O uso do cheque segue em queda e, em 2023, foram compensados 168,7 milhões de documentos, um recuo de 17% sobre o ano anterior. Em 1995, início da série histórica, foram compensados 3,3 bilhões de cheques. A queda no período foi de 95%.
As estatísticas têm como base o Serviço de Compensação de Cheques (Compe) e foram divulgadas há pouco pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Na avaliação da entidade, o avanço dos meios de pagamento digitais, como internet e mobile banking, e a criação do Pix, em 2020, são os principais fatores que explicam a significativa redução observada em quase 30 anos de uso do cheque.
“A pandemia estimulou o uso dos canais digitais dos bancos e, hoje, quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais”, diz Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, em nota. “Soma-se a isso a preferência dos brasileiros pelo Pix, que vem se consolidando como o principal meio de pagamento utilizado no país.”
Os dados também apontam redução no volume financeiro dos cheques e no número dos documentos devolvidos e sem fundos. Em 1995, as compensações totalizaram R$ 2 trilhões. Já em 2023, o valor passou para R$ 610,2 bilhões, uma queda de 70,18% no período. Na comparação com 2022, houve redução de 8,5% no ano passado.
Em 2023, o número de cheques devolvidos foi de 18 milhões, o que representou 10,67% do total de documentos compensados no país. Houve queda de 7,9% nas devoluções na comparação com 2022. Em 1996, início da série histórica desta categoria, foram contabilizados 63,5 milhões de cheques devolvidos.
Já em relação aos cheques devolvidos sem fundos, o total caiu de 15 milhões em 2022, para 13,6 milhões no ano passado, uma redução de 9%. Em 1997 (início desta série histórica específica), foram 56,8 milhões.
Apesar da redução no volume de transações, o tíquete médio do cheque aumentou no último ano, passando de R$ 3.257,88 em 2022 para R$ 3.617,60 em 2023.