• Redação Vogue
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Nessa segunda-feira (29.11), foi divulgada uma nova pesquisa sobre o funcionamento das cadeias de suprimento da indústria da moda, e muitas marcas podem estar envolvidas indiretamente ao desmatamento da Floresta Amazônica.

A pesquisa realizada pela Stand.earth, levou como base as conexões das empresas envolvidas na produção de couro e outros acessórios relacionados. Foram analisadas mais de 500 mil linhas de dados e algumas grifes, como Zara, Adidas, Vans, The North Face, H&M e Rebook, estão conectadas com uma indústria que adere o desmatamento na Amazônia

As páginas continham documentos obtidos através de cruzamento de dados coletados da alfândega brasileira, vietnamita, chinesa, indiana, paquistanesa, sites de processadores de couro, relatórios anuais, postagem em mídias sociais de processadores de couro; além de lista de divulgação aberta de fornecedores de marcas de moda

⁠Assim sendo, a ONG concluiu que as empresas que compram diretamente ou indiretamente da JBS por intermédio dos processadores de couro, estão sob o risco de serem associadas ao desmatamento da floresta amazônica. 

Mais de 50 marcas tem contratos com a maior exportadora de couro brasileiro, a JBS, segundo o The Guardian. A empresa recentemente assinou o compromisso de ter um desmatamento zero até 2035, algo que os ambientalistas consideram ser insuficiente. 

Fernanda Simon, editora contribuinte de sustentabilidade Vogue, explica que essa pesquisa é importante para as marcas se conscientizaram: "A moda está intrinsecamente conectada com o desmatamento da Amazônia e outras florestas pelo mundo, o relatório comprova o quanto as maiores marcas globais ainda estão atrasadas em seus reais comprometimentos com a emergência climática. Precisamos urgentemente de maior transparência e ações concretas", começa. 

"Há tempos já sabemos que a criação de gados é o maior motivo de desmatamento da Amazônia, portanto precisamos olhar com profundidade na origem dos produtos e sub-produtos do gado, além de exigir responsabilidade por parte do setor público e das próprias marcas", conclui. 

A Stand.earth também se pronunciou dizendo que ficou surpresa com a ligação dessas marcas à empresa, pois muitas delas anunciaram estarem implementando políticas para combater os desmatamento.  

"Com um terço das empresas pesquisadas tendo algum tipo de política em vigor, era de se esperar que isso teria um impacto sobre o desmatamento. A taxa de desmatamento está cada vez maior, então as políticas não têm efeito significativo", comentou um dos pesquisadores do caso, Greg Higgs para o The Guardian.