Transição de carreira após o Burnout: o papel da mentoria e coaching
Após vivenciar o burnout e transição de carreira, Cibele Berdasco compartilha insights sobre como buscar uma vida profissional mais equilibrada e satisfatória
De acordo com a pesquisa da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) realizada em 2023, o Brasil ocupa a segunda posição em índices de Síndrome de Burnout, perdendo apenas para o Japão. São 32% dos brasileiros que sofrem com o esgotamento mental causado pelo trabalho.
“O burnout precisa ser discutido abertamente. Muitas vezes, ele não está ligado apenas a longas jornadas, mas a uma insatisfação profissional. Nesse caso, a transição de carreira pode ser uma alternativa”, conta Cibele Berdasco, coach de carreira e mentora comercial de liderança, que sentiu, por experiência própria, os impactos do burnout.
Uma história de superação
A especialista conta que trabalhou em empresas multinacionais, teve uma carreira rica em aprendizados e reconhecimentos. “Porém, nos 3 últimos anos, eu não era mais feliz na minha função. Comecei a ter dores de cabeça, insônia, tremores, perda de memória, queda de cabelo e a sofrer crises de ansiedade”, lembra.
Afastada por licença médica, Cibele entendeu que era hora de mudar a rota. “Entendi que meu ciclo naquela empresa havia terminado. Cuidei da minha saúde mental e, quando me senti pronta, decidi antecipar meu plano B de carreira, no qual vinha trabalhando há anos.”
Compartilhamento de experiências
Entre os muitos aprendizados, ela destaca a importância de respeitar os próprios limites para evitar que a “corda estique demais”. Além disso, não adianta a empresa ter um plano de carreira para o colaborador sem considerar o que aquele indivíduo tem como objetivo profissional.
Com esse olhar mais amplo, tanto para as pessoas, quanto para as organizações, Cibele atua no desenvolvimento de competências e no autoconhecimento de profissionais para que alcancem seu potencial máximo. “Faço isso por meio de coaching, palestras e workshops”.
Os resultados alcançados com sua atuação são bastante positivos. “As mentorias de coaching, feitas com o time de gerentes de marketing, impulsionaram não só aspectos relacionados à liderança, mas, principalmente, o desenvolvimento de todo o time, aumentando a produtividade e a satisfação dos colaboradores”, conta Diego Costa, Diretor Executivo de Categorias do Grupo Boticário.
E não só as empresas, mas, também, os mentorados percebem o impacto em sua trajetória.
“O apoio e orientação da Cibele foram fundamentais para o meu crescimento e para que eu conquistasse minha tão sonhada promoção, sempre me provocando a superar desafios e sair da zona de conforto.”, conta Renata Milani – Gerente Sênior de Marketing Grupo Boticário.
Tive o privilégio de contar com a mentoria da Cibele, sua orientação ampliou minha capacidade de análise, aprimorou a maneira de me posicionar. Sua expertise comercial foi um diferencial que me tornou um profissional mais capacitado e completo”. Conta Caio Schuck – Regional Legal Director and Compliance Lead for Latam at Avery Dennison.
Estar preparada fez toda a diferença
A experiência de Cibele reforça que, muitas vezes, o caminho para superar o burnout passa por um olhar estratégico para a própria carreira. “Planejar minha transição ao longo dos anos me deu segurança para mudar na hora certa. Sem isso, talvez tivesse ficado presa em um ciclo que não fazia mais sentido para mim.”
Ela acredita que estar preparada para mudanças não é apenas um diferencial, mas uma forma de cuidado com a saúde mental e o bem-estar. “Quando você reconhece suas habilidades, valores e propósitos, fica mais fácil construir um plano que seja sustentável e alinhado à sua essência. Essa preparação é o que transforma desafios como o burnout em uma grande oportunidade de crescimento.”