Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, repudiou a tentativa de ataque à Corte ocorrida ontem à noite e afirmou que o país precisa fazer uma “reflexão profunda” sobre o que está acontecendo. Ele também defendeu punição a quem participar de atentados contra a democracia, como os golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A declaração aconteceu hoje, durante a abertura da sessão plenária, que foi mantida mesmo depois do atentado. Na noite de ontem, um homem tentou invadir o STF e lançou explosivos em direção ao edifício-sede. Ele morreu no local.

O autor dos ataques foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, natural de Rio do Sul, interior de Santa Catarina. Ele já foi candidato a vereador pelo PL, com o nome de urna Tiü França, mas não foi eleito. Em agosto, ele esteve no plenário do STF.

Veja vídeos do ataque ao prédio do STF

Veja vídeos do ataque ao prédio do STF

Barroso começou a sua fala afirmando que não gostaria, mas precisava fazer uma declaração sobre o episódio. “Nós precisamos fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo. Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna, para a escuridão do ódio?”, questionou.

Para Barroso, nós “estamos importando mercadorias defeituosas de outros países”. Ele também afirmou que “esse episódio de ontem se soma ao que já vinha ocorrendo no país nos últimos anos.

O presidente do STF citou os casos do ex-deputado Roberto Jefferson e da deputada Carla Zambelli, durante a eleição de 2022, e dos episódios que aconteceram após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Ele lembrou também dos atos golpistas de 8 de janeiro e defendeu que não é possível haver anistia, como discute o Congresso.

"Naturalização do absurdo"

“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, afirmou.

Para o ministro, a “gravidade do atentado” de quarta-feira é uma alerta de que persiste no Brasil “a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições”. Segundo ele, isso reforça “a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”.

Barroso defendeu que o Brasil precisa fazer o “caminho de volta”. “De volta à civilidade, ao respeito mútuo. Superar essa crença primitiva de que quem pensa diferente de mim só pode ser um cretino completo a serviço de alguma causa escusa. A vida não deve ser vivida assim.”

Ele afirmou que, nesta sexta-feira (15), comemora-se a data da proclamação da República e que essa seria uma boa hora para reflexão e “para um novo recomeço”. “O Supremo Tribunal Federal continuará a simbolizar os ideais democráticos do povo brasileiro e a luta permanente pela preservação da liberdade, da igualdade e da dignidade de todas as pessoas.”

Para o ministro, o episódio da quarta-feira “será apenas mais uma cicatriz na história”. “Estamos precisando retomar o tempo de civilidade. Precisamos voltara a ser um povo, afetuoso, alegrem, onde as pessoas se tratem com respeito.”

Já o ministro Luiz Fux disse que "homem-bomba não é um homem com ideologia. Homem- bomba é um terrorista".

Relato oficial

Barroso também fez um breve relato do que aconteceu na quarta-feira. Segundo ele, por volta de 19h30, um homem se aproximou com uma mochila e um extintor de incêndio da Estátua da Justiça, em frente ao STF, e jogou um pano na estátua. Diante da movimentação, um segurança do Tribunal se aproximou para abordagem.

Segundo ele, as imagens das câmeras de vigilância mostraram o momento em que o suspeito deixou a mochila no chão e recuou, e mais agentes começaram a se aproximar. O homem, então, atirou o primeiro artefato em direção à estátua, que não explodiu. Ele arremessou um segundo artefato, que caiu mais perto da marquise do Tribunal, e causou uma explosão.

Barroso disse que, diante do cerco, o homem acendeu mais um artefato, se deitou sobre ele e houve uma segunda explosão – causando-lhe morte imediata. Ele acrescentou que as forças policiais passaram a noite averiguando outros artefatos que estavam na roupa do homem, na mochila e os que ele havia arremessado. O corpo só foi retirado às 9h desta quinta.

Em sua fala, o ministro citou ainda uma informação da Polícia Federal que o autor mantinha um grande número de explosivos na casa que alugou em Ceilândia e que houve uma explosão, que só não matou policiais, porque a perícia estava sendo por um robô antibombas. “Ninguém se feriu, mas o episódio mostra o nível de periculosidade das pessoas com as quais estamos lidando.”

Barroso também lamentou a recolocação de grades na frente do STF. "Nós havíamos retirado as grades. Uma coisa bonita que tava acontecendo aqui em Brasília, eu via da janela da minha sala, as pessoas voltaram a caminhar pela Praça dos Três Poderes, eu mesmo ontem dei um passeio, fui lá conhecer a Casa de Chá, dei um passeio, ainda bem que esse sujeito não cruzou comigo, só estávamos eu e a minha secretária de comunicação social", afirmou o ministro, e conversa com jornalistas durante a sessão plenária desta quinta.

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