A alimentação natural pode ser uma alternativa para os pets cujos tutores buscam uma nutrição mais atrativa, de menor carga glicêmica e sem a utilização de conservantes ou aditivos em sua composição. Além disso, quando prescrita e orientada por um médico-veterinário especialista, a dieta é individualizada e preparada de acordo com as necessidades de cada animal.
Mas vale reiterar que este processo deve ser acompanhado por um profissional da área, principalmente a fim de garantir uma nutrição balanceada e evitar a intoxicação dos bichos.
Alimentos proibidos
De acordo com Ana Flávia Cascão, médica-veterinária que trabalha com alimentação natural, há certos alimentos que não são recomendados aos bichos e não devem ser incluídos em suas dietas, uma vez que eles agem de maneira diferente no organismo e apresentam níveis de toxicidade distintos.
Saiba quais alimentos naturais você não deve oferecer ao seu pet
Apesar de não serem tóxicos, frutos como castanha-do-pará, nozes, amêndoas e amendoim devem ser sempre ingeridos com uma certa moderação. A massa crua de pão ou de bolo também não devem ser oferecidas devido ao fermento, que pode causar gases, grande distensão abdominal e dor, mas não é letal. Já a macadâmia está proibida aos pets.
"A casca da batata inglesa também tem um composto que pode causar intoxicação, então é sempre importante tirá-la e cozinhar a batata antes de oferecer para o animal. Alguns outros vegetais dessa família também devem ser oferecidos com moderação, como a berinjela, o pimentão, o tomate e o jiló, que são da família das solanáceas", continua.
Com o abacate, vale a atenção: ofereça apenas o fruto, sem a semente, a casca ou a folha. A uva, por sua vez, não deve ser ingerida pelos pets, pois pode causar falência renal aguda severa.
"Devemos ter cuidado também com açúcar, fritura, xilitol, alimentos que tenham adoçante, algumas pimentas, osso de ave cozido, ossos de couro branco e sementes, como de maçã e pera. Sempre que oferecer uma fruta ao bicho, o tutor deve descascá-la e tirar o caroço e as sementes para que esse alimento possa ser ingerido com mais segurança", orienta Ana.
Atenção também a outro alimento bastante querido pelos seres humanos, mas que jamais deve parar na boca de cachorros, gatos e outros pets: o chocolate. Segundo o médico-veterinário Marcio Antonio Brunetto, doutor em nutrição clínica, o amargo é ainda mais perigoso:
"O chocolate, especialmente o amargo, é constituído por substâncias alcalóides que não são metabolizadas pelos pets e, assim, podem resultar em quadro de intoxicação alimentar. Se grave, pode levar o animal ao óbito", diz.
O ponto positivo da restrição da oferta é que estes alimentos não precisam ser substituídos na dieta do animal. Ela deve ser baseada, principalmente, em proteína e gordura de origem animal e baixa quantidade de carboidrato, o que exclui os alimentos tóxicos supracitados.
"Alguns animais possuem sensibilidades específicas e então alguns alimentos devem ser evitados de acordo com o seu diagnóstico, mas somente um nutrólogo ou nutricionista poderia orientar quanto a isso", acrescenta Andressa Rodrigues Amaral, médica-veterinária mestra em nutrologia de cães e gatos.
Encontrei o meu pet ingerindo um alimento tóxico! O que eu faço?
Em primeiro lugar, mantenha a calma, retire o alimento do animal e observe-o. "Tudo depende da quantidade ingerida, do peso do animal e do seu metabolismo. O tutor deve observar se o bicho está prostrado, se para de comer, se começa a vomitar, tem dificuldade para respirar ou qualquer outra coisa que fuja do padrão que se conhece. Caso observada alguma alteração, o correto é levá-lo ao médico-veterinário para que este o avalie", diz Andressa.
Segundo Lylian Cristina Sodré, médica-veterinária especialista em gastroentereologia e capacitada em nutrição animal, animais que já apresentam problemas gastrointestinais por natureza e exigem uma maior atenção.
"Caso o pet ingira alimentos proibidos, pode apresentar intoxicação alimentar. Os sintomas mais comuns são vômito, diarreia, presença de gases e distensão abdominal – não necessariamente vêm todos juntos. E, em alguns casos, a gente pode notar convulsão, agitação e salivação", diz.
Em contrapartida, quando em pequenas quantidades, os alimentos não devem oferecer grande perigo. "Caso a ingestão tenha sido em grande quantidade, é sempre prudente levar o pet ao médico-veterinário para avaliação, ainda que o animal não manifeste nenhuma alteração. Caso sim, o especialista também saberá fazer o atendimento adequado, uma vez relatado o alimento que foi ingerido", comenta Marcio.