O gato siberiano se adapta bem a diferentes climas. A raça gosta de frio e neve, clima no qual sua pelagem fica densa para se proteger, enquanto no verão troca de pelos para um tamanho mais curto. Essa adaptação é herança de sua origem russa, onde o inverno é muito rigoroso.
Acredita-se que sua existência data mais de mil anos, estando presente em diversos contos infantis russos. Naquela época, os felinos eram populares entre fazendeiros por sua função de controle de roedores e, ao longo do tempo, conquistaram o carinho dos tutores devido sua personalidade e lealdade.
Foi a primeira raça russa registrada em organizações internacionais. Foi oficializada no final da década de 1980, na então União Soviética. Depois da Guerra Fria, a partir de 1990, ganhou popularidade no mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde foi reconhecida por diversas associações a partir de 1996.
Os bichanos da raça são carinhosos e gostam de ficar perto dos tutores, mas não a ponto de serem grudentos. Segundo Letícia Orlandi, especialista em comportamento felino e canino, são gatos que se adaptam aos ambientes e são tolerantes com crianças e outros animais.
Letícia relata não serem felinos “vocais”, como os siameses, costumam ficar em silêncio. Apesar de aparentemente calmo, o pet não é preguiçoso. “Gostam muito de brincar e saltar atrás de brinquedos, com ótimas habilidades acrobáticas e muita energia. Desde filhotes, mostram muita curiosidade e necessidade de escalar, mantendo essa personalidade ao longo de toda a vida”, conta.
Esse animal tem muita energia para gastar, gostando de praticar atividades e desafios que desafiem sua inteligência. Por isso, precisa receber estímulos e ter gaticações à sua disposição. Além disso, é uma raça que, segundo Letícia, gosta muito de água, com predileção por entrar em banheiras e molhar as patas. Quando isso ocorre, é difícil secá-los por sua pelagem abundante.
É um felino que demora mais que a média dos gatos para chegar à fase aduta: cinco anos. Os gatos gigantes, como o maine coon, levam geralmente dois anos. Apesar do tempo longo para o desenvolvimento muscular, os siberianos conseguem se reproduzir antes de chegar à maturidade.
A raça já foi retratada no cinema, protagonizando o filme Virei um gato. Na história, o bilionário Tom Brand, interpretado por Kevin Spacey, vive focado no trabalho e se transforma no felino para aprender a valorizar as pessoas que estão em sua vida.
Informações gerais:
Porte:
Os gatos siberianos encontram-se entre o médio e grande porte. Apesar da aparência física compacta, apresentam musculatura robusta, forte e firme, com expressão doce e amigável.
Média de peso:
Os machos pesam de 6 a 9 kg, enquanto as fêmeas chegam a pesar entre 5 e 7 kg.
Expectativa de vida:
Entre 11 e 18 anos.
Origem:
Rússia.
Pelagem:
Um dos diferenciais da raça é a sua capacidade de trocar de pelagem conforme o clima, como explica a médica-veterinária Vanice Allemand: "No inverno, eles apresentam uma cobertura de pelos tripla, espessa e cheia para protegê-los do inverno rigoroso da Rússia. Já no verão, trocam essa cobertura por outra mais curta e menos densa."
No corpo, a pelagem aparece em abundância ao redor do pescoço, nas patas traseiras e na cauda, podendo ter alguns fios proeminentes nas orelhas, fazendo o gato parecer um lince. Os pelos têm diversas cores, podendo apresentar ou não mesclas, principalmente tons de marrom, preto e branco. Os olhos são dourados, verdes ou azuis, mas também é comum na raça ocorrer heterocromia (quando o animal tem um olho de cada cor).
Clima indicado:
Moderado ou frio.
Cuidados especiais:
O felino siberiano tem a personalidade alegre e ativa, apesar de também ser calmo. Se o animal estiver saudável e bem nutrido, as especialistas indicam que os tutores não terão problemas.
Leticia alerta sobre algumas predisposições da raça: maior risco de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), doença renal policística (PKD), câncer hereditário, doença do trato urinário inferior felino (FLUTD) e doença periodontal.
Além disso, segundo Dra. Vanice, o gato é considerado hipoalergênico, por causa dos níveis reduzidos da proteína FelD1 em seus genes em comparação com outras raças.
Quem passou as informações?
Letícia Orlandi - consultora certificada em comportamento felino e canino e pós-graduada em Comportamento Animal.
Vanice Allemand – médica-veterinária especialista em felinos do Hospital Veterinário PetCare.