Política
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Por , Valor — São Paulo

A eleição para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo está marcada para o dia 1º de janeiro - mesma data da posse de vereadores e do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) - mas as lideranças ainda não entraram em consenso e há possibilidade de descambar para uma disputa entre os dois maiores partidos da base governista: União Brasil e MDB.

O poder de escolha estava, inicialmente, com o atual presidente, Milton Leite (União Brasil), um dos políticos mais influentes da capital paulista, que decidiu não se candidatar neste ano e, após quase três décadas, está deixando o cargo de vereador.

Ficou acertado, em um acordo durante as eleições, que União Brasil apoiaria a reeleição de Nunes e, em troca, Leite teria o direito de fazer seu sucessor. Os partidos da coligação apoiariam o nome escolhido por ele.

Faltando uma semana para a eleição, no entanto, as principais lideranças não conseguiram se acertar. Há concordância sobre a presidência continuar nas mãos do União Brasil, mas a base quer um nome e Milton Leite, outro.

Segundo o vereador João Jorge (MDB), atual 1º vice-presidente da Câmara, disse ao Valor, o seu partido - que é também o do prefeito Ricardo Nunes - "não descarta" uma disputa pelo cargo de presidente caso a escolha de Milton Leite não seja o vereador reeleito Ricardo Teixeira (União Brasil).

João Jorge indicou que o MDB tem preferência por um vereador mais experiente, com mandato, como é o caso de Teixeira. O outro nome do União Brasil nessa condição, Rubinho Nunes, não tem o apoio do partido por ter se aliado a Pablo Marçal (PRTB), adversário de Ricardo Nunes, durante o primeiro turno das eleições.

Antes de bater o martelo, contudo, o MDB ainda deve tentar um "acordo" com o União Brasil para emplacar Teixeira. MDB, União Brasil e PL - partido do coronel Mello Araújo, vice de Nunes - têm 7 vereadores cada um e são as maiores bancadas da base Nunes na Câmara.

“O MDB gostaria de ter o presidente da casa. Ao lado do União e do PL somos as maiores bancadas governistas. Qualquer um desses partidos deveria ter a presidência da Casa”, afirmou João Jorge, que declarou ter sido o único do partido a se colocar à disposição para disputar o cargo, se esta for a decisão tomada pelo MDB.

Nunes também defende Ricardo Teixeira como o nome do União Brasil para a presidência da Câmara. “O ideal é que seja um nome do União, mas que seja o Ricardo Teixeira”, frisou terça-feira (24) ao Valor, sem negar a possibilidade de seu partido disputar o cargo. Amenizou, no entanto, afirmando ter certeza de que o União Brasil "entenderá sua responsabilidade nesse processo e irá construir um caminho de estabilidade para Câmara, Executivo e para Cidade”.

Teixeira já esteve no governo. Foi secretário de Mobilidade e Trânsito entre 2021 e 2023, por indicação de Milton Leite, e atuou na implementação da faixa azul — pauta que usou para se reeleger para a Câmara. As pistas exclusivas para motos reduziram o número de acidentes na cidade e, durante a campanha eleitoral, também foram usadas como uma das marcas da gestão de Nunes.

Sem levar Teixeira para a presidência da Casa, Leite poderia indicá-lo novamente para compor uma secretaria - como a de Transportes, em que já tem experiência. O prefeito, no entanto, tem demonstrado que prefere um nome técnico e “de carreira” para esta posição.

O preferido de Milton Leite

Milton Leite deixará de ser vereador, mas sem abrir mão da influência que tem na Câmara. Ele elegeu dois sucessores – Silvão Leite e Silvinho, ambos do União Brasil –, que assumirão seus primeiros mandatos no ano que vem. Embora diga publicamente que todos os sete vereadores do partido estão “habilitados” a ocupar a presidência, Milton Leite busca, nos bastidores, emplacar Silvão.

Silvão, embora use o sobrenome de Milton Leite, não é parente do político. Foi chefe de gabinete do atual presidente da Câmara, experiência destacada por Leite contra aqueles que chamam seu sucessor de inexperiente.

Vereadores consultados pelo Valor veem com preocupação o nome de um novato para o cargo. Um deles, da base de Nunes, inclusive classificou como “inviável” ter Silvão na presidência.

Rubinho pede mediação de Michel Temer

Rubinho Nunes, que seria a outra opção viável, mas está vetado pelo prefeito, também se movimenta. Ele ainda tenta se mostrar como a melhor opção e pediu que o ex-presidente da República Michel Temer (MDB) converse com Ricardo Nunes. A informação foi divulgada pelo portal “Metrópoles” e confirmada pelo Valor.

“Busquei o presidente Temer porque ele é um notório pacificador”, disse Rubinho ao Valor, adicionando que vê como “natural” que o seu apoio a Marçal tenha gerado “dificuldades”com o prefeito. Ele reitera, apesar disso, que respeitará qualquer um dos indicados por Milton Leite à presidência.

Vereadores ouvidos pela reportagem esperam que uma decisão seja tomada até este fim de semana. Parte deles, entretanto, não abandona a ideia de que essa divulgação só aconteça no dia 1° de janeiro, dia da eleição. Procurado pelo Valor, Milton Leite não se manifestou.

*Estagiária sob supervisão de Joice Bacelo

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