível relação negativa entre sustentabilidade e desempenho financeiro, no que diz respeito à criação de valor, visto #interna 8 que a intenção dos acionistas é maximizar valor em benefício próprio. Por outro lado, a teoria dos stakeholders é utilizada para explicar uma possível relação positiva, na qual se leva em consideração a visão ampla da criação de valor, e segundo a qual as organizações apresentarão um melhor desempenho, inclusive financeiro, ao atender as necessidades de todas as partes relacionadas ao negócio. 2.2 Valor de Mercado da Empresa O valor de mercado das empresas é um indicador-chave que reflete a avaliação dos investidores sobre o desempenho e a perspectiva futura dos negócios. Ele representa a capitalização de mercado, ou seja, o valor total das ações da empresa multiplicado pelo preço de mercado de cada ação em circulação. O valor de mercado é influenciado por diversos fatores, como o desempenho financeiro, a reputação da marca, as perspectivas de crescimento, a concorrência do setor e as condições econômicas globais (Damodaran, 2012). 2.3 Relação entre Indicadores de Desempenho e Valor de Mercado A análise da relação entre indicadores de desempenho e valor de mercado é de grande relevância para compreender como o mercado percebe o desempenho da empresa e como isso se reflete em seu valor de mercado. Estudos empíricos têm demonstrado que indicadores financeiros como o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), o lucro por ação (EPS) e a margem de lucro líquido estão positivamente correlacionados com o valor de mercado das empresas (McNally, Eng, & Hasseldine, 2018). Além disso, os indicadores não financeiros também podem influenciar o valor de mercado, especialmente aqueles relacionados à reputação da empresa, à satisfação do cliente e à sustentabilidade (Eccles, Ioannou & Serafeim, 2014). A incorporação de práticas de responsabilidade social corporativa e estratégias de sustentabilidade, por #interna 9 exemplo, pode aumentar a atratividade da empresa para os investidores e melhorar sua reputação no mercado. 3 Métodos de Análise de Indicadores de Desempenho 3.1 Balanced Scorecard (BSC): O Balanced Scorecard é uma metodologia desenvolvida por Kaplan e Norton em 1992, que utiliza indicadores financeiros e não financeiros para medir o desempenho em quatro perspectivas: financeira, cliente, processos internos e aprendizado e crescimento. Essa abordagem integrada permite uma visão holística do desempenho empresarial, alinhando as atividades com a estratégia organizacional e facilitando a comunicação entre diferentes níveis hierárquicos (Kaplan & Norton, 1996). 3.2 Six Sigma: O Six Sigma é uma metodologia voltada para a melhoria da qualidade e a redução de defeitos nos processos empresariais. Esse método utiliza uma abordagem estatística para analisar os indicadores de desempenho, identificar as causas dos problemas e implementar soluções eficazes. O objetivo é alcançar uma performance de quase zero defeitos, resultando em maior eficiência e satisfação do cliente (Pyzdek & Keller, 2014). 3.3 Análise de Variância (ANOVA): A Análise de Variância é uma técnica estatística utilizada para comparar as médias de três ou mais grupos de dados. Na análise de indicadores de desempenho, a ANOVA pode ser aplicada para identificar diferenças significativas entre grupos ou períodos de tempo, auxiliando na identificação de fatores que influenciam o desempenho da empresa (Montgomery, 2017). #interna 10 3.4 Análise de Regressão :A análise de regressão é uma técnica estatística que explora a relação entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes. Na análise de indicadores de desempenho, a regressão pode ser usada para prever o desempenho futuro com base em variáveis passadas, permitindo uma tomada de decisões mais embasada e estratégica (Gujarati & Porter, 2009). 3.5 Índice de Lucratividade: Também conhecido como margem de lucro líquido, é uma medida que expressa a relação entre o lucro líquido obtido por uma empresa e sua receita líquida de vendas. Em outras palavras, esse índice mostra a parcela de lucro que a empresa obteve em relação às suas vendas. O índice de lucratividade é uma das principais métricas utilizadas para avaliar a eficiência e a rentabilidade operacional de um negócio (Gitman & Zutter, 2012). O cálculo do índice de lucratividade é realizado pela divisão do lucro líquido pela receita líquida de vendas, e o resultado é multiplicado por 100 para expressar a margem em percentual. A fórmula para o cálculo do índice de lucratividade é a seguinte: Índice de Lucratividade = (Lucro Líquido / Receita Líquida de Vendas) x 100 O lucro líquido é obtido deduzindo-se todas as despesas e impostos do resultado bruto das vendas, e a receita líquida de vendas é a receita total subtraída das devoluções, abatimentos e impostos sobre vendas (Gitman & Zutter, 2012). O índice de lucratividade é uma ferramenta fundamental para a análise financeira empresarial. Ele permite avaliar a eficiência das operações da empresa em transformar vendas em lucro, fornecendo insights sobre a rentabilidade do negócio e a eficácia da gestão financeira (Weston & Brigham, 2000). 