Elaborado pelo Centro de Estudos em Finanças da FGV/SP em parceria com o Valor, a edição de 2024 do “Guia de Previdência Valor/FGV” analisou mil fundos de investimento direcionados para planos de previdência PGBL e VGBL. Os fundos são classificados com estrelas - de uma a cinco - visando servir de referência para os investidores planejarem sua aposentadoria. O desempenho de cada um deles é avaliado até 30 de setembro deste ano, para períodos de 12 meses, três anos, cinco e sete anos.
Para cada fundo é calculada uma nota geral, resultante da ponderação das notas obtidas em cada um dos períodos analisados. A partir dessa nota geral são apurados os melhores gestores. No curto prazo, de um a três anos, o desempenho do fundo considera o índice de sharpe, que mede a relação retorno e risco de um investimento. O indicador mostra quanto foi o ganho do fundo, acima de um determinado “benchmark” (uma referência, como CDI, por exemplo), considerando também sua volatilidade.
Quando o foco está no longo prazo (cinco e sete anos), o desempenho é medido pelo retorno do fundo em relação ao “benchmark”. Como a previdência é uma aplicação de longo prazo, o que faz diferença para os investidores é principalmente a rentabilidade. Oscilações no preço dos ativos no curto prazo tendem a ser diluídas ao longo do tempo. Uma queda da bolsa numa semana, por exemplo, tende a ser pouco relevante para a rentabilidade de um investimento feito pelo prazo de dez anos. Por conta disso, a volatilidade é uma medida menos importante para aplicações feitas a prazos extensos.
Já para prazos mais curtos, ela se torna relevante e pode ser um indicador de que o gestor tomou posições mais arriscadas e, em consequência, conseguiu uma rentabilidade superior. No entanto, como o investidor pode estar perto do momento de aposentadoria, ou seja, perto do término do período de contribuição para o plano de previdência, permanecer ou entrar num produto com mais risco pode implicar não só potenciais rendimentos superiores, mas também perdas superiores.
Além dos períodos, os fundos foram avaliados nas seguintes categorias: ações, renda fixa, balanceados (que podem aplicar em renda fixa, renda variável e câmbio), multimercados (que podem investir em diversas classes de ativos, mas sem alavancagem) e data-alvo (também conhecidos como fundos do tipo “ciclo de vida”, buscam retorno num prazo referencial, ou data-alvo, por meio de investimento em renda fixa, ações, câmbio etc). Os balanceados ainda são subdivididos de acordo com os limites de aplicação em renda variável, que podem ser 15%; de 15% a 30%; e acima de 30%.
Os produtos dentre os 20% melhores desempenhos de cada categoria e para cada prazo receberam cinco estrelas, os 20% seguintes receberam quatro estrelas, os 20% seguintes três estrelas, os 20% seguintes duas estrelas e os restantes uma estrela. Os fundos com índice de sharpe negativo receberam automaticamente uma estrela. Para formação da nota do fundo, seu patrimônio líquido é multiplicado por um peso relativo às estrelas obtidas, sendo 50% de peso para os cinco estrelas, 30% de peso para os quatro estrelas, 20% para os três estrelas, e zero para os demais.
A classificação da empresa gestora em cada categoria foi calculada pela média ponderada da nota de seus fundos usando-se o patrimônio líquido (na data final de análise) como fator de ponderação. As gestoras foram então ranqueadas da maior para a menor nota para se definir as melhores.