A atmosfera do desfile da Bottega Veneta foi marcada pela descontração. Para acomodar os convidados, o diretor criativo Matthieu Blazy optou por pufes em formato de bichinhos, inspirados na icônica poltrona Sacco, de Zanotta. Os cenários, cuidadosamente elaborados pelo estilista, já sugeriam as surpresas que estavam por vir. Baleias, raposas, cachorros, cobras e coelhos, espalhados pelo espaço, contribuíram para quebrar a habitual formalidade de Milão, trazendo um toque lúdico e inesperado ao evento.
Depois de celebridades como Kendall Jenner e ASAP Rocky se acomodarem em seus respectivos animais, a Bottega apresentou uma coleção que remete às memórias de infância de Matthieu Blazy. O pai que volta do trabalho com uma sacola de compras e a pasta com documentos; a tia que faz uma visita e traz um ramo de flores; a mãe que o busca na escola ou veste um robe cor-de-rosa dentro de casa.
Nas peças, surgem os desejos honestos, primários e irreverentes de uma criança: saias que são metade calça na alfaiataria, casacos oversized com lapelas arredondadas e assimétricas, maxi (bem maxi mesmo) blazers, camisas de shape arredondado, ora acinturado; roupas amassadas que parecem ter sido tiradas diretamente de um armário bagunçado; um broche de sapinho subindo pelos corpos dos modelos; palitos de fósforo pendurados em um full look preto. O momento mais lúdico da apresentação são as criaturas de uma espécie de pelúcia feitas com couro.
Com a proposta de explorar as descobertas e a imaginação da infância, Matthieu Blazy trouxe um toque de encantamento à passarela, transformando o desfile em um espetáculo dos mais fascinantes da semana de moda de Milão