Até meus 24 anos de idade, eu não fazia ideia do que era a minimorte, o teto preto, o coração na boca, tremer dos pés à cabeça, explodir em faíscas e ao mesmo tempo jorrar em águas. Até lá, eu apenas arriscava pequenos espasmos com objetos pontiagudos, friccionados com ânsia de colocar para fora tudo o que aqueles hormônios insistiam em me infernizar durante as tardes da minha adolescência em busca de chegar ao tão sonhado orgasmo.
Sinais de prazer feminino: O primeiro orgasmo a gente nunca esquece
Sempre me considerei uma garota curiosa e até então achava que poderia suprir minhas curiosidades sexuais com garotos. Mas, ao mesmo tempo, eu vivia com medo. Medo de descobrir cedo demais e medo de descobrir tarde demais. Medo de doer, de não gostar, de me sentir usada, de não gostarem de como faço ou não faço. Eram tantos medos, que fui adiando enquanto pude ou o quanto consegui, por vergonha mesmo de ficar por último da minha pequena turma de amigas, que eram meu universo inteiro e que hoje não faço ideia por onde andam.
Os 20 chegaram e a espera ficou insustentável para meus hormônios. Bem, eu detestei. Pensei que, se fosse aquilo, não queria mais. Arrisquei mais algumas vezes, com o mesmo garoto, com garotos diferentes, e tudo me parecia desesperadamente ruim. Até que meu olhar expandiu e o feminino, em sua pura essência e curvas, chegou em minha vida. Bastou uma vez para que: fogos de artifícios, sinos badalando, gargalhadas internas, derretimento em lençóis de mil fios meus, mais mil fios dela entre nossos dedos já exaustos.
A descoberta do gozo por meio de um corpo similar ao meu foi das coisas mais desbravadoras que eu poderia sentir.
Dois toques: um desejo, um orgasmo… o verdadeiro gozo
Entender que, ao estar com uma mulher eu pude estar comigo mesma, elevando minha autoestima, me desfazendo de padrões que me prendiam no incômodo de agradar ao outro somente, foi como abrir uma porta para meu próprio prazer, que nunca mais foi fechada.
A partir dali eu me abri para um mundo de possibilidades, quis testar todos os brinquedos, de prazer, de pequenos níveis de dor que também davam prazer, de penetração, de cheiro, sem cheiro, com gosto, com látex, couro, com penas, com óleo, com cera, com cordas, com pilhas ou até controle remoto.
Descobrir o prazer sozinha ou acompanhada sempre foi uma das minhas maiores diversões e penso que todas as mulheres deveriam se permitir a tal diversão para aumentar o desejo sexual, para estimular o prazer ou simplesmente para se autoconhecer.
A importância de quebrar os padrões existe para viver o verdadeiro prazer feminino
Sabemos que o prazer da mulher foi tabu durante séculos, e que nossas ancestrais foram tolhidas dele, e carregamos esse medo da descoberta até hoje. É preciso cortar esse padrão de uma vez por todas, é preciso lembrar de amar o próprio corpo, a própria vulva, os líquidos e sangue que ela produz, é preciso tirar a mulher do papel essencialmente materno e trazê-la para uma vida de escolhas, de leveza, de aceitação e de muito prazer.
O desejo sexual da mulher independe da sexualidade, das relações, das interações, da idade, dos hormônios, ele está em você mesma. Descobrir o que te estimula, o que te desperta o tesão em suas infinitas formas e conseguir expressar isso através de um espectro livre e sem tabus é o grande segredo.
Agora que você imergiu comigo nessa linha tênue de prazer e autoconhecimento, que tal saber como promover ainda mais isso?