3.6 Índice de Produtividade: O índice de produtividade é uma medida que relaciona a produção de uma empresa com a quantidade de recursos utilizados para #interna 11 alcançar essa produção. Ele representa a relação entre a quantidade de produtos ou serviços produzidos e os insumos empregados, como mão de obra, materiais, capital e tempo. Esse índice é utilizado para avaliar a eficiência da empresa na utilização de seus recursos na geração de valor (Hitt et al., 2015). O cálculo do índice de produtividade pode variar de acordo com o contexto específico da empresa e o setor de atuação. No entanto, de forma geral, o índice de produtividade é calculado pela divisão da quantidade de produtos ou serviços produzidos pela quantidade de recursos utilizados. A fórmula básica para o cálculo do índice de produtividade é a seguinte: Índice de Produtividade = Quantidade de Produção / Quantidade de Recursos Utilizados o resultado do cálculo representa a quantidade de produtos ou serviços obtidos por unidade de recurso empregado, indicando a eficiência da empresa na utilização dos seus recursos na produção (Schroeder et al., 2014). A aplicação do índice de produtividade é relevante em diferentes áreas da empresa, como produção, logística, recursos humanos e marketing. Por exemplo, na área de produção, o índice de produtividade pode ser utilizado para avaliar a eficiência do processo de produção e identificar gargalos que afetam o desempenho da empresa (Schroeder et al., 2014). 3.7 Índice de Custos Fixos: O índice de custos fixos é uma medida que expressa a parcela dos custos fixos em relação ao total de custos de uma empresa. Os custos fixos são aqueles que não variam proporcionalmente com o volume de produção ou vendas da empresa, ou seja, permanecem constantes em curto prazo, independentemente da atividade da empresa. Esses custos incluem, por exemplo, aluguel, salários administrativos, depreciação de ativos fixos, seguros e outros gastos fixos (Gitman & Zutter, 2012). #interna 12 O cálculo do índice de custos fixos é realizado pela divisão dos custos fixos pelo total de custos da empresa, e o resultado é multiplicado por 100 para expressar o índice em percentual. A fórmula para o cálculo do índice de custos fixos é a seguinte: Índice de Custos Fixos = (Custos Fixos / Total de Custos) x 100 O total de custos engloba tanto os custos fixos quanto os custos variáveis, que são aqueles que variam proporcionalmente com a atividade da empresa, como custos de matéria-prima, comissões de vendas e gastos diretos de produção (Gitman & Zutter, 2012) O índice de custos fixos é uma métrica relevante para a gestão financeira das empresas, pois oferece insights valiosos sobre a estrutura de custos e a margem de segurança financeira. Empresas com alto índice de custos fixos tendem a ser mais sensíveis às flutuações de vendas e produção, uma vez que seus custos permanecem constantes independentemente do volume de atividade. Por outro lado, empresas com baixo índice de custos fixos possuem uma estrutura de custos mais flexível, o que pode oferecer maior margem para enfrentar variações no ambiente de negócios (Van Horne & Wachowicz, 2009). O conhecimento do índice de custos fixos é fundamental para a tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais. Ele permite aos gestores avaliar o ponto de equilíbrio operacional da empresa, ou seja, o nível de atividade necessário para que a receita cubra todos os custos fixos e variáveis. Além disso, o índice de custos fixos auxilia na análise da alavancagem operacional, ou seja, o impacto das variações de vendas nos lucros da empresa (Van Horne & Wachowicz, 2009). O índice de custos fixos é uma métrica essencial na gestão financeira das empresas, fornecendo informações valiosas sobre a estrutura de custos e a sensibilidade financeira da organização. Sua correta utilização permite aos gestores tomarem decisões #interna 13 embasadas e adotarem estratégias adequadas para a eficiência operacional e a rentabilidade do negócio. 4 Princípios Norteadores da Atual Governança Corporativa e ESG A Governança, ESG e seus princípios têm um papel crucial para as empresas. Esses valores corporativos promovem uma política transparente, natural e democrática, sendo elementos essenciais para a aplicação em toda a extensa rede da organização. Entretanto, diante do cenário atual, em uma escala global cada vez mais regulamentada, complexa e interdependente, com crescentes pressões externas, a Estrutura organizacional precisa se ajustar e se adaptar ao ambiente externo. Isso é fundamental para garantir a sustentabilidade da empresa, transcendendo os limites da propriedade e gestão e abrangendo todos os seus stakeholders em um amplo espectro de relacionamentos. 4.1 Transparência, equidade e prestação de contas (accountability) Conforme este novo cenário expandido e suas implicações na estrutura da empresa, a transparência no ambiente interno pode indicar a disposição da organização em expor seus mecanismos internos, relatando a situação atual e esclarecendo quem toma as decisões. Essa abordagem está de acordo com as conclusões de Giacomelli et al. (2017). Por outro lado, "outras definições podem ser consultadas, mas, em última análise, todas giram em torno dos mesmos princípios" (Mazzali; Ercolin 2018, p. 50). Assim, os princípios básicos que orientam a Governança e ESG podem apresentar uma significativa intersecção entre si, tornando a linha que os distingue sutil. No entanto, em harmonia, a gestão deve sempre se pautar por padrões éticos, de forma que os critérios seguidos ao tomar uma decisão possam ser claramente comunicados às partes interessadas que têm o #interna 14 direito de conhecê-los. Isso se aplica a uma ampla gama de stakeholders e acionistas em última análise. No que se refere à accountability (ou prestação de contas), esse conceito faz parte da transparência e envolve a divulgação de relatórios públicos abordando impactos, processos, estruturas de Governança e ESG, fontes de financiamento e fluxo de recursos. Essa prática está em sintonia com Silva (2016), representando um ato de responsabilidade corporativa, onde a entidade e sua diretoria avaliam e comunicam suas conquistas, fracassos e planos de melhoria. Essa abordagem, por sua vez, tem uma influência inegável na percepção de competitividade, inovação e produtividade da empresa. Nessa circunstância, a estrutura organizacional de uma empresa transparente deve assumir a responsabilidade perante qualquer questionamento, levando em conta o ambiente organizacional e suas fontes de incerteza. No entanto, somente a prestação de contas isolada pode não assegurar a transparência, pois, como afirmado por Rossetti e Andrade (2012), os princípios têm sentido somente quando aplicados em conjunto. Além disso, esses mesmos autores enfatizam a predominância da ideologia de criação de valor, que está em sintonia com os princípios de boa Governança e ESG corporativa. Por conseguinte, eles ressaltam de forma unânime o objetivo de gerar valor para a organização. 4.2 Responsabilidade Corporativa Considerado o mais amplo dos princípios, pois quando analisado superficialmente pode englobar todos os outros, a Responsabilidade Corporativa, de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança e ESG - IBGC (2015), ao abordar os princípios fundamentais de Governança e ESG, pode ser compreendida como a forma de conduzir os negócios das empresas, caracterizada por levar em conta o impacto que todas as suas atividades têm em seus respectivos stakeholders e shareholders, ou seja, seus clientes, funcionários, #interna 15 acionistas, as comunidades locais, o meio ambiente e a sociedade como um todo, dito isto, conforme mencionado por Surroca, Tribó e Waddock (2010), há três opções no que diz respeito à relação causal entre o desempenho social e o desempenho econômicofinanceiro das organizações. 1. Desempenho Social Desempenho Financeiro 2. Desempenho Financeiro 3. Desempenho Social Desempenho Social Desempenho Financeiro Fonte: adaptado de Preston e O’Bannon (1997) É possível notar, assim, que o desempenho social corporativo pode afetar o desempenho financeiro da organização, da mesma forma que o desempenho financeiro pode impactar o desempenho social. Além disso, pode existir uma relação sinérgica entre ambos (PRESTON; O’BANNON, 1997). 5 Considerações Finais O estudo revela a interligação crescente entre sustentabilidade corporativa e valor percebido por investidores. Empresas com práticas sustentáveis têm vantagem competitiva, melhor imagem e valor de mercado superior. Indicadores de desempenho sustentável medem progresso, incluindo impacto ambiental, engajamento com partes interessadas e transparência. Investidores focam em critérios ESG, impulsionando investimentos e valorização de empresas sustentáveis. Além do valor de mercado, sustentabilidade gera benefícios como redução de riscos, atração de talentos e relações com consumidores. Integração eficiente de indicadores é essencial, mas a jornada é complexa e exige melhoria contínua. Indicadores de Desempenho Sustentável são #interna 16 cruciais para avaliar comprometimento e impacto, refletindo mudança econômica que torna sustentabilidade essencial. Empresas devem aprimorar práticas, monitorar indicadores e abraçar sustentabilidade para sucesso em ambiente competitivo. 6 Referências bibliográficas RossEtti, Jose Paschoal; AndradE, Adriana. Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimentos e Tendências – 6a Edição. São Paulo: Atlas, 2012. Mazzali, r. Ercolin, C. A. “Governança e ESG Corporativa”. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2018. Silva, Edson Cordeiro da. “Governança e ESG nas Empresas”. 4a ed. São Paulo: Atlas, 2016. ASHLEY, P. A ética e a responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002 GARCIA, A. S. Associações entre desempenhos financeiro e socioambiental: um estudo das circunstâncias em que vale a pena ser verde. 2017. 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