A Polícia Federal (PF) pediu a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque a bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda na quarta-feira, quando ocorreu o atentado, a PF abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do caso. A investigação tramita no STF e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, que já atua em apurações envolvendo atos antidemocráticos.
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Além dessas diligências, a PF também deu início à perícia no celular encontrado com o homem, que morreu durante o ataque. Um dos focos da investigação é descobrir se ele agiu sozinho e se teve algum tipo de ajuda financeira para cometer os ataques.
Atentado em Brasília pode prejudicar anistia a Bolsonaro
Luiz era chaveiro, em Rio do Sul, cidade do interior de Santa Catarina. Em 2020, foi candidato a vereador pelo PL, mas não se elegeu. As informações já colhidas mostram que ele estava em Brasília pelo menos desde julho, quando alugou uma casa, em Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal.
A PF também tenta descobrir se ele participou dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se frequentou o acampamento montado em frente do Exército por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por ora, as informações levantadas ainda não são conclusivas.
Ontem, em entrevista coletiva, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que havia “indícios de planejamento de longo prazo” do atentado. Para ele, o episódio não se trata de “um fato isolado” e deve ter ralação com outros casos já investigados pela corporação.
“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas é conectado a várias outras ações, que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em um período recente”, disse.
Ele também afirmou que tinha ressalvas à expressão "lobo solitário" porque, segundo ele, "nunca há só uma pessoa" por trás de um ato como esse. "Há sempre um grupo, ou ideia de um grupo, com extremismos e radicalismos que levam ao cometimento dos crimes.”
Segundo Andrei, o caso está sendo investigado sob a ótica de duas hipóteses: crime de terrorismo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.