Colunas de Hugo Daniel Azevedo

Por Hugo Daniel Azevedo

Consultor de investimentos e sócio da MFS Capital

São Paulo


As pessoas ficam se perguntando - e se não ficam, deveriam ficar - se elas estão se preparando corretamente para aposentadoria. Se você tem dúvidas ainda, vou dar duas informações relevantes:

  1. A expectativa de vida do brasileiro vem aumentando ano após ano segundo o IBGE. Agora ela é de 75,5 anos na média.
  2. Em novembro de 2019 foi aprovada a Emenda Constitucional 103 que alterou novamente regras para a aposentadoria pelo INSS. De forma resumida a regra que combina a idade com o tempo de contribuição foi alterada e agora, a pontuação mínima necessária é de 91 pontos para as mulheres e 101 pontos para os homens.

A primeira aposta que eu faço é que você não sabe como se faz o cálculo de quanto você poderá receber do INSS quando se aposentar. Se você não sabe, posso garantir que você se surpreenderá e até se divertirá pesquisando a respeito. É um emaranhado de regas e mais regras para o qual os especialistas no assunto alertam ser primordial estarmos atentos no momento de solicitarmos nossos devidos direitos.

Com o explanado acima talvez agora você reconheça que, para se ter uma aposentadoria mantendo o padrão de vida atual, você terá de se preparar, ou melhor, poupar e investir, paralelamente ao que é poupado junto ao INSS. A boa notícia é que fazer isso não é um bicho de sete cabeças. Depende muito mais da sua disciplina do que de qualquer outra coisa. O segundo fator relevante é investir seu dinheiro de forma acertada nas grandes classes de ativos como renda fixa pré-fixada, renda fixa pós-fixada, inflação e renda variável. Se você tiver disciplina e fizer isto bem-feito, terá resolvido, segundo estudos científicos sérios, 88% do problema.

De qualquer forma, você tem três caminhos para garantir uma boa aposentadoria somente com os retornos dos seus investimentos:

Primeiro caminho: é você sozinho que decide quando, quanto e em que investir para sua aposentadoria. Estas decisões, as quais não são nada fáceis mesmo para os profissionais, dependem de pelo menos 60 parâmetros diferentes agrupados em cinco aspectos ou áreas diferentes. Porém, independente das decisões tomadas, o mais importante é você entender que se você se decidir por este caminho, ou seja, pelo caminho de planejar e operacionalizar sozinho seus investimentos para sua aposentadoria, o melhor a fazer não é se preocupar em ACERTAR, mas sim em NÃO ERRAR. Acreditem, quando se fala em dinheiro, não errar é diferente de acertar.

Segundo caminho: o segundo caminho está muito na moda e te leva a deixar alguém fazer isso por você. Como eu gosto de dizer, é o caminho daqueles que preferem contratar um motorista. No caso, me refiro ao investimento em fundos de previdência. A minha contribuição ou “dica” aqui – considerando que estou fazendo isso para o público em geral – é primeiro alertar que mesmo deixando para os outros a decisão de onde investir, você deverá tomar algumas decisões importantes antes, como definir a parcela de sua renda mensal que deseja separar para investir para sua aposentadoria, a idade que pretende se aposentar, estabelecer sua previsão de gastos na aposentadoria. Tudo muito simples para não dizer o contrário. Não esqueça que independente das respostas a estas três perguntas simples, TUDO PODE MUDAR da noite para o dia.

Cabe ainda salientar que quando se escolhe por este segundo caminho, e falando especificamente dos planos de previdência como o VGBL e o PGBL, podemos listar alguns erros cometidos por aqueles que investem mensalmente neste tipo de plano:

Erro 1: Não escolher a tabela regressiva. Ora, se estamos falando de aposentadoria, não imagino um plano com menos de 10 anos de aportes mensais, o que faria tributação sobre o todo vir para a casa dos 10%.

Erro 2: não pesquisar sobre as taxas de administração e carregamento (na verdade a maioria nem sabe que a segunda existe)

Erro 3: não rever o valor da contribuição mensal

Erro 4: desconhecer a estratégia de gestão do fundo

Erro 5: não acompanhar, ao menos trimestralmente, como anda a performance do seu fundo.

Terceiro caminho: este caminho é uma mescla entre o primeiro e o segundo caminhos, onde você pode continuar fazendo seus investimentos sozinho, seja ele em ativos finais ou via fundos mas contrata um profissional que tenha total independência de qualquer banco para ajudá-lo e ajudá-la a planejar e a operacionalizar este caminho. Minimamente, em se tratando de aposentadoria, este planejamento e suas revisões têm de ser feitos semestralmente para ver se o que está sendo feito é o mais eficiente considerando as condições de vida de momento do investidor.

Além disso, no terceiro caminho, você pode contratar um gestor de carteira administrada, devidamente autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, para fazer a gestão de seus ativos pessoais de forma individual e personalizada. Nenhum de nós é farinha do mesmo saco para ter nossos investimentos geridos da mesma forma que os de outras pessoas com características, objetivos e perfis completamente diferentes.

Enfim, se tantas pessoas hoje em dia consultam um GPS quando saem de casa dirigindo é porque o GPS faz com que o caminho destas pessoas no trânsito seja mais EFICIENTE. Ora, por que então, quando o assunto é dinheiro, não ter a ajuda de um profissional para tornar seus investimentos mais eficientes?

Independente da decisão que tome, ou seja, independente de escolher planejar e operacionalizar sua aposentadoria sozinho, contratando um plano de previdência ou mesmo, dentro da linha de contratar um consultor a cada três ou seis meses para revisar o caminho trilhado, o mais importante é que você comece em algum momento a pensar nisso pois, como diz o ditado, antes tarde do que nunca!

Hugo Daniel Azevedo é consultor de investimentos e sócio da MFS Capital

Hugo Daniel Azevedo — Foto: Arte/Valor
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