O empresariado brasileiro está focado na necessidade de ampliar gastos em tecnologia e ciente de que, para alcançar os melhores resultados, precisa atuar em diversas frentes. Elas incluem capacitação profissional e investimento em infraestrutura de TI. Passam também por acelerar a migração para cloud e expandir o uso de inteligência artificial (IA), sem descuidar da segurança cibernética.
A pesquisa “Agenda: estratégias empresariais para o ambiente de negócios” dá número a todas essas tendências. Realizado pela Deloitte, a organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, o trabalho mapeou caminhos que as empresas têm visualizado e perseguido, em diferentes frentes.
As 411 organizações que participaram somam receitas líquidas que, em 2023, totalizaram R$ 2,05 trilhões, o equivalente a aproximadamente 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Do total dos respondentes, 90% estão em nível executivo, ou seja, em cargos de conselho, presidência, diretoria e gerência.
Como os participantes apontam, a tecnologia ganha um espaço relevante no cenário atual: 63% planejam aumentar seus investimentos em infraestrutura de TI.
Infraestrutura e recursos humanos
A pesquisa indica ainda que 92% das organizações estão planejando ampliar seus gastos em cloud — sinal de confiança nas vantagens da computação em nuvem — e 58% das empresas já utilizam IA em alguma atividade ou em seus produtos e serviços.
Entre as que já incorporaram a tecnologia, 44% a direcionam para rotinas administrativas, 43% para tomada de decisão e 39% para atendimento e suporte a clientes. Quando perguntados sobre em que direções pretendem expandir as aplicações em IA, os entrevistados destacam o desenvolvimento de soluções em TI, análise e interpretação de grandes bancos de dados e processos relacionados à administração.
Também fica claro que formar profissionais capacitados para as novas demandas está no radar, como explica Fernando Fujihara, sócio que lidera a prática de Enterprise Technology & Performance da Deloitte: “As novas demandas da transformação tecnológica no ambiente corporativo estão impulsionando cada vez mais a busca por habilidades especializadas, para que as organizações alcancem vantagem competitiva e ganhem eficiência em um mercado que continua evoluindo”.
De fato, o estudo aponta que 72 em cada 100 dos entrevistados têm como meta ampliar os investimentos na capacitação profissional em áreas tecnológicas.
Atenção à segurança
O fortalecimento das infraestruturas provoca uma maior atenção à segurança cibernética, identificada por 41% dos líderes ouvidos como um dos principais desafios atuais em suas atividades de gestão. O resultado é que nove em cada dez organizações planejam investir em cibersegurança, sendo que 37% pretendem aumentar o volume de aportes.
“A segurança cibernética continua a ser uma prioridade crescente para as empresas, que estão respondendo com investimentos substanciais em diversas áreas para proteger seus sistemas, dados e operações. Essa abordagem abrangente demonstra o reconhecimento da importância de uma estratégia robusta e integrada para enfrentar os desafios atuais e futuros. Todavia, ainda existem desafios a serem vencidos para demonstrar os benefícios para as empresas por cada valor investido em camadas de proteção cibernéticas”, constata André Gargaro, sócio de Risk Advisory e líder de Cyber da Deloitte. “Esse tema está se tornando uma parte integrante do pensamento empresarial, refletindo a necessidade de defender não apenas a infraestrutura tecnológica, mas também a confiança dos clientes e a integridade operacional”, conclui.