As lideranças de tecnologia das organizações estão cientes do seu desafio: impulsionar ações em busca de inovação, mas também produzir resultados tangíveis. Como conciliar esses dois papéis? Na edição mais recente do estudo Tech Trends 2024, a Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, mapeou caminhos que as empresas têm visualizado e perseguido.
Como avalia Rodrigo Moreira de Oliveira, sócio de Technology Strategy & Transformation da Deloitte e líder do CIO Program, a tecnologia emergente está vivendo um momento importante. Mas, para aproveitar os benefícios dessa revolução, as organizações precisam ir além de considerar qualquer domínio tecnológico isolado como o único protagonista.
“As tendências apresentadas pelo estudo não são ilhas isoladas; são uma força unificada nos impulsionando para uma nova era de crescimento pela tecnologia”, ele aponta. “E líderes inovadores usarão este momento para estabelecer raízes profundas em tecnologias que permanecerão firmes – mesmo que os cenários continuem a se transformar”.
Tech Trends 2024
Neste contexto, as principais tendências identificadas como capazes de tornar as operações das empresas mais ágeis nos próximos anos são computação espacial, metaverso e inteligência artificial generativa. São tecnologias emergentes capazes de impulsionar o crescimento e apoiar a sustentabilidade e a inovação, colocando a experiência do desenvolvedor no centro.
O relatório, que chega a sua 15ª edição, identifica seis macro forças, incluindo computação espacial e metaverso industrial, com destaque para realidade aumentada e virtual destinada a aplicações de consumo; IA generativa como catalisador de crescimento, ampliando as ambições das organizações, e uma combinação diversificada de arquiteturas híbridas, nuvens privadas e públicas, escalabilidade hiper sustentável, plataformas especializadas e de borda.
A lista inclui ainda a capacitação da experiência de engenharia, com foco em aprimorar a produtividade diária e a satisfação dos engenheiros de software; a atenção ao uso mal-intencionado da tecnologia, com a utilização de deepfakes, e um cuidado especial com a velocidade com que as tecnologias se tornam obsoletas – é o chamado débito técnico, apontado como principal obstáculo para o desenvolvimento organizacional e a principal causa de perda de produtividade.
Pesquisa Global de Liderança em Tecnologia 2023
Outro estudo recente da Deloitte, a Pesquisa Global de Liderança em Tecnologia 2023, é focado em outro aspecto crucial: as competências necessárias para garantir que o setor de tecnologia das organizações cumpra sua missão. “Em um cenário de transformações aceleradas, a tecnologia transcende seu papel tradicional e se consolida como um motor essencial para a inovação e o crescimento das organizações”, afirma Ronaldo Fragoso, sócio-líder de Ecossistemas & Alianças (E&A) da Deloitte.
“Na esteira dessas mudanças, as lideranças de tecnologia desempenham um papel vital, não apenas como arquitetos de sistemas avançados, mas como estrategistas centrados em colaboração. Estamos vivenciando uma evolução em que a resiliência, a agilidade e a visão de futuro tornam-se fundamentais”.
A pesquisa destaca não apenas os desafios, mas também as estratégias-chave para orientar os investimentos em tecnologia e impulsionar a geração de valor para as organizações. Identifica que as lideranças devem possuir em si e em suas equipes cinco competência distintas: engenheiro tecnológico, arquiteto, cientista de dados, agente de mudança e owner.
Identificar, contratar e reter talentos se mostra um desafio, como apontam os entrevistados brasileiros: 35% declararam que enfrentam dificuldades em encontrar profissionais capacitados para implementar novas soluções tecnológicas. Quando os localizam, eles investem em propor trabalho flexível/híbrido (70%), disponibilizar benefícios competitivos (55%) e oferecer mais autonomia e controle para as equipes (50%).
Clique aqui para acessar o estudo Tech Trends 2024 e aqui para ler a Pesquisa Global de Liderança em Tecnologia 2023.