Quando eu penso na mulher que eu sou hoje, na mulher que eu me tornei e que sigo dedicada a ser todos os dias e até mesmo nos espaços que ocupo com tanto orgulho, vejo o autoprazer como um dos agentes indissociáveis de cada conquista. Pode até parecer exagero, mas é a mais pura verdade. Porque quando nós, mulheres, nos tornamos donas do nosso prazer e entendemos como funciona o nosso desejo, essa capacidade de nos priorizar, valorizar, amar e de insistir nas nossas vontades acaba transbordando para outras áreas da nossa vida. E o mais incrível de toda essa história é pensar que isso está nas nossas mãos.
Vale lembrar que a ideia de que o autoprazer está nas nossas mãos é ainda mais importante quando, em uma rápida pesquisa na internet ou em conversas mais íntimas com amigas, logo percebemos que o prazer e o orgasmo feminino seguem sendo negligenciados, envoltos em tabus e desconhecimento e até mesmo tratados como difíceis de alcançar (spoiler: não precisam ser).
Fui pesquisar um pouco mais dos efeitos fisiológicos que esse bendito orgasmo traz e descobri, numa matéria aqui da Vogue, que, para além da sensação indescritível de prazer, o orgasmo tem efeitos benéficos tanto no nosso físico quanto no nosso psicológico. O orgasmo libera hormônios como a dopamina e a oxitocina e senti-lo com regularidade pode nos ajudar a dormir melhor, dar um boost no sistema imunológico, aliviar cólicas e enxaquecas e até mesmo ficar com a pele mais bonita!
É um acontecimento holístico porque, para além de toda a comprovação científica das vantagens desse grande close que é ter orgasmos regulares, existe esse efeito em cascata que melhora tantos outros aspectos da nossa existência, e nos ajuda a viver de forma mais plena e presente em cada um deles.
E por falar em pele, confesso que tento trazer um pouco de sensualidade para outros momentos da minha rotina que não sejam apenas o ato de se dar prazer, digamos que, “mais literal”. Afinal, o prazer sexual parte também (e retroalimenta) vários outros prazeres que nós temos com o nosso corpo: um dia na praia, confortáveis na nossa própria pele, sentindo a areia e a brisa do mar; uma comida gostosa e apimentada; uma música sexy com uma taça de vinho… por que não? Considero belas preliminares comigo mesma e percebo que a minha relação comigo melhora quando amplio meu olhar dessa forma.
Para muitas de nós, não é fácil desapegar das encanações, inseguranças e preocupações que surgem na hora H quando estamos acompanhadas. Mas pode ser um pouco mais fácil buscar essa liberdade primeiro com a gente mesmo. Aos poucos, descobrir toques, prazeres, intimidades com o nosso corpo e toda a potência e alegria que ele pode nos proporcionar. E é como eu disse: com o tempo, esses momentos vão reverberando cada vez mais em outras esferas da nossa vida, e também nas nossas relações com outras pessoas.
A verdade é que nós, mulheres, fomos e ainda somos reprimidas por várias expectativas e padrões de uma sociedade ainda muito patriarcal e machista, que por tanto tempo encarou o prazer feminino até com ares místicos - ou o ignorou. Então, sim, se dar prazer é revolucionário e mais um jeito de desconstruir essas amarras (com um gemido feliz no final).
Inclusive, vale mencionar: eu sou fã de um brinquedinho, e quem me segue provavelmente já me viu mostrando uma ou outra “novidade” que chegou pelo correio lá nos meus stories. E a minha dica é: os brinquedos podem ser um ótimo primeiro passo para você que quer se aprofundar nesse maravilhoso mundo do autoprazer, deixar a rotina ainda mais interessante ou até mesmo ter um orgasmo pela primeira vez.
A boa notícia é que os vibradores vêm em todos os formatos, texturas, cores e tamanhos. Você pode comprá-los pela internet e não precisa nem entrar numa loja, se preferir. E pode até mesmo escolher um modelo bem discreto (que pareça um batom? Um pincel de maquiagem? sim, eles existem!) caso queira garantir que esse será um “segredinho” só seu. Agora, a notícia melhor ainda é que, como eu disse lá em cima, o prazer está sobretudo nas nossas mãos, e elas são o instrumento primordial para que a gente se toque, se massageie, se descubra e se permita!
Fica aqui o meu convite: exercitar nosso desejo e nosso prazer é também exercitar nosso desejo e prazer de viver de forma mais plena, mais empoderada, mais libertadora. Tudo isso, é claro, sem pressão (ou só com a quantidade exata de pressão que você gostar!